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Tonhão fez jovem mudar de posição, virar 'zagueiro raiz' e chegar à Europa

Do UOL, em São Paulo (SP)

22/10/2024 16h19

Classificação e Jogos

Tonhão, ídolo do Palmeiras que morreu nesta terça-feira (22), ficou conhecido como um zagueiro raiz que não se produz mais no futebol brasileiro, mas poucos conhecem o seu lado como técnico — que não durou muito, mas que foi de extrema importância para um jovem que foi comandado por ele e hoje está no futebol europeu.

O Tonhão me deu uma oportunidade. Eu jogava como meio-campista, volante, e ele me disse: 'acredito que você tem potencial, é bom jogador, mas vindo com a bola de trás você tem muito mais a oferecer. Foi assim que ele me colocou para trás e me lapidou como zagueiro. Lucas Rafael, mais conhecido como Lucão, em entrevista ao UOL.

Tonhão cruzou o caminho de Lucas no sub-17 do Barueri. O ex-jogador era o técnico da equipe e Lucas jogava como meio-campista, mas após Tonhão observá-lo em campo, não pensou duas vezes em sugerir ao jovem para que ele mudasse de posição.

Tonhão era o técnico do sub-17 e foi fundamental para a carreira de Lucas Rafael (camisa 15) Imagem: Arquivo pessoal

O zagueiro de 26 anos seguiu a carreira como zagueiro e passou por diversos clubes no futebol brasileiro: CSA, Picos, VOCEM, Amazonas FC, São Caetano e Boa Esporte até chegar no Estrela Amadora, de Portugal.

Depois disso ele passou pelo SC Covilhã, também em Portugal, emprestado, e em 2023 fez três jogos pelo Bragantino no Brasileirão. Atualmente defende o UD Oliveirense, que disputa a segunda divisão portuguesa.

Conhecido por ser um zagueiro duro nas divididas, Tonhão também pedia a seus zagueiros para serem agressivos.

Lucão em ação com a camisa do UD Oliveirense, da segunda divisão de Portugal Imagem: Reprodução

"Ele sempre cobrava agressividade. Ele dizia que eu era franzino, mas que isso não podia me parar. O Tonhão queria que eu fosse agressivo, ele dizia que um defensor agressivo sempre estava dois, três passos à frente do atacante", acrescentou Lucão.

Lucas também afirma que Tonhão foi responsável por fazê-lo olhar o futebol de outra forma.

"O Tonhão foi muito importante na minha carreira. Eu estava em um momento vulnerável, minha mãe tinha acabado de falecer em 2015. Ele viu o que eu não estava vendo. A minha cabeça era uma só: todo mundo quer jogar bola e quer fazer gol. Mais próximo do gol, é mais fácil de fazer. Enxergava dessa forma, mas futebol não é só isso. No início [quando mudei de posição], eu não recebi tão bem porque queria estar perto do gol. Parando para pensar ele sabia mais do que eu", finalizou.

A causa da morte de Tonhão não foi revelada. Ele teve uma passagem vitoriosa pelo Palmeiras: campeão paulista (1993, 1994 e 1996) e brasileiro (1993 e 1994).

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