Campeão mundial e carreira meteórica: como técnico Filipe Luís assume o Fla
Nove meses separam a estreia de Filipe Luís como treinador do sub-17 e o primeiro treinamento como interino do time profissional. Ídolo como jogador do Flamengo, o agora treinador terá a responsabilidade de comandar o elenco na reta final da temporada após a saída de Tite.
O que aconteceu
Aos 39 anos, Filipe Luís se aposentou no fim da última temporada. Os problemas físicos pesaram para o lateral, que passou o ano como reserva de Ayrton Lucas.
Filipe já vinha se preparando para ser treinador e possui a Licença A, que o permite comandar um time profissional. Ele já sabia que queria seguir a carreira de técnico e passou os últimos anos estudando para isso.
Ele pode comandar o Flamengo no Brasil. A limitação seria em competições internacionais. Desde 2020, a Conmebol exige que os treinadores tenham a Licença Conmebol PRO. O ex-lateral ainda não tirou.
A vontade de estar à beira do campo era tanta que o ex-lateral recusou a CBF. Após a contratação de Dorival Jr, Filipe foi procurado, mas negou o convite para ser o coordenador de seleções.
A ideia era levar a carreira com cautela e cumprindo todas as etapas. Chegou a ser cogitado que ele tivesse um cargo na comissão técnica do time principal não só no Flamengo, mas a vontade foi de assumir o sub-17 para iniciar a caminhada como treinador.
Filipe era o único nome de consenso da diretoria neste momento. Trazido como interino, ele assume um papel que Mário Jorge costumava fazer quando algum treinador saía.
Não houve uma grande necessidade de convencimento. A diretoria tomou a decisão sobre a demissão e comunicou ao ex-jogador, que prontamente se colocou à disposição.
Títulos e xodó
No dia a dia, Filipe é bem participativo. Ele gosta de se juntar aos jogadores nas atividades físicas durante os aquecimentos e tem o costume de conversar de maneira individual. Nos discursos pós-jogo, sempre frisa o quanto está feliz por trabalhar no Flamengo.
Os títulos vieram rapidamente. A primeira taça foi em junho, depois de vencer o Vasco nos pênaltis, em São Januário, na Copa Rio sub-17.
O momento mais marcante foi a conquista do Mundial sub-20. Pouco depois de virar treinador da categoria, ele comandou a equipe que venceu o Olympiacos de virada por 2 a 1.
O trabalho do técnico é marcado pela influência de vários treinadores com quem trabalhou. Ainda em atividade, o lateral costumava anotar e se envolver bastante para entender os métodos e ideias dos treinadores.
Com posse de bola e agressividade, Filipe já começou a demonstrar a característica que pretende ter. Ele teve 13 jogos, 11 vitórias e duas derrotas no sub-17. No sub-20, foram 11 vitórias, dois empates e quatro derrotas.
Filipe domina o ambiente. O clube entendeu que o trabalho com ele seria um ganha-ganha, ou seja, com benefícios para os dois lados. Os jovens atletas com quem trabalhou enalteceram diversas vezes as características do técnico.
O treinador também já vinha fazendo parte do dia a dia do time profissional em alguns momentos. Como é de costume, quando muitos jovens do sub-20 sobem para treinar, a comissão técnica também participa.