Estádio do Flamengo: clube assina termo de posse do terreno do Gasômetro
O Flamengo assinou o termo de posse do terreno do Gasômetro nesta quinta-feira (3), no Rio de Janeiro. Foram duas cerimônias: primeiro no Centro de Operações Rio e depois no local onde o clube vai construir o futuro estádio próprio.
O que aconteceu
A primeira parte do dia teve o presidente Lula por vídeo, além do prefeito Eduardo Paes e do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, presencialmente. Em reunião, Governo Federal, Prefeitura do Rio e Flamengo formalizaram o acordo de posse do Gasômetro.
Depois, a Prefeitura entregou as chaves do terreno ao Flamengo. Essa parte da cerimônia aconteceu no exato local onde o clube vai iniciar a construção do estádio. O prefeito Eduardo Paes não participou deste evento por conta da legislação eleitoral. Estiveram presentes outras figuras ligadas à prefeitura e o clube, além de torcedores.
No Gasômetro, o Flamengo hasteou a bandeira ao som do hino do clube. A ideia da diretoria é reproduzir a bandeira gigante que existe no Ninho do Urubu. "Nossa ideia, a exemplo do que a gente tem no CT, é fazer um mastro de 50 metros de altura com um bandeirão do Flamengo", disse Landim.
Na noite de quarta-feira, o prefeito do Rio anunciou o acordo para a posse. A conversa envolveu Prefeitura do Rio, Caixa Econômica Federal, AGU e Flamengo. A Caixa era a proprietária do terreno, e o clube arrematou em leilão após desapropriação feita pela prefeitura.
O leilão do terreno aconteceu no dia 31 de julho, após a prefeitura conseguir uma liminar. No dia anterior, a Justiça tinha suspendido o movimento. O juiz citou que o Município não poderia "desapropriar bens de propriedade de empresa pública federal, sem a prévia autorização do Presidente da República, mesmo que não sejam utilizados diretamente na prestação de serviço público". Ele avaliou que o "perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo está configurado".
O Flamengo vai pagar R$ 170 milhões pelo terreno. O acordo costurado envolve a transferência dos Cepacs (Certificado de Potencial Adicional de Construção) do Gasômetro para outros terrenos da cidade administrados pela Caixa e uma complementação financeira para o banco dividida entre Fla e Prefeitura. O clube será responsável por R$ 23,9 milhões parcelados por cinco anos. O rubro-negro já havia desembolsado R$ 138,2 milhões no leilão e mais R$ 7,9 milhões após perícia judicial.
Uma estimativa de inauguração foi apresentada para 15 de novembro de 2029, quando o Flamengo completará 134 anos. O aporte previsto é de R$ 1,7 bilhão.
Próximos passos
O Flamengo agora precisa vencer a burocracia antes de iniciar de fato a construção. O clube vai abrir concorrência para a elaboração dos projetos para a arena de 70 a 80 mil lugares.
O primeiro projeto é de arquitetos com a planta do estádio. Depois é preparado o projeto executivo, feito em conjunto por arquitetos e engenheiros. O Flamengo ainda vai abrir concorrência para a obra propriamente dita e precisará também buscar todas as licenças necessárias.
Tem alguns trâmites burocráticos para cumprir agora. Foi feito com a participação de todos agora na reunião. Agora, os próximos passos são fazer sondagens do terreno e demolir o que tem aqui. Fazer o projeto básico do terreno. Solicitar as licenças necessárias para a execução e, em paralelo, o processo executivo. A fase de licenciamento vai durar até dois anos, espero que um pouco menos do que isso, e depois o período de construção do estádio. Rodolfo Landim