Estádio do Flamengo se transforma em palanque e escancara clima eleitoral

O Flamengo deu um passo importante para a construção do novo estádio ao assinar o termo de posse do terreno do Gasômetro. O evento, além de marcar a história do clube, também deixou evidente a força que o tema terá nas urnas municipais e dentro do clube. Com eleições se aproximando, os dois atos da quinta-feira (3) tiveram agradecimentos políticos e campanhas mais ou menos veladas.

O que aconteceu

O Rio de Janeiro terá eleição para prefeito e vereador neste domingo, enquanto a votação no Flamengo é em 9 de dezembro. Esse é um dos fios condutores que movem a aceleração em torno do acerto pela cessão do terreno do Gasômetro, onde será o estádio do clube.

O assunto ganhou mais importância nos corredores porque interessava aos dois lados. Eduardo Paes e Rodolfo Landim queriam concretizar a cessão e adiantar os trâmites burocráticos antes das eleições. O prefeito disputa a reeleição no Rio, enquanto o dirigente rubro-negro tenta eleger seu sucessor depois de bater o tempo máximo de mandato.

No Centro de Operações do Rio e no próprio Gasômetro, várias figuras se fizeram presentes. Entre eles, candidatos na eleição do próprio Flamengo e na eleição municipal. Eduardo Paes não esteve presente no terreno por causa das leis eleitorais, mas vem comunicando assuntos do estádio nas redes sociais ao lado do deputado federal Pedro Paulo. Ele frisou em entrevista nesta quinta tudo que fez pelos quatro times grandes e até alguns pequenos. Na reunião envolvendo o presidente Lula, agradeceu fortemente pela ajuda com assuntos diversos relacionados ao Rio de Janeiro.

As entrevistas inclusive, aumentaram nos últimos meses, mas não necessariamente na figura de Landim. Entre os candidatos a vereadores, Marcos Braz tem dito que vai garantir a aprovação do potencial construtivo da Gávea na Câmara de Vereadores do Rio, enquanto Cacau Cotta, outro nome dos bastidores do clube, aparece frequentemente falando sobre esse projeto, já que há alguns meses parou de ser o responsável pelas relações institucionais do Flamengo.

A disputa entre os dois com o eleitorado rubro-negro provocou até um racha na diretoria. A candidatura de Cacau à Câmara pegou Braz de surpresa, e o diretor foi afastado do dia a dia do futebol, pasta encabeçada por Braz. Eles participam de diferentes maneiras do processo.

O tema está tão vivo que assim que a entrega da chave acabou, alguns torcedores foram para o lado de fora distribuir adesivos de campanhas políticas. A maioria dos rubro-negros presentes no local era composta por pessoas com camisas de organizadas.

Com relação à política do clube, o evento da entrega das chaves foi mais uma oportunidade de campanha. Rodrigo Dunshee, candidato da situação, e Marcos Bodin, vice-geral da chapa dele, foram chamados ao palco para participar das fotos oficiais. Em seu discurso, Rodolfo Landim falou que espera a eleição de seu indicado porque ele sabe o melhor caminho para a construção do estádio. Dunshee discursou até antes dele.

Dunshee é um personagem que vem aparecendo cada vez mais no dia a dia. Antes mais discreto, o candidato dá entrevistas frequentemente nos canais oficiais. Após a apresentação de Filipe Luís, foi chamado separadamente dos outros dirigentes para prestar esclarecimentos sobre a confusão envolvendo Corinthians e Vasco com as datas da Copa do Brasil. Além disso, "tomou" o lugar do CEO Reinaldo Belotti em apresentações de atletas e já até assumiu o espaço de Landim quando ele não pôde estar presente.

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