Volta de Marcelo ao Flu teve ídolo discreto, títulos, privilégio e lesões
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A rescisão de Marcelo com o Fluminense, anunciada neste sábado (2) pelo clube, põe fim a um enredo que durou mais de 600 dias e que teve títulos, polêmicas e lesões.
A nova passagem do ídolo
O lateral assinou no dia 24 de fevereiro de 2023 com o clube que o formou. Ele havia atuado pouco com a camisa do Flu, logo depois de se profissionalizar, e migrou para o Real Madrid em 2007 — tornando-se o jogador com mais títulos na história do clube espanhol até então.
Marcelo "voltou para casa" com grande festa em um Maracanã com mais de 30 mil pessoas. "Tenho certeza que vai dar tudo certo. Vou brigar, vou correr, vou lutar para dar alegria para vocês. Não vai faltar entrega, paixão. Tudo por vocês", declarou o atleta aos torcedores na cerimônia.
O início, de fato, foi uma lua de mel. Em seu segundo jogo, o veterano cravou um gol em Fluminense 4x1 Flamengo e faturou o bicampeonato do Carioca sob o comando de Fernando Diniz.
Aos poucos, no entanto, o ídolo se mostrou discreto no relacionamento com os companheiros e passou longe de ser uma liderança do elenco, que já contava com veteranos como Fábio, Felipe Melo, Ganso e Cano.
Os privilégios de Marcelo também viraram debate interno: o jogador costurou um acordo para trazer, por exemplo, um fisioterapeuta pessoal para o acompanhar, descartando trabalhar no dia a dia com funcionários do Flu.
O desempenho dentro das quatro linhas em 2023 agradou — principalmente com a conquista da Libertadores —, mas a questão física pesou. Ele atuou durante 90 minutos em apenas cinco das 32 partidas. Ao todo, foram dois gols e uma assistência.
O título da Recopa Sul-Americana, já em março deste ano, foi o último de Marcelo com a camisa carioca. O 1° semestre, aliás, ficou marcado por lesões depois de o ídolo se destacar no Campeonato Carioca: foram ao menos três contusões, todas por problemas musculares.
Sai Diniz, entra Mano
A mudança no comando técnico do Fluminense, ocorrida em julho, desandou de vez a trajetória do lateral no seu clube formador. Assim que Mano Menezes chegou, Marcelo viu o companheiro de posição Diogo Barbosa ganhar mais minutos e ameaçar sua vaga de titular.
Já com status de reserva, o lateral deu seu primeiro indício de insatisfação após a eliminação na Libertadores para o Atlético-MG. "É difícil falar porque eu entrei no 2° tempo. Quando você está dentro do campo, é diferente de quem está fora. Mas eu acredito que eles foram merecedores e fizeram mais do que a gente", disse ele, já no fim de setembro.
A gota d'água ocorreu na sexta (1º), quando Marcelo foi acionado por Mano aos 44 minutos do 2° tempo do duelo contra o Grêmio. O veterano não gostou de ser chamado e irritou o treinador, que desistiu da alteração e acionou John Kennedy.
Tu acha que isso é normal? Porque não é, não. Não, não, não. Sai, sai! Não vai entrar! Não vai entrar! Mano Menezes
A rescisão em comum acordo com o Flu ocorreu no dia seguinte e a menos de dois meses do fim do contrato. A saída significa um respaldo importante para Mano, que tinha como objetivo não se render aos chamados "medalhões".