Engenheiro fez 1º gol no gramado que ele mesmo cuida e que recebe o Brasil

O engenheiro agrônomo responsável pelo Mangueirão é Raimundo Mesquita, ídolo do Remo e que marcou o primeiro gol da história do estádio. O local recebeu três treinamentos da seleção brasileira nesta semana.

O que aconteceu

Raimundo Mesquita se formou engenheiro enquanto foi jogador do Remo. Ele tinha na cabeça que precisava terminar a carreira com uma nova profissão engatilhada.

Após atuar no Atlético de Portugal, Mesquita foi para o Remo em 1974 e colocou no contrato: o clube o ajudaria na formação acadêmica. Havia uma cláusula para permitir seus estudos.

Ele estudou entre um treino e outro e passou na Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP), que hoje é chamada de Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), em Belém.

A faculdade não era paga, mas o Remo ajudava Mesquita nos deslocamentos. Ele jogava e pegava o avião no mesmo dia para não perder aula, enquanto os atletas voltavam no dia seguinte.

Aluno aplicado, Mesquita não deixou os estudos atrapalharem a carreira no futebol e vice-versa. O ex-atacante é ídolo do Remo e também teve boa passagem pelo rival Paysandu.

Eu era o responsável pelo sustento da minha família, desde jovem pensava em me formar sim ou sim. Foi difícil demais, não tinha regalia, não. Eu tinha que conciliar, não podia perder treino nem aula. Era faculdade federal, não tinha boi. Estudava na concentração, estudava no voo. Mas valeu a pena. Foi muito bom ter terminado a carreira de jogador já sabendo o que eu faria e como continuaria ajudando a minha família Raimundo Mesquita, ao UOL

Do campo para o gramado

Quando pendurou as chuteiras, o atleta utilizou a experiência de campo para entrar no mercado de trabalho. Hoje, ele é o responsável técnico pelo Mangueirão e presta consultoria para outros estádios da região.

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O bom gramado do Mangueirão foi elogiado pelo técnico Dorival Júnior, que deu um boné da seleção ao ídolo do Remo. A grama já havia sido elogiada quando o Brasil recebeu a Bolívia, pelas Eliminatórias, no ano passado.

A dificuldade é grande diante de muito calor e chuva e Belém, mas o palco está sempre bem cuidado. Para piorar, um show recente da Ludmilla deixou o gramado ruim. Houve, porém, tempo hábil para consertar.

O Dorival veio elogiar, me deu um boné e agradeceu. Eu fiquei muito feliz. É um trabalho minucioso, diário, a gente irriga quando falta água, cuida quando chove, é muito calor, umidade, shows. A gente cuida desse gramado como um filho. Demos um gás danado para receber a seleção no melhor estado possível. Todos trabalharam até 0h. Valeu a pena

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