Postura de Leila no caso Caio Paulista incomoda pessoas no Palmeiras

As acusações de agressão contra Caio Paulista começaram a respingar na presidente Leila Pereira. O UOL apurou que a mandatária do Palmeiras adota cautela enquanto as investigações são conduzidas pela polícia e mais provas são fornecidas.

No entanto, ainda que a decisão esteja respaldada por procedimentos policiais, membros do Conselho Deliberativo do clube se incomodaram com a postura de Leila. Há conselheiros que cobram um posicionamento semelhante ao que ela teve em caso recente de assédio sexual dentro do clube.

No início do mês de setembro, Leila suspendeu o conselheiro vitalício Celso José Bellini por 90 dias, suspeito de ter assediado cinco menores de idade, com aval do presidente do Conselho Deliberativo, Alcyr Ramos da Silva Jr., enquanto uma apuração do caso é realizada.

A presidente chegou a falar sobre o episódio em entrevista ao ge. "Pedi abertura de sindicância para a apuração dos fatos e tomei a decisão de suspender o conselheiro preventivamente porque, mesmo após esta denúncia gravíssima, ele seguiu frequentando o clube como se nada tivesse acontecido. Sou presidente do Palmeiras, sou mulher e não posso permitir que as meninas assediadas tenham contato dentro do clube com o homem que as assediou".

Neste contexto, a diretoria sabe que não está cumprindo com a expectativa de parte da imprensa e da opinião pública, mas entende que somente com cautela poderá tomar uma decisão justa.

Os assuntos são vistos de forma totalmente diferente pela gestão, uma vez que, de acordo com fontes da administração do clube, há mais de sete testemunhas endossando a denúncia contra o conselheiro.

Além disso, o caso so atacante Dudu, inocentado das acusações de violência doméstica feitas por sua ex-mulher, em 2020, é usado como parâmetro no momento.

Entenda o caso

Em fotos e vídeos postados nas redes sociais, Ana Clara Monteiro, ex-mulher de Caio Paulista e mãe da terceira filha dele, mostrou hematomas pelo corpo, além de um olho roxo, marcas das supostas agressões do jogador do Palmeiras. O episódio mais recente teria acontecido em outubro de 2023, segundo o relato.

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Na publicação, a tatuadora não citou diretamente o nome do jogador, mas se disse "cansada de se calar diante das violências que sofreu".

Em contato com a reportagem, Clara atribuiu as marcas das agressões a Caio Paulista. Segundo a jovem, que é mãe da filha caçula do atleta, as violências aconteceram em dois momentos da relação.

Por meio de sua assessoria, Caio Paulista nega que tenha agredido Clara. O jogador diz que está em processo judicial com a ex apenas por questões financeiras.

Clara foi à 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) na última terça-feira (17) para registrar o BO e prestar depoimento. A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo confirmou a informação ao UOL.

Ela compareceu à delegacia para fornecer mais informações sobre os fatos e demais providências necessárias para o andamento das investigações. No entanto, "outros detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial e resguardar a vítima".

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

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Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.

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