Atlético-MG foca em acústica e gramado e busca primeiro título na Arena MRV

O Atlético-MG completou recentemente o primeiro ano desde que estreou na Arena MRV. Agora, o clube investe em melhorias para resolver os problemas apresentados durante o ano e tenta conquistar o primeiro título no estádio na disputa da Copa do Brasil. No Campeonato Mineiro, a taça foi levantada no Mineirão. A chance será neste domingo, às 16h (de Brasília), contra o Flamengo.

Para levantar a taça, o Galo tem de vencer por uma diferença de três ou mais gols. Em caso de vitória por dois gols de diferença, a disputa vai para pênalti. No Maracanã, o placar foi de 3 a 1 a favor do Rubro-Negro.

O gramado da Arena MRV virou foco nos últimos dias e apresentou problemas na véspera.

O que aconteceu

Os dois principais focos do Atlético nas últimas semanas foram o gramado e a acústica. Esses foram dois problemas identificados pelo clube desde o ano passado e que já receberam críticas de torcedores e até jogadores. O clube espera ter resolvido a situação para a decisão.

O primeiro jogo oficial do Galo na Arena foi em agosto de 2023. A inauguração foi em 15 de abril. O evento contou com cerca de nove mil pessoas, incluindo torcedores, membros da diretoria, investidores e o presidente da CBF Ednaldo Rodrigues. O local, porém, ainda não recebeu uma finalíssima.

O gramado passou por reformas desde a semana passada pensando na final, mas apresentou poças na véspera da partida. Choveu forte em Belo Horizonte. O piso com base de argila foi substituído por um com base de areia, que tinha a expectativa de melhorar a drenagem em caso de chuva.

Em 2025, o Atlético vai avançar nos planos para implantar o gramado sintético na Arena, com investimento de cerca de R$ 10 milhões. O clube está buscando o fornecedor do material. Desde a inauguração, o Galo enfrenta problemas, seja pelos shows ou pela falta de incidência de sol em partes do campo.

O custo do estádio superou R$ 1 bilhão. Há uma indicação de faturamento anual de R$ 80 milhões de bilheteria, R$ 40 milhões de sócio e R$ 30 milhões de eventos.

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Acústica tem atenção especial

Uma das maiores preocupações do clube na arena era a acústica. Por isso, o clube iniciou as melhorias nesse sentido e vai instalar novas telhas capazes de aumentar a reverberação do barulho. Durante esse processo foi construída uma câmara para testes, identificação de campos de atuação, implementação de medidas e avaliação do efeito delas.

Diversos materiais foram testados para também não comprometer a comunidade no entorno. O clube garante que a nova estrutura não vai prejudicar os shows. A solução adotada será a instalação da chamada "telha trapezoidal lisa", em aço 4mm e sem perfuração por cima da telha já instalada no teto do estádio, que possui furos. O resultado que se espera é de potencializar e manter o som produzido dentro da Arena.

O primeiro setor a receber a telha será o sul. A ideia é de que a implementação de cerca de 20 mil m² esteja concluída no início de 2025. Isso não impacta a realização de partidas no local.

Como os torcedores veem a Arena

Torcedores que vão à Arena com frequência estão satisfeitos com a experiência, mas são unânimes sobre a acústica. O UOL falou com três deles que já foram aos mais diferentes setores.

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Para o torcedor tem vários pontos positivos. O acesso aos bares, os banheiros, a estrutura que foi montada. Muito bem feito. Na parte da esplanada eu sinto falta de sombra, árvore. Mesmo problema que eu via no Mineirão. O clube sempre faz eventos do lado de fora enquanto o jogo não começa e acho que é positivo. Mas eu acho que a volta do estádio talvez seja um dos piores pontos. O acesso ao metrô é mais longe. O Galo tem feito algumas coisas para melhorar, a acústica melhorou muito, que era um problema que muita gente estava reclamando. Pontos cegos, eu confesso que eu acho que nunca existiu esses pontos cegos, mas é porque tem muita gente que gosta de assistir o jogo em pé, então acaba que atrapalha quem quer assistir o jogo sentado. É uma questão de cultura do futebol brasileiro. Mas avalio bem o estádio, a localização boa, fácil acesso, estacionamento bom. Os ingressos obviamente não são baratos, mas acho que nenhuma arena é. Paulo Régis

A Arena é um velho sonho do Galo. Fui na obra, no jogo das lendas, inclusive no setor lá em cima, onde o pessoal reclama da visibilidade. Com o passar do tempo as coisas foram se ajustando. Acho a ideia fantástica, a logística funciona com relação ao pessoal entrar na esplanada, a entrada nas catracas funciona. Tem muita coisa para melhorar com relação a serviços, bares, restaurantes, começaram a explorar mais o espaço com shows antes. Com relação ao campo, ao que a torcida proporciona, tudo isso a gente vem evoluindo também. A torcida aprende e faz a festa. A Arena hoje é um sucesso. Tem problemas ainda do entorno, que eu acho que é o Belo Horizonte inteiro, com relação à acessibilidade, trânsito, horário de jogo, essas coisas assim. Mas eu acho que Belo Horizonte também vai evoluir nesse sentido. Agora será nossa primeira final nacional e que a gente consiga fechar com chave de ouro esse ciclo. Gustavo Giuntini

A principal qualidade é que é um estádio muito bonito, imponente. Passa um ar de modernidade muito grande, comparável aos melhores estádios do Brasil e do mundo. É um salto imenso em relação ao Independência e Mineirão. O estacionamento também é muito bom, apesar de não ser tantas vagas, mas é caro. Em relação a problemas, o principal é a mobilidade urbana, que para acessar o estádio é terrível. Muito pior que o Mineirão, incomparavelmente pior que o Independência. A saída é uma coisa tenebrosa, conseguir táxi, Uber... é muito difícil. Às vezes me desanima. É uma coisa também da prefeitura. Existe uma outra dificuldade que diz respeito aos espaços internos, sobretudo de circulação em frente ao vidro. Acaba gerando o ponto cego, que não é o ponto cego da estrutura da construção, mas é do comportamento do torcedor de ficar em pé e o Atlético faz pouca vista em relação a isso. Ninguém impede que as pessoas assistam em pé, isso o clube tem sido negligente. E o preço exorbitante que tem levado a um processo de elitização do acesso à Arena. André Souza

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