'Acordos e gratuidade': Vasco justifica mais de 3.000 ingressos de cortesia
Do UOL, no Rio de Janeiro
21/10/2024 17h14
Classificação e Jogos
A semifinal da Copa do Brasil entre Vasco e Atlético-MG, em São Januário, segue gerando reclamações por parte dos torcedores vascaínos. Além de muitos problemas no sistema de venda, houve também um grande número de ingressos de cortesia, reduzindo ainda mais a já limitada carga de bilhetes do estádio.
O que aconteceu
O Vasco emitiu uma nota oficial na tarde desta segunda (21) detalhando a venda. No comunicado, nota-se que mais de três mil ingressos foram colocados em cotas de "acordos comerciais", "órgãos públicos", "relacionamento institucional" e "cota social".
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Segundo o clube, do total de 19.685 ingressos, 16.188 foram vendidos. A alegação foi a de que a importância da partida acabou fazendo com que as instituições que tinham direito a cortesias pediram suas cotas máximas.
Na semana que antecedeu ao jogo, circulou nas redes sociais um áudio onde uma mulher detalhava um suposto esquema de desvio de ingressos. Segundo o Vasco, o caso foi encaminhado para a 17ª DP (São Cristóvão).
Torcedores também relatam na internet a presença de cambistas no dia da partida, e que os criminosos cobravam preços abusivos.
Outro ponto de reclamação é a redução da capacidade em São Januário. Mesmo com ingressos esgotados, a arquibancada estava com "buracos" e espaços vazios, enquanto que, do lado de fora, milhares estavam sem entradas. Segundo o clube, a diminuição em cerca de dois mil lugares ocorreu a pedido da Polícia Militar por questões de segurança.
O Vasco empatou em 1 a 1 com o Atlético-MG e deu adeus à Copa do Brasil. No jogo de ida, na Arena MRV (MG), os mineiros haviam vencido por 2 a 1.
Veja a nota oficial do Vasco
"Esclarecimento sobre a venda de ingressos da semifinal da Copa do Brasil
O Vasco da Gama vem a público esclarecer as informações sobre a carga de ingressos para o jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil.
A ata da reunião com a FERJ, publicada pelo site Globoesporte.com em 18 de outubro, causou confusão já que não apresenta o contexto completo. O documento mostra estimativas preliminares exigidas por lei para a realização do evento, mas esses números não representam os dados oficiais da operação. A ata reflete um cenário de máxima restrição, diferente dos números finais.
É importante explicar que o número de "Ingressos Comercializados", divulgado durante a partida, leva em conta a coluna de "Ingressos Utilizados" no borderô. Essa coluna considera, entre outros, os ingressos que foram distribuídos, mas não utilizados (como cortesias, gratuidades e ingressos com 100% de desconto para sócios). Para essa partida, o total de ingressos utilizados foi de 18.910, que, descontadas as 630 gratuidades usadas, resulta no número de ingressos comercializados divulgado no jogo: 18.280.
Os números oficiais, registrados no borderô após o evento, são os seguintes:
? Ingressos vendidos: 16.188
? Ingressos promocionais (cortesias): 2.625, sendo:
- Acordos comerciais: 1.046
- Autoridades, órgãos públicos e regulamento: 655
- Relacionamento institucional e cota social: 895
- Emitidos e não entregues: 29
? Gratuidades por lei: 872 emitidas, das quais 630 foram efetivamente utilizadas
Total de ingressos: 19.685
Devido à importância da partida, muitos parceiros comerciais solicitaram suas cotas máximas de cortesias, conforme previsto em contrato. O mesmo ocorreu com órgãos públicos e federações, algo comum em eventos dessa magnitude.
O Vasco da Gama continua colaborando plenamente com as investigações sobre desvios de ingressos, conduzidas pela 17ª Delegacia de Polícia, e reafirma seu compromisso com a transparência em todas as suas operações. Todas as informações estão devidamente registradas no borderô oficial.
Atenciosamente,
Vasco da Gama"