STJD foi alertado sobre caso de Bruno Henrique e arquivou processo

O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) já havia sido alertado em agosto de 2024 sobre a suspeita de manipulação envolvendo os cartões dados a Bruno Henrique, atacante do Flamengo, que resultaram em operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta terça-feira (05).

Na ocasião, a entidade apontou que o alerta não indicou inicialmente "nenhum indício de proveito econômico do atleta" diante da suspeita de manipulação na partida contra o Santos, pelo Brasileirão daquele ano. O eventual lucro com a ação do jogador foi classificado pela corte como "ínfimo" e isso colaborou para a decisão de arquivamento naquele momento.

O que aconteceu

A procuradoria do STJD disse que acionou a Sportradar, que, segundo essa versão, "não identificou irregularidades no momento da partida".

O órgão da corte desportiva tomou decisão de arquivar qualquer procedimento no momento. No entanto, ficou aberta a possibilidade de transformar Bruno Henrique em alvo novamente caso investigações de outras esferas tragam mais elementos.

Bruno Henrique virou alvo de uma operação da Polícia Federal. As investigações até o momento mostram que parentes do jogador apostaram que ele levaria cartão na partida em questão, o que de fato aconteceu.

O que o STJD disse

"O Superior Tribunal de Justiça Desportiva recebeu comunicado da Diretoria de Ética e Conformidade da CONMEBOL, encaminhado pela Unidade de Integridade do Futebol Brasileiro em 02/08/2024, sobre a partida ocorrida em 01/11/2023 (nove meses antes) entre Flamengo RJ e Santos SP, com relato de comportamento atípico no cartão amarelo do atleta Bruno Henrique Pinto.

De imediato, a Procuradoria de Justiça Desportiva oficiou a empresa SPORTRADAR, parceira externa contratada pela FIFA para monitorar o campeonato objeto da suspeita de manipulação, inclusive com a realização de análise de inteligência. Em resposta, a SPORTRADAR apresentou relatório com a conclusão de que não identificou irregularidades no momento da partida.

Em análise desportiva do lance, a Procuradoria constatou que os fatos observados se coadunam com a realidade razoável da prática do futebol, considerando, notadamente, a ação do atleta no fato assinalado como falta, a intensidade da jogada, a reação do jogador após a marcação da infração e o minuto da partida em que a disputa de bola ocorreu. Entendeu-se que, na ótica desportiva, os fatos são compatíveis com os parâmetros usuais.

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A Procuradoria considerou que o alerta não apontou nenhum indício de proveito econômico do atleta, uma vez que os eventuais lucros das apostas reportados no alerta seriam ínfimos, quando comparados ao salário mensal do jogador.

Por tais razões, diante da falta de elementos concretos, entendeu-se pelo arquivamento das peças de informação no âmbito da Justiça Desportiva naquele momento, sem prejuízo de ulterior processo disciplinar caso as autoridades de persecução reúnam acervo probatório com evidências conclusivas, com base nos poderes de investigação que lhe são conferidos".

O que diz o Flamengo sobre o caso

O Clube de Regatas do Flamengo tomou conhecimento, nesta data, da existência de uma investigação, ainda em curso, versando sobre eventual prática de manipulação de resultados e apostas esportivas. O Clube ainda não teve acesso aos autos do inquérito, uma vez que o caso corre em segredo de justiça, mas é importante registrar que, ao mesmo tempo em que apoiará as autoridades, dará total suporte ao atleta Bruno Henrique, que desfruta da nossa confiança e, como qualquer pessoa, goza de presunção de inocência. O Flamengo esclarece, por fim, que houve uma investigação no âmbito desportivo, perante o STJD, a qual já foi arquivada, mas não tem como afirmar que se trata do mesmo caso e aguardará o desenrolar da investigação. O atleta segue exercendo suas atividades profissionais normalmente. Treina e viaja com a delegação nesta terça-feira, para Belo Horizonte
Nota oficial do Flamengo

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