Humorista doa 2 motos após seguro não cobrir estragos da torcida do Peñarol

Ao menos dois motoqueiros que tiveram suas motos queimadas por torcedores do Peñarol, na praia do Recreio (RJ), ainda seguem desamparados com seus prejuízos. Eles possuem seguros, mas as seguradoras alegam que não cobrem atos de vandalismo. Um terceiro também é assegurado, mas precisa pagar a franquia para receber a assistência.

O que aconteceu

Os três motoqueiros que ainda estão desamparados são: Leandro Ribeiro, Natan Nunes e Peterson Ribeiro.

O UOL conversou com os três no início da tarde desta quinta (24). Natan e Peterson, por exemplo, ainda estão pagando as motos e tiveram o veto de suas seguradoras. As empresas apenas rebocaram as carcaças e levaram para suas casas. Já Leandro é o que precisa pagar a franquia para ter direito à cobertura.

Natan, por exemplo, usa a moto para trabalhar. Ele é entregador tanto de aplicativo de refeições quanto de uma farmácia.

Eu estava sentado na praia, no meu dia de folga. Falaram que estavam subindo com a briga aqui para cima, perto das motos. Eu não vim antes porque estava todo mundo concentrado em cima das motos. Quando eu cheguei perto para tirar a minha moto, colocaram fogo. Eu não consegui tirar a minha moto porque tinha moto dos outros do lado. Ainda estou pagando a moto. Não sei nem o que eu vou fazer. Acionei o seguro, mas não me deram certeza de nada até agora
Natan Nunes, ao UOL, no dia do incêndio

Influencer doa duas motos novas

O humorista Caik "Mísera" doou duas motos novas para dois motoqueiros que tiveram seus veículos incendiados. O influencer postou em suas redes sociais vídeos do momento das entregas.

Um dos agraciados foi Jackson Brito Dias, que havia pago somente uma parcela de sua moto queimada. Ele conversou com o UOL e confirmou que recebeu o presente de "Mísera". Porém, o jovem se mostrou preocupado com os que ainda não conseguiram resolver suas situações.

O Mísera me ajudou, graças a Deus. Mas os meus amigos ainda estão no corre para tentar resolver. O seguro está dizendo para um dos amigos que teve a moto queimada que não cobre vandalismo
Jackson Brito, motoqueiro que ganhou uma moto nova de influencer

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20 uruguaios são presos e demais deixam o Rio

No total, 20 torcedores do Peñarol seguem presos no Rio de Janeiro. Eles dormiram na Cidade da Polícia e foram levados na manhã desta quinta-feira (24) para o presídio José Frederico Marques, em Benfica, também na Zona Norte (RJ).

Outros dois torcedores do Peñarol ficaram presos na 16ª DP (Barra da Tijuca). Um deles é menor de idade e foi transferido para a Vara da Infância e da Juventude.

Os presos da Cidade da Polícia apresentavam ferimentos de bala de borracha e estavam todos sem blusa. Somente um ainda segurava na mão uma camisa do Peñarol e a utilizou para esconder o rosto das câmeras.

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Quando a porta do camburão fechou, um reclamou de fome: "Não nos deram algo para comer". Outro gritou o nome do clube: "Avante, Peñarol!". Eles deixaram o local por volta das 11h20.

A audiência de custódia decidirá se eles permanecerão presos no Rio ou responderão em liberdade. Caso continuem em cárcere, eles serão transferidos para presídios da cidade.

Os uruguaios foram autuados por diversos crimes: porte de arma, racismo, roubo, associação criminosa, incêndio, dano qualificado e resistência à prisão. Além disso, responderão também por artigos do Estatuto do Torcedor.

Os demais detidos no dia anterior - cerca de 260 - já foram escoltados até a divisa do Rio para deixar o estado. Eles também responderão por artigos do Estatuto do Torcedor.

A escolta da PM-RJ foi até a cidade de Queluz (SP). O trajeto durou de 2h às 5h40. De lá, seguiram com o NOE-SP (Núcleo de Operações Especiais da Polícia Rodoviária Federal).

Praia do Recreio vira praça de guerra

Torcedores do Peñarol transformaram a praia do Recreio em uma verdadeira praça de guerra. Os uruguaios saquearam um quiosque, atearam fogo em motos, depredaram carros e entraram em confronto com banhistas e policiais militares munidos de pedras, mesas e cadeiras.

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Um uruguaio roubou um celular de dentro de uma padaria. O criminoso foi identificado e preso pela Polícia Militar. Logo em seguida, a confusão aumentou. Moradores também relatam que atos de racismo motivaram o tumulto.

Um dos ônibus dos uruguaios também ficou em chamas. O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar o fogo.

Ao todo, 283 pessoas foram detidas após a chegada do Batalhão de Choque. Entre essas, 42 eram mulheres. Uma arma foi encontrada em um dos ônibus.

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