Torcedores do Peñarol presos comem 4 vezes ao dia e só recebem advogados

Os 21 torcedores do Peñarol que seguem presos no Rio de Janeiro após atos de vandalismo na praia do Recreio estão tendo um tratamento "isonômico" e que visa à "plena garantia de seus direitos", garante o comunicado da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-RJ) ao UOL.

O que aconteceu

Os uruguaios estão detidos no presídio Joaquim Ferreira de Souza, no complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste (RJ). Eles foram transferidos para lá após a audiência de custódia na semana passada que transformou a prisão de flagrante para preventiva.

De acordo com a Seap, eles têm quatro alimentações por dia e recebem kits de higiene e roupas de cama. Também têm a permissão para a visita de advogados.

Veja a nota oficial da Seap ao UOL

A Seap informa que todos seguem no Presídio Joaquim Ferreira de Souza (SEAPJFS), no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. A secretaria acrescenta que está destinando tratamento isonômico aos detentos, visando à plena garantia de seus direitos, o que inclui o acesso a kits de higiene, roupa de cama e quatro alimentações por dia e permissão para receber a visita de advogados.
Nota da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro

Organizada do Peñarol diz que presos são 'reféns'

Torcedores do Peñarol são colocados em camburão para audiência de custódia no Rio
Torcedores do Peñarol são colocados em camburão para audiência de custódia no Rio Imagem: Bruno Braz / UOL

A principal organizada do Peñarol havia emitido uma nota, na semana passada, acusando a Seap de colocar os uruguaios em situação de "reféns e chantagem". Também afirmou que seus conterrâneos estão "incomunicáveis" no presídio.

A "Barra Amsterdam" diz também que recebeu garantias das autoridades de que terá ajuda jurídica. Ela cita, especificamente, o governo do Uruguai, a Conmebol e a Associação Uruguaia de Futebol (AUF).

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A organizada classifica os acontecimentos como "repressão brutal da polícia". E afirma também que foi uma ação conjunta da PM com "várias organizadas tendo o objetivo de atacar nossa gente".

Os "carboneros" justificam os atos de vandalismo para "defender as famílias aurinegras". E que "a violência institucional se inclinou para um lado só".

Peñarol apoia os presos e faz campanha

O Peñarol, por sua vez, comprou o discurso da torcida em prol dos presos. Além de prestar assistência jurídica aos detidos, o clube abraçou a campanha "Libertad para los pibes", permitindo que a faixa fosse carregada pelos jogadores dentro de campo nos últimos jogos.

Presidente do Peñarol, Ignacio Ruglio disse que os torcedores uruguaios sofreram uma "emboscada" no Rio, algo refutado pelo Botafogo, pelas autoridades brasileiras e também pelos moradores e comerciantes do bairro do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, onde ocorreram os incidentes.

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Praia do Recreio virou praça de guerra

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Torcedores do Peñarol transformaram a praia do Recreio em uma verdadeira praça de guerra. Os uruguaios saquearam um quiosque, atearam fogo em motos, depredaram carros e entraram em confronto com banhistas e policiais militares munidos de pedras, mesas e cadeiras.

Um uruguaio roubou um celular de dentro de uma padaria. O criminoso foi identificado e preso pela Polícia Militar. Logo em seguida, a confusão aumentou. Moradores também relatam que atos de racismo motivaram o tumulto.

Um dos ônibus dos uruguaios também ficou em chamas. O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar o fogo.

Ao todo, 283 pessoas foram detidas após a chegada do Batalhão de Choque. Entre essas, 42 eram mulheres. Uma arma foi encontrada em um dos ônibus. Deste total, 21 seguiram presos e os demais foram liberados e escoltados até a saída do Rio de Janeiro.

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