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Botafogo aciona Governo, Interpol e Conmebol por veto de torcida no Uruguai

Torcida do Botafogo foi proibida pelo Uruguai de comparecer ao Campeón del Siglo, estádio do Peñarol Imagem: Ernesto Ryan/Getty

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/10/2024 17h45Atualizada em 28/10/2024 19h49

Classificação e Jogos

O Botafogo emitiu uma nota oficial no fim da tarde desta segunda-feira (28) informando que acionou o Itamaraty, o Ministério dos Esportes, a Polícia Federal, a Interpol e a Conmebol após o Ministério do Interior do Uruguai proibir a presença de torcida visitante na partida entre o Alvinegro e o Peñarol, nesta quarta-feira (30), no estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu (URU).

O que aconteceu

Na avaliação do Botafogo, o Peñarol e a polícia uruguaia assumiram a incapacidade de garantir a segurança da partida. E por conta disso, estão infringindo o regulamento da Conmebol.

O Alvinegro ressalta que a suposta falta de segurança pode abrir precedentes para que outros clubes usem do mesmo artifício. E que acatar esta medida é um benefício a quem está assumidamente se mostrando incapaz. O comunicado ainda insinua que a postura do Peñarol não está contribuindo para amenizar as tensões.

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O Botafogo também acionou as autoridades para quem garantam a seguranças dos torcedores alvinegros no Uruguai. Vários estão em Montevidéu e outros tantos já estão com viagem marcada e ingressos comprados.

Veja a íntegra da nota oficial

O Botafogo foi surpreendido, na tarde desta segunda-feira (28), com um ofício do Ministério do Interior do Uruguai formalizando, por razões de segurança, o veto à presença de torcedores do Botafogo no jogo da volta da semifinal da Libertadores, contra o Peñarol, no Estádio Campeón del Siglo.

- O Botafogo discorda veementemente das decisões das autoridades uruguaias. O Clube acredita que o Uruguai é um país que reúne plenas condições para garantir a realização do duelo com total segurança. O Botafogo reafirma ainda que é contra qualquer tipo de violência e que preza por uma disputa leal em campo.

- O Regulamento é claro no sentido de que a obrigação da manutenção da segurança é de responsabilidade do Clube Local ou da Federação/Confederação Nacional. Em face do que foi apresentado, está evidente que o Peñarol e a Polícia de Montevidéu (Policia Nacional do Estado Maior - Ministério do Interior) assumiram a incapacidade em garantir a segurança de torcedores e delegações de ambas as equipes. O Botafogo acredita que essa infração do regulamento não deve passar impune pela CONMEBOL. Por este motivo, estamos acompanhando junto à entidade os desdobramentos para assegurar o estrito cumprimento do Regulamento da Competição.

- Uma decisão unilateral como esta abre um precedente muito perigoso para a competição pois o critério de "falta de segurança" poderá ser usado por qualquer outra agremiação para impedir a entrada da torcida visitante nos jogos CONMEBOL. O Botafogo crê que o clube que não garantir segurança da torcida visitante não pode ser beneficiado por suas próprias falhas.

- As tensões existentes devem ser resolvidas de forma diplomática pelos clubes. Nesse sentido, o Botafogo tomou todas as providências possíveis — incluindo uma comunicação oficial antes do duelo de ida — onde reforçou a importância de que seus torcedores prezassem pela paz e respeito ao adversário, fato que culminou em um comportamento exemplar dos alvinegros. Porém, o que foi visto desde então, por parte da direção do Peñarol, são discursos inflamados e uma posição contrária à boa prática institucional. Em meio a isso, fica o questionamento: "Ora, se a direção do Peñarol mostrasse uma postura mais construtiva e pacificadora, estaríamos discutindo este tema de segurança no dia de hoje?"

- O Botafogo confia na CONMEBOL para tomar as medidas cabíveis visando a segurança de todos os envolvidos e a manutenção do equilíbrio esportivo.

- Por fim, o Botafogo acionou o Itamaraty, o Ministério dos Esportes e a Policia Federal/Interpol com o intuito de preservar a segurança dos torcedores que estão em Montevidéu.

O que aconteceu

O ministro do Interior do Uruguai, Nicolas Martinelli, anexou um ofício endereçado ao presidente da Associação Uruguaia de Futebol (AUF), Ignacio Alonso. No documento, cita como uma das razões para a decisão "análises da Polícia Nacional depois dos episódios de violência ocorridos no Rio de Janeiro antes do jogo de ida". Além disso, o Ministério classificou a partida desta quarta-feira em Montevidéu como de "alto risco".

Em sua postagem no X, o ministro diz que a medida visa "evitar novos distúrbios entre os adeptos de ambas as equipes". Ocorre, porém, que o confronto de torcedores do Peñarol na Praia do Pontal, no bairro do Recreio (RJ), não se deu com torcedores do Botafogo.

Dados os violentos incidentes ocorridos no Rio de Janeiro durante o jogo de ida da Copa Libertadores entre Peñarol e Botafogo, decidimos proibir os torcedores do Botafogo de entrar no Estádio Campeón del Siglo para o jogo de volta em Montevidéu. Esta medida responde a razões de segurança e procura evitar possíveis represálias que possam desencadear novos distúrbios entre os adeptos de ambas as equipas. O Ministério reafirma seu compromisso com a segurança em eventos públicos e garante que tomará todas as medidas necessárias para que o evento transcorra sem incidentes
Nicolas Martinelli, ministro do Interior do Uruguai, em seu "X"

Veja o comunicado

Recreio vira praça de guerra e 20 estão presos

Torcedores do Peñarol transformaram a orla do Recreio em uma verdadeira praça de guerra. Os uruguaios saquearam quiosques, uma padaria, atearam fogo em motos, depredaram carros e entraram em confronto com banhistas e policiais militares munidos de pedras, mesas e cadeiras.

Um dos ônibus dos uruguaios também ficou em chamas. O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar o fogo.

Ao todo, 283 pessoas foram detidas após a chegada do Batalhão de Choque. Um revólver foi encontrado em um dos ônibus.

Em audiência de custódia na última sexta (25), a Justiça converteu para preventiva a prisão de 20 uruguaios. Somente um foi liberado. Eles já se encontram em um presídio no Rio de Janeiro.

Os torcedores do Peñarol foram autuados por diversos crimes: porte de arma, racismo, roubo, associação criminosa, incêndio, dano qualificado e resistência à prisão. Além disso, responderão também por artigos do Estatuto do Torcedor.

Os demais detidos na quarta (23) - cerca de 260 - foram escoltados no mesmo dia até a fronteira do Rio. Eles também responderão por artigos do Estatuto do Torcedor.

O Peñarol emitiu uma nota e culpou o Brasil e a Polícia Militar. O clube também contratou advogados para defender os torcedores que estão presos no Rio.

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