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Agressão a presidente acirrou rixa entre torcidas de Palmeiras e Cruzeiro

Colaboração para o UOL

27/10/2024 12h39

A emboscada de torcedores do Palmeiras contra cruzeirenses, na manhã deste domingo (27), acirrou ainda mais a rivalidade entre as organizadas Mancha Alvi Verde, do time paulista, e Máfia Azul, do clube mineiro.

O que aconteceu

A rivalidade existe desde a década de 80, mas ficou ainda mais acirrada em 2022, depois que o presidente da torcida alviverde, Jorge Luis, foi espancado por rivais em uma briga no interior de Minas Gerais.

Imagens do principal líder palmeirense ensanguentado e submetido pelos cruzeirenses viralizaram em grupos e redes das torcidas. Jorge Luis teve seus documentos tomados pela torcida rival, que celebrou o feito.

"Você vai voltar vivo porque nós temos ideologia", disse um membro da organizada do Cruzeiro, enquanto filmava Jorge com a cabeça ensanguentada.

A Máfia Azul seguia provocando o presidente da Mancha. Desde a emboscada, os integrantes da organizada do time mineiro levam a carteirinha de associado de Jorge Luis para mostrá-la em todos os jogos do Cruzeiro em São Paulo.

IMAGENS FORTES

Como surgiu a rivalidade entre as torcidas

Até a década de 1980 não havia um conflito entre as torcidas dos clubes. No entanto, em 1988, a situação mudou por completo depois que Cléo, um dos fundadores da Mancha Alvi Verde, foi assassinado.

Cleofas Sóstenes Dantas da Silva foi baleado com dois tiros ao lado do antigo Parque Antártica. Com isso, na partida seguinte ao assassinato — contra o Cruzeiro —, os integrantes da torcida organizaram algumas homenagens para o ex-companheiro.

Quem foi ao estádio naquela ocasião viu uma queima de fogos de mais de três minutos assim que a bola rolou. O placar eletrônico mostrava a frase "Cléo e Palmeiras, unidos eternamente". Mas a festa foi interrompida por cânticos da Máfia Azul, que insultavam Cléo.

Os relatos de quem estava presente diz que os cruzeirenses cantaram "Cléo morreu, a Mancha se fu***". A provocação desencadeou uma briga no setor destinado à torcida visitante. Em seguida, palmeirenses que estavam em outras partes da arquibancada correram para ajudar.

Após o episódio, as torcidas passaram a rivalizar tanto dentro dos estádios como fora deles. Além disso, a situação também abriu portas para que a Mancha Alvi Verde se aliasse à Galoucura, principal torcida organizada do Atlético-MG, rival da Máfia Azul, que por sua vez é aliada da Independente, do São Paulo.

A história é contada em "Sobre meninos e porcos", a terceira temporada do podcast "UOL Esporte Histórias", que narra a fundação e os primeiros anos da Mancha Alvi Verde.

Um morto e 17 feridos

A emboscada deste domingo (27) deixou um homem de 30 anos morto e 17 feridos e reuniu cerca de 120 torcedores de Palmeiras e Cruzeiro em Mairiporã, no interior de São Paulo, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Durante a confusão, um ônibus foi incendiado e a rodovia Fernão Dias chegou a ficar interditada no sentido Belo Horizonte.

Ainda segundo as autoridades, todas as vítimas são torcedores do Cruzeiro. Quinze vítimas foram levadas ao Pronto Socorro Anjo Gabriel, em Mairiporã, e três encaminhadas ao Hospital de Franco da Rocha. Sete pessoas sofreram traumatismo craniano e um homem teve uma lesão por arma de fogo no abdômen, mas não corre risco de morrer.

Os agressores fugiram antes da chegada da polícia. Entre os feridos, estava um homem de 30 anos que foi levado ao hospital, mas acabou morrendo durante o atendimento.

A briga teria começado por volta de 5h20 no quilômetro 65 da Fernão Dias, próximo ao túnel de Mairiporã. Dois ônibus com torcedores de Palmeiras e Cruzeiro se encontraram, fecharam a rodovia e partiram para a confusão com pedaços de madeira e bombas caseiras.

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