O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta quinta-feira (3) o julgamento do caso que define o futuro de Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF.
O que aconteceu
A relatoria do processo é do ministro Gilmar Mendes, que em janeiro concedeu uma liminar para manter Ednaldo no poder.
O caso, então, precisa ser analisado pelos demais membros do STF para que eles referendem ou não a liminar dada por Gilmar.
Na sessão desta quinta, só deu tempo para que Gilmar lesse o relatório do caso e uma sustentação oral de Paulo Machado Guimarães, advogado do PCdoB, autor do processo.
O PCdoB defende a manutenção da decisão liminar.
O julgamento vai continuar na próxima sessão, marcada para quarta-feira (9), véspera do Chile x Brasil pelas Eliminatórias. Os demais advogados do caso farão suas sustentações e, posteriormente, haverá os votos dos ministros.
A discussão chegou ao plenário após seis marcações de julgamento anteriores. A primeira foi em abril deste ano.
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, se declarou impedido e não participou do processo. Ele passou a presidência para o ministro Luiz Edson Fachin.
Barroso não explicou o motivo no plenário. Mas já advogou para a CBF no passado (2001) e tem um sobrinho, Rafael Barroso Fontelles, como um dos integrantes dos advogados que defenderam a CBF no processo.
Qual a discussão
O centro do julgamento é se o Ministério Público tem poder ou não de firmar Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a CBF e outras entidades esportivas.
A partir daí, vem uma reação em cadeia.
Foi um TAC firmado entre MP do Rio e CBF que serviu de alicerce para a realização da eleição que levou Ednaldo Rodrigues ao poder, em 2022.
Quando a Justiça do Rio, em dezembro de 2023, decidiu que o MP não tinha a prerrogativa legal de fazer o TAC, declarou inválido o documento e todas as medidas posteriores a ele.
Assim, a Justiça do Rio chegou a tirar Ednaldo do poder, invalidando a eleição. Ela deixou o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) como interventor provisório na época, responsável por convocar novas eleições.
Newsletter
OLHAR OLÍMPICO
Resumo dos resultados dos atletas brasileiros de olho em Los Angeles 2028 e os bastidores do esporte. Toda segunda.
Quero receberA CBF recorreu, mas só conseguiu o retorno de Ednaldo ao cargo quando o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) levou o processo ao STF.
Então, Gilmar Mendes concedeu a liminar em janeiro, reconduzindo o presidente. Parte da argumentação de Gilmar citava o risco de o Brasil ser punido pela Fifa por causa da interferência da Justiça comum no comando da entidade. E por causa disso, o país poderia ficar fora da disputa do torneio pré-olímpico de futebol.
Presidente fora do país
No momento, Ednaldo Rodrigues nem no Brasil está. Foi a Zurique, na Suíça, para reunião do Conselho da Fifa.
Depois vai a Tashkent, no Uzbequistão, acompanhar a final da Copa do Mundo de Futsal. A seleção brasileira enfrenta a Argentina na final, domingo (6).
Deixe seu comentário