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Weverton se declara ao Palmeiras: 'Não faz sentido viver em outro lugar'

"Deixa eu aqui (Palmeiras) até aposentar. Eu sou muito feliz e muito grato por tudo. Eu gostaria muito, sendo bem sincero. É um objetivo meu, sem dúvida nenhuma. É encerrar minha carreira aqui, é viver até o final. Eu amo futebol e penso em jogar por muito tempo ainda. Se hoje eu fosse falar o que eu penso, eu diria que jogaria até os 42 anos".

Weverton não esconde o amor que sente pelo Palmeiras. E a torcida não deixa de retribuir. Titular desde 2018, o goleiro de 36 anos empilha títulos e marcas com a camisa alviverde e, se depender dele, não pretende mudar para outro lugar.

O arqueiro tem poucas lesões ao longo da carreira, fruto do trabalho e dedicação no dia a dia para não deixar o ritmo cair. A meta? Atuar até os 42 anos, porém, Weverton sabe que precisa estar em alto nível para cumprir o sonho.

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"Eu gosto de vir treinar, eu gosto de me preparar. Eu amo jogar futebol. Eu sempre olho para os meus números físicos ali dentro, de força. Então, é eles que mediram aquilo que eu posso fazer. Então, assim, quando eu pego o peso ali e estou igual aos moleques, eu falo, estou bem. Está legal. A performance no campo está legal? Está legal. Então, vamos seguir. Mas eu também tenho que ser honesto comigo mesmo e, às vezes, de saber a hora de parar. Eu falo que a hora de parar é tão importante como a de começar".

E se tiver que parar antes do plano traçado? Para Weverton, sem problemas, a vaidade não é algo que se faz presente na carreira do experiente goleiro, mas com uma condição: que o fim de ciclo seja no Palmeiras.

"Você ter o seu autoconhecimento, se conhecer e falar que não tenho mais condição, estou atrapalhando, não estou mais entregando aquilo que se espera de mim. Até porque quando você vive de alta performance, você não quer mais fazer de qualquer jeito. Você não quer mais ficar passando vergonha, você não quer mais ficar tomando gol toda hora. Então é saber e reconhecer a hora de sair por cima. Eu espero não ter essa vaidade de achar que eu posso fazer e ficar ali atrapalhando. Então, enquanto eu estiver ajudando, eu quero continuar jogando e espero que seja aqui no Palmeiras".

'Não faz sentido viver em outro lugar'

Além dos mais de 16 milhões de torcedores palmeirenses, Weverton tem seu principal apoiador dentro de casa. O pequeno Olavinho, filho do goleiro, está presente na maioria dos jogos que o Verdão joga no Allianz Parque e faz questão de imitar os passos do pai.

Após o apito final, o segundo filho de Weverton 'invade' o escritório do pai e faz a festa no gramado: "Eles vivem e respiram futebol". O prazer de poder proporcionar esse tipo de experiência aos filhos reforça a ideia para o goleiro que aposentar no Palmeiras é o caminho certo.

"O dia que ele vai no jogo ele já fica me esperando para eu pegar ele e ir para o campo. E ele ama muito, ele vive muito, ele ama futebol também, ele bota a luva e fala: "Eu sou o goleirão e às vezes imito, defende o Weverton, tocando no chão". Eles vivem e respiram futebol".

"Eu fico pensando que às vezes eu tenho muito esse desejo de encerrar minha carreira aqui, porque a experiência deles é só aqui, eu não consigo nem entender como é que se um dia eu falar para eles que iríamos jogar em outro clube, entende? Então assim, é também às vezes confundir a cabeça deles, sendo que ele vive Palmeiras, a Valentina, que já tem sete anos, vive Palmeiras. Nós, hoje, somos palmeirenses por tudo que a gente viveu aqui dentro e acho que não faz nem sentido, sendo sincero, viver em outro lugar, viver outra coisa. Então eles já estão acostumados, espero que a gente possa encerrar nossa jornada aqui".

Reservado e longe de polêmicas

Os holofotes e polêmicas não fazem parte da carreira de Weverton. Reservado, o goleiro deixa o lado descontraído para os bastidores e busca, dentro de campo, passar o recado que não está para brincadeira.

"Eu sou tranquilo. Eu acho que o respeito é muito legal. Lógico que a resenha faz parte do futebol. A zoação faz parte do futebol. A gente vê o Deyvinho (Deyverson) aí, que é um cara que a torcida adora, porque é o cara... Você não vai olhar pra ele e vai dizer que é um cara mau. Não tem nem como. Eu, talvez, quando eu parar de jogar, eu possa ser um cara mais resenha, soltar minhas pérolas".

Mas o goleiro não foge de uma boa resenha, e quando aposentar, não vai querer segurar as histórias e opinões. Para Weverton, as brincadeiras devem e precisam acontecer, com tanto que o respeito prevaleça.

