Caio Paulista mostra documentos e diz que provas de agressão foram forjadas

Caio Paulista concedeu depoimento à polícia, na última terça-feira (23), após ser acusado de agressão e sequestro por Ana Clara Monteiro, ex-companheira e mãe de sua filha caçula, e apresentou uma série de áudios e prints de conversas como provas de sua inocência. A defesa de Clara informou que irá se posicionar após o acesso ao depoimento do jogador.

Defesa

O jogador do Palmeiras divulgou fotos de uma suposta mordida que teria levado de Clara, em um dos episódios de que é suspeito de violência contra a ex. Caio alega que, na realidade, ele é quem foi vítima de agressão.

O atleta também apresentou o que seriam comprovantes dos pagamentos de pensão alimentícia, dos gastos residenciais e de transferências diretas para a mãe de sua filha. Em entrevistas recentes, Clara afirma que ele não tem cumprido com as responsabilidades financeiras em relação à filha.

O UOL teve acesso a documentos apresentados pelo jogador, aos boletins de ocorrência e mostra as diferenças nas versões de acusação e defesa.

A reportagem procurou o advogado de Ana Clara, mas não obteve resposta até a publicação.

Áudios após supostas agressões e sequestro no RJ

Ana Clara alega ter sido agredida com socos e chutes na madrugada de 30 de setembro de 2022, após dizer ao jogador que iria sair de casa por uma suposta traição dele.

No período da manhã, o jogador teria saído de casa para treinar no CT do Fluminense, equipe que defendia à época, e deixado Clara trancada até seu retorno.

Em um documento lavrado em cartório, a mãe de Caio, Cintia Cristina Affonso de Oliveira, apresentou uma conversa com áudios que seriam da tatuadora, na manhã da data em questão.

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Em um dos áudios, enviado às 9h02, Clara afirma estar em sua própria casa. Naquele período, ela morava na Rocinha, Zona Sul do Rio.

Ele saiu era oito, oito horas. Ele não né, a gente porque eu estou em casa. Vim para casa, aí ele saiu oito horas, para poder ir para o CT, eu acho
Áudio atribuído à Clara Monteiro na manhã de 30 de setembro de 2022

À polícia, Clara apresentou imagens com as costas e um dos pés machucados, que seriam consequências da agressão. Caio diz não ter conhecimento desses ferimentos.

Olho roxo

Na madrugada do dia 22 de outubro do ano passado, Ana Clara relata ter sofrido mais um episódio de agressão em São Paulo. Ela se mudou com o jogador para a capital paulista após ele ser contratado pelo São Paulo.

Na data em questão, ela teria ido a uma boate "para espairecer", na Zona Leste de São Paulo, e deixado a filha com a babá, após desconfiar novamente de uma traição de Caio.

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Ele lhe enviou mensagem mandando que ela saísse do local, dizendo que se ele entrasse, seria pior. A declarante não tem mais as mensagens devido a um problema no seu celular. Quando ela saiu, por volta de 2:40 da manhã da madrugada do dia 22/10/23, ele a empurrou pelo cabelo [coque], mandando que ela entrasse no carro. A cunhada e o noivo estavam no veículo. Ela segurou na lateral do carro para não entrar, e ele a forçou, a empurrou e lhe desferiu um soco (um gancho) no rosto. A declarante acredita que tenha desmaiado.
Trecho do BO de Clara Monteiro

Em carta aberta, Caio desmente a ex e afirma que os dois dormiram juntos normalmente naquela noite. A lesão na face só teria sido notada pelo atleta na manhã seguinte, após ela sair do banheiro.

Naquela noite, dormimos na mesma cama, junto da nossa filha (a babá é testemunha disso). A primeira vez que percebi que seu olho estava avermelhado, e não roxo, foi pela manhã, assim que ela saiu do banheiro. Questionei o que tinha acontecido e ela se recusou a falar do assunto. Tenho conversas com ela nesse sentido e reafirmo categoricamente que não fui eu que machuquei o olho dela.
Caio Paulista em carta aberta

Mordida no braço

Clara cita uma terceira ocorrência em seu boletim, já em fevereiro de 2024, poucos meses antes de o casal se separar oficialmente. Ela conta que estava com Caio Paulista em uma casa noturna na Zona Leste, quando uma mulher desconhecida entrou no camarote onde eles estavam e pegou uma bebida.

A situação teria gerado discussão, então o atleta teria lhe desferido um "murro" na boca e jogado seu celular longe.

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O atleta desmente o episódio, além de afirmar que, na realidade, ele quem foi agredido. Ele divulgou fotos com a marca de uma mordida no braço esquerdo, datada de 17 de fevereiro, e da cicatriz que permanece atualmente.

Tenho testemunhas que viram ela me agredindo com chutes e socos, e me mordendo.

Prints adulterados

Conversa supostamente adulterada por Clara (à esquerda); Print de conversa feito por Caio Paulista (à direita)
Conversa supostamente adulterada por Clara (à esquerda); Print de conversa feito por Caio Paulista (à direita) Imagem: Reprodução

Ainda sobre o evento de sete meses atrás, a defesa de Caio apresentou prints de uma conversa entre o casal, que consta no processo movido pela jovem contra ele na Vara da Família — a ação corre em segredo de Justiça.

Nas imagens, datadas de 18 de fevereiro, Clara teria manipulado o diálogo e acrescentado uma imagem com a boca machucada.

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Pensão alimentícia e Pix

Em entrevistas recentes, Clara alega que ela e a filha têm passado necessidades porque o pai não tem cumprido com a pensão alimentícia.

Rebatendo as acusações, a defesa encaminhou 29 documentos — entre boletos e transferências bancárias — para mostrar que Caio tem, sim, cumprido seus pagamentos.

Uma tabela mostra que, entre despesas da casa, Pix e o bloqueio judicial, o jogador teria despendido R$ 127.305,00.

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

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Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.

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