Corinthians: Emiliano diz que negou proposta, e Ramón ri ao abordar vaia
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Emiliano Díaz e Ramón Díaz, auxiliar e técnico do Corinthians, protagonizaram uma entrevista coletiva com revelações e bom humor após a vitória sobre o Palmeiras por 2 a 0, em clássico disputado na Neo Química Arena e válido pelo Campeonato Brasileiro.
Resumo da coletiva
Emiliano iniciou a sessão exaltando o grupo — principalmente quem não está jogando. Ele elogiou, por exemplo, o lateral Fagner e "os Pedros" (os atacantes Pedro Henrique e Pedro Raul).
O auxiliar também revelou que ele, Ramón e o restante da comissão rejeitaram uma proposta "única". A oferta, segundo eles, foi recusada na semana passada.
Já o técnico atuou como coadjuvante da coletiva e abordou com bom humor a vaia recebida antes do jogo — assim que foi anunciado na escalação, torcedores do Corinthians reprovaram o nome do treinador.
O que Emiliano falou?
Proposta recusada. "A gente deixou passar uma oferta única na semana passada. Foi a mais importante da nossa história, e recusamos a oferta porque queremos cumprir o sonho de ficar no Corinthians. Estamos muito felizes no Corinthians."
Mérito. "Sempre é dos jogadores. É o grupo, sobretudo os que não conseguem jogar. Sabemos como são as críticas. Foi todo o grupo que chegou nas duas semifinais das duas Copas. Foi o grupo que nos deu a ilusão, sobretudo quem não vinha jogando. Fizemos um esforço enorme. O elenco se formou em três meses, era difícil jogar 100% nos torneios."
O que o Corinthians almeja? "Fomos claros: a prioridade era o Brasileirão. Tínhamos 12 pontos quando chegamos. É jogo a jogo, dia a dia. Ninguém acreditava que chegaríamos a duas semifinais e chegamos. Poderíamos ir além, mas são coisas do futebol. É fazer sempre com que o Corinthians compita no máximo até o final. Estamos em um clube muito grande e que está se formando há três meses. O presidente chegou há um ano, o Fabinho há oito meses, há jogadores com dois meses. O treinador erra, a diretoria erra... é normal. É tudo muito novo. Acho que estamos fazendo as coisas bem, e a meta é ganhar todos os jogos, com esta camisa, a obrigação é essa."
Pressão. "Temos um grupo espetacular, sobretudo quem não joga. Os dois Pedros, Fagner... não quero falar jogador por jogador porque vou esquecer, mas temos um grupo que está brigando. A competição é tão grande que ninguém pode relaxar. Para jogar 31 rodadas no Z4 e chegar em duas semifinais, é preciso tirar o chapéu. Isso é o que me deixa tranquilo. Vamos brigar por tudo até onde der. Quando chega a turbulência, estávamos muito fechados. Estou muito orgulhoso do grupo que tenho."
Vitória em clássico. "Nossa comissão tem 89% de clássicos vencidos, em todos os clubes. Para nós, é normal. É um jogo importante porque, há três anos, o Corinthians não ganhava deles. Este grupo era castigado por todos os outros. Fico muito contente por este grupo. Estamos acostumados com clássicos, este grupo merece muito."
Vaias a Ramón. "É normal porque estamos no maior time do Brasil. Ele ganhou 24 títulos. Juntos, ganhamos 12. É normal, perdemos muitas finais também. Sabemos que é um time grande com cobrança grande. Sempre cobram de pessoas capazes, nunca cobram de alguém que não ganhou nada. Quando as coisas não dão certo ou quando a gente erra — como erramos —, é normal, está bem, aceitamos. Internamente, nem o elogio e nem a crítica nos mudam. É um foco do nosso trabalho, sobretudo dando tranquilidade ao grupo. O objetivo, quando chegamos, era tirar o Corinthians desta situação. Pouco a pouco, estamos fazendo. É uma alegria enorme para o torcedor, que via o time não ganhar o clássico há três anos. É dar os parabéns a eles também, porque fizeram uma linda festa."
Dérbi. "Você só entende quando está aqui. Sabíamos a importância de Corinthians x Palmeiras, mas a semana foi brava, ainda mais depois de uma eliminação. Era inferno ou céu. É bom para desfrutar muito, ainda mais depois da eliminação. Para a gente, que trabalha em clássico, é melhor ainda. Agora sim, entendi o que é Corinthians x Palmeiras. Vivemos para isso."
Futuro. "Falei há oito rodadas: nunca trabalhei tão cômodo com um diretor como o Fabinho [Soldado] e como o presidente [Augusto Melo]. Eles, muitas vezes, são cobrados injustamente. O trabalho deles é algo a se parabenizar e valorizar. Temos contrato e planejamos, mas hoje, a importância era vencer. Quando você está em um time grande, a única coisa que você tem são os resultados. Estamos fazendo uma grande campanha, e é preciso valorizar todo o grupo. Estamos no caminho certo."
O que Ramón falou?
Reação às vaias. "Eu rio porque ser treinador não é fácil. É muita pressão, em todos os sentidos. Exigem resultados e, quando perdemos uma semifinal, vamos ser questionados. Aqui está o Fabinho, que sempre nos apoiou. O que ele nos pediu era tirar, o mais rápido, o Corinthians desta situação. Estamos acostumados e tranquilos, nunca perdemos a tranquilidade. Temos apoio da nossa família. Sabemos o trabalho que estamos fazendo."
Importância da vitória e excesso de pendurados. "É muito importante pelo aspecto anímico. Depois da vitória, o grupo está muito bem animicamente. São muitos jogadores que têm dois cartões. Para a quantidade de jogos, são poucos amarelos — em alguns países, cinco cartões suspendem, aqui, três. Os árbitros são muito rápidos para advertir. Animicamente, estamos bem. Vamos analisar os jogadores que temos. Sabemos que o próximo jogo era importante. Ganhando, podemos definitivamente sair e brigar mais para cima. Vamos seguir dando confiança ao grupo."
Hugo Souza fica? "Isso seria com os diretores, não estou a nível institucional. Sei que, com este preço do Hugo, é para comprar. Mas, seguramente, o clube vai fazer o uso da opção porque é um dos melhores goleiros do Brasil. Gosto muito dele."
Três zagueiros. "Conhecendo o adversário, decidimos jogar com a linha de três. Não tivemos um bom início. Nos primeiros 15 minutos, eles nos superaram e criaram situações que poderiam ter sido gol. Por sorte, temos um dos melhores goleiros do Brasil. O Hugo reagiu bem até a equipe se reordenar, começar a pressionar e jogar mais. Depois, jogamos de igual para igual, foi uma partida muito disputada. Eles são um grande time, por isso conseguiu tantas coisas. Gostei muito da atitude da nossa equipe de pressionar. Quando tinha dificuldade, sabíamos que tínhamos que defender e demos o máximo. Cada jogador que entrou deu o máximo, e estamos contentes. Que os torcedores festejem porque foi um grande triunfo."