"Eu falo lá em casa, quando eu parar de jogar, eu vou falar de tudo. Vou falar de política, vou falar de futebol, vou falar de tudo, que eu nem sabia. Mas agora vou jogar meu futebol que é o melhor e é o que eu sei fazer e tudo mais. Quando ganho um título, dá uma zoada ali, acho que faz parte, sendo com respeito, não faltando respeito com ninguém. E acho que é por isso que a galera aí não tem raiva de mim com nada, o rival me respeita. E acho que também por jogar na Seleção Brasileira, acho que tem tudo isso também".

Cai cai?

Cera, cai cai? seja o que for, Weverton não vê como um atraso, mas sim como estratégia em campo. O goleiro do Verdão brincou sobre as críticas de rivais e conta que até companheiros de time pedem para 'dar uma segurada'.

O goleiro do Palmeiras contou ainda que foi 'cornetado' pelo meia Philippe Coutinho por conta do atraso. O episódio ocorreu na vitória do Verdão sobre o Vasco, no domingo (22).

"Só um pouquinho (risos). O Coutinho falou agora no último jogo: "o juiz te deu o cartão, tu fez cera o jogo inteiro e ele deu o cartão só no último lance". Falei bem-vindo de volta ao Brasil, irmão. Desculpa. Calor danado, cara. Não dá nem para respirar ali, vai para Brasília, 1x0, nem demorei muito. Aí ele falou: "tu demorou o jogo inteiro". Não, não é legal também quando eu estou em casa também assistindo, eu não gosto. Mas quem está lá dentro, o bicho pegando, o cara quer dar uma respirada. Porque assim, quando eu vou buscar a bola, os caras falam, calma, calma, quero respirar. Não é só eu que estou querendo demorar, os caras querem respirar".

Foco e sem ansiedade na disputa pelo Brasileirão

O Palmeiras terá 10 'finais' pela frente na disputa pelo título do Campeonato Brasileiro, com Botafogo e Fortaleza brigando palmo a palmo com o Verdão.

Tricampeão nacional (2018, 2022 e 2023), Weverton sabe mais do que ninguém que a ansiedade pode se tornar um grande inimigo na busca pelo troféu. E ele alerta: "Temos condições e estamos se preparando bem para isso".

"No dia a dia a gente pensa o que vai acontecer, a gente sabe que a gente está na briga, sabe que a briga é difícil, como tem sido todos os anos, mas temos condições e estamos se preparando bem para isso. A gente não tenta botar essa ansiedade, essa pressão em cima da gente. Sabemos que jogar no Palmeiras tem sempre pressão por título, por tudo que o clube nos entrega, por tudo aquilo que faz. Então a gente já tem ciência disso. Acho que mais que isso já é exagero, querer se cobrar demais, mas fazer o que a gente vem fazendo, que é treinar todos os dias, se preparar bem, se dedicar, faça chuva ou faça sol".

Futuro como piloto de avião?

Weverton já disse que tem bons longos anos de carreira, mas caso decida se aposentar neste exato momento, já teria um caminho para seguir: o de piloto de avião.

Em maio deste ano, o goleiro fez seu primeiro voo solo. O ídolo alviverde é um apaixonado por aviação. No ano passado, ele foi aprovado no exame prático para obter o Certificado de Conhecimentos Teóricos (CCT).

Weverton, no entanto, trata a aviação apenas como um hobby. A ideia surgiu como uma maneira de distrair a cabeça na pandemia e ter uma nova experiência, mas não algo que trate como uma futura profissão.

"Eu estava tentando achar alguma coisa para poder distrair a cabeça. Futebol é a loucura que é, muita pressão, muita responsabilidade. Eu precisava de algo. Falei, o que eu gosto de fazer? Veio a pandemia, todo mundo ficou maluco, e eu inventei alguma coisa para fazer. Falei, eu gosto de avião, vou estudar para aviação. Comecei a estudar, vi como é que fazia para se formar em piloto. Comecei a estudar, fiz minha prova prática, passei de primeira, minha prova teórica, passei de primeira. Fiz minhas 50 horas de voo, aí chequei, peguei minha habilitação para pilotar avião e agora estou habilitado, agora já posso andar sozinho".

"Eu levei a minha família a primeira vez para voar, mas estava ainda com o instrutor do meu lado, mas já levei eles para sentir. A Valentina disse que nem sentiu o pouso, foi suave. O Olavo dormiu o voo inteiro, nem viu nada, mas foi bem legal. É um hobby pra mim. As pessoas acham que eu vou viver de piloto, eu vou trabalhar como piloto. Não tem nada a ver. Para mim, isso é um hobby mesmo. É no tempo que dá. É no meu momento. Agora a gente até está tendo mais tempo, por ter semanas livres. Mas é algo para mim que é por diversão".

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