Organizada do Peñarol chama presos de reféns e é orientada a não brigar

A "Barra Amsterdam", principal organizada do Peñarol, emitiu um comunicado classificando os 21 uruguaios presos no Rio de Janeiro como "reféns" e pediu que, por orientação dos advogados dos detidos, não haja retaliações na partida desta quarta-feira (30), contra o Botafogo, no estádio Centenário, em Montevidéu (URU), pelo jogo de volta das semifinais da Copa Libertadores.

O que aconteceu

A organizada diz que recebeu garantias das autoridades de que terá ajuda jurídica para libertar os presos. Ela cita, especificamente, o governo do Uruguai, a Conmebol e a Associação Uruguaia de Futebol (AUF).

A Barra Amsterdam classifica os acontecimentos no Rio como "repressão brutal da polícia". E afirma também que foi uma ação conjunta da PM com "várias organizadas tendo o objetivo de atacar nossa gente".

Os "carboneros" justificam os atos de vandalismo e agressão para "defender as famílias aurinegras". E que "a violência institucional se inclinou para um lado só".

Ela também diz que os presos estão em situação de "reféns e chantagem", e que também se encontram incomunicáveis.

Por fim, pedem que não agridam torcedores do Botafogo. A organizada diz que isso é uma orientação dos advogados dos presos:

É por isso que que queremos transmitir tranquilidade e serenidade no entorno do Centenário. É um pedido dos familiares dos torcedores detidos no Brasil que têm uma enorme preocupação e angústia de que hoje a violência se torne imparável, violência que agravará a situação processual com consequências judiciais ruins a seus queridos, como expressam os advogados.

Por este motivo, a Barra Amsterdam solicita a todos os aurinegros parciais a tranquilidade dentro e fora do estádio Centenário. Aos diferentes grupos que formam a organizada, aos sócios, aos não-sócios, aos que vão sozinho ou em grupos, aos torcedores de todos os setores do estádio.

Ficou demonstrado que nem juntando três organizadas com a polícia conseguiram o que queriam, que era machucar gravemente as famílias e ficar com os pertences da nossa torcida. Ficou demonstrado quem é quem, por isso este caso despertou a solidariedade internacional. Ficou demonstrando quem é quem e todos sabem que o Carbonero (apelido do Peñarol) é grande por sua gente.

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É impossível, para nós, estar em todos os lugares, por isso pedimos aos carvoeiros que não agridam de forma alguma os botafoguenses. Repetimos: isso só vai piorar a situação
Barra Amsterdam, organizada do Peñarol em trecho de seu comunicado

Foguetório no hotel do Botafogo

Apesar das recomendações, as hostilidades ao Botafogo já começaram. Torcedores do Peñarol realizaram um foguetório, durante a madrugada, no hotel onde está hospedada a delegação alvinegra.

Organizadas do Botafogo já cruzaram a fronteira

Integrantes da organizada "Fúria Jovem" na estrada a caminho de Montevidéu para jogo com Peñarol
Integrantes da organizada "Fúria Jovem" na estrada a caminho de Montevidéu para jogo com Peñarol Imagem: Reprodução / @Barras_LATAM
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As organizadas do Botafogo, por sua vez, já cruzaram a fronteira com o Uruguai no fim da manhã desta quarta-feira (30). Elas deixaram o Rio de Janeiro na noite da última segunda (28).

O UOL apurou que são dois ônibus com 25 integrantes da "Fúria Jovem" e 53 da "Fogoró". Todos estão com ingressos e chegaram a cogitar cancelar a viagem quando o governo do Uruguai proibiu a entrada de visitantes no estádio, mas decidiram partir mesmo assim para Montevidéu antes mesmo da reviravolta na situação.

A partida mudou, na noite desta terça (29), do Campeón del Siglo para o Centenário após muitas reuniões das autoridades. Com a decisão, a torcida alvinegra foi liberada de acompanhar o jogo in loco.

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