Gabigol quis camisa de Zico e foi a vestiário em jogo com climão e silêncio
Afastado da partida desta quarta-feira contra o Atlético-MG, Gabigol pediu uma camisa de Zico para usar em dia de torcedor no Maracanã, foi até o campo no aquecimento e esteve no vestiário antes de a bola rolar. Agora, o Flamengo espera colocar panos quentes na situação para a reta final da temporada.
O que aconteceu
Gabigol disse que ia para a arquibancada, mas não aconteceu. Por orientações diversas, o jogador desistiu da ideia que apenas jogou no ar após a nota do Flamengo comunicando sobre o afastamento.
Para ir ao jogo, ele quis vestir uma camisa em referência a Zico. O modelo de mangas longas e mais clássico foi levado até ele por pessoas próximas. Nas redes sociais, marcou o maior ídolo da história do clube, de quem é amigo.
Gabriel esteve no vestiário com os companheiros. Ele chegou mais tarde que o previsto ao Maracanã e foi direto para o campo, onde o time aquecia. Ouviu alguns cantos da torcida e ficou conversando com funcionários do Fla, especialmente Luiz Carlos, gerente de futebol do clube. Depois, voltou para dentro, onde participou da reza do elenco antes de a bola rolar. De acordo com o Flamengo, o atacante está apenas afastado, não impedido de ir aos jogos. Por isso foi ao campo mesmo afastado e treinou normalmente nos últimos dias.
O camisa 99 assistiu ao jogo de um camarote dele, próximo ao setor norte do Maracanã. Por lá, não teve reações excessivas, sendo mais expressivo no momento do pênalti perdido por David Luiz. Cantou algumas músicas da torcida, riu dos momentos de Deyverson e conversou bastante com amigos próximos.
Gabigol também atendeu alguns fãs. Ele saiu cercado por seguranças e amigos, mas conseguiu tirar algumas fotos. O que ouviu não foram apenas frases de amor, mas também xingamentos. A atitude de anunciar sua saída do clube logo após o título da Copa do Brasil dividiu opiniões entre os rubro-negros.
Climão, recado claro e silêncio
A partida, porém, não deixou de ser marcada por um climão. Filipe Luís não quis falar antes do jogo sobre a situação e deixou para a entrevista coletiva. Lá, os jornalistