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Motoristas de ônibus relatam ataque da Mancha: 'Só queria sair com vida'

Veículos eram guiados por Fabrício Ribeiro e Lucas Souza de Paula na Fernão Dias Imagem: Montagem UOL

Do UOL, em São Paulo

03/11/2024 23h14

Os motoristas Fabrício Ribeiro e Lucas Souza de Paula, que guiavam os dois ônibus atacados pela Mancha Verde no último fim de semana na Rodovia Fernão Dias, deram detalhes da emboscada feita contra torcedores do Cruzeiro. Eles falaram ao "Fantástico", da TV Globo. Ao todo, uma pessoa morreu e outras 20 ficaram feridas.

O que aconteceu

Fabrício dirigia o primeiro ônibus da viagem, que fazia o trajeto Curitiba-Belo Horizonte. Ele, que não estava escalado e precisou trabalhar de última hora em meio à demanda, disse que os organizados já chegaram depredando o veículo.

O empresário revelou ter imaginado que estava diante de uma briga de torcida e relatou o que pensou no momento do ataque de membros da Mancha.

Achei eles já próximos ao volante. Eles quebravam para-brisa, janela... Eu imaginava que pudesse ser briga de torcida, mas só queria sair do local com vida. [...] Eu passei, e o outro ônibus já estava com início de fogo. Não poder fazer nada dá uma sensação de impotência grande Fabrício Ribeiro, ao "Fantástico"

Lucas guiava o veículo de trás, que acabou incendiado em meio aos atos de vandalismo. O motorista falou que os autores do ataque estavam no chão e destacou a rapidez com que o fogo se alastrou.

Eu vi em torno de quatro ou cinco carros parados e achei algo estranho. Eles saíram do chão e por baixo de carros. Acho que estavam deitados no chão. Era muita gente. Eu estava desesperado porque não conseguia mais ver ele [Fabrício] com o fogo, que tomou uma proporção muito grande em questão de segundos. Teve até um torcedor que tomou uma barra de ferro na cabeça do meu lado Lucas Souza de Paula, ao "Fantástico"

José Victor Miranda, de 30 anos, morreu após sofrer queimaduras e lesões graves provocadas por barras de ferro. Segundo as autoridades, todas as vítimas foram torcedores do Cruzeiro.

A polícia trabalha para prender quem estava presente na ação. Até agora, uma pessoa que faz parte da Mancha acabou detida. O presidente e o vice da organizada também estão envolvidos e são considerados foragidos da Justiça. Houve, inclusive, materiais apreendidos na sede da torcida durante a última semana.

Ônibus com torcedores do Cruzeiro ficou destruído após ataque de membros da Mancha Verde Imagem: Reprodução

A investigação

O incidente que aconteceu no início da manhã de domingo (27) envolveu cerca de 150 torcedores de Palmeiras e Cruzeiro. O caso foi inicialmente registrado na Delegacia de Mairiporã (SP), que apreendeu imagens de monitoramento e solicitou exames de IML às vítimas.

Uma parte dos responsáveis pelas agressões foi identificada pela Polícia Civil de São Paulo através da emissão de sinais dos celulares dos suspeitos e imagens de câmeras de segurança da rodovia.

A investigação está sob responsabilidade da Drade (Delegacia de Repressão as Delitos de Intolerância Esportiva) para a identificação e responsabilização dos envolvidos.

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