Presos do Peñarol reclamam de fome na cadeia: 'Não deram nada para comer'

Os torcedores do Peñarol que ficaram presos na Cidade da Polícia - após vandalismo na praia do Recreio — foram levados na manhã desta quinta-feira (24) para o presídio José Frederico Marques, em Benfica, também na Zona Norte (RJ). De dentro do camburão, os uruguaios reclamaram de fome e gritaram o nome do clube.

O que aconteceu

Ao todo, 20 uruguaios foram para o presídio onde terão a audiência de custódia nesta sexta (25). Outros dois torcedores do Peñarol ficaram presos na 16ª DP (Barra da Tijuca). Um deles é menor de idade e foi transferido para a Vara da Infância e da Juventude.

Os presos da Cidade da Polícia apresentavam ferimentos de bala de borracha e estavam todos sem blusa. Somente um ainda segurava na mão uma camisa do Peñarol e a utilizou para esconder o rosto das câmeras.

Quando a porta do camburão fechou, um reclamou de fome: "Não nos deram algo para comer". Outro gritou o nome do clube: "Avante, Peñarol!". Eles deixaram o local por volta das 11h20.

A audiência de custódia decidirá se eles permanecerão presos no Rio ou responderão em liberdade. Caso continuem em cárcere, eles serão transferidos para presídios da cidade.

Os uruguaios foram autuados por diversos crimes: porte de arma, racismo, roubo, associação criminosa, incêndio, dano qualificado e resistência à prisão. Além disso, responderão também por artigos do Estatuto do Torcedor.

Os demais detidos no dia anterior - cerca de 260 - já foram escoltados até a divisa do Rio para deixar o estado. Eles também responderão por artigos do Estatuto do Torcedor.

A escolta da PM-RJ foi até a cidade de Queluz (SP). O trajeto durou de 2h às 5h40. De lá, seguiram com o NOE-SP (Núcleo de Operações Especiais da Polícia Rodoviária Federal).

Praia do Recreio vira praça de guerra

Torcedores do Peñarol transformaram a praia do Recreio em uma verdadeira praça de guerra. Os uruguaios saquearam um quiosque, atearam fogo em motos, depredaram carros e entraram em confronto com banhistas e policiais militares munidos de pedras, mesas e cadeiras.

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Um uruguaio roubou um celular de dentro de uma padaria. O criminoso foi identificado e preso pela Polícia Militar. Logo em seguida, a confusão aumentou. Moradores também relatam que atos de racismo motivaram o tumulto.

Um dos ônibus dos uruguaios também ficou em chamas. O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar o fogo.

Ao todo, 283 pessoas foram detidas após a chegada do Batalhão de Choque. Entre essas, 42 eram mulheres. Uma arma foi encontrada em um dos ônibus.

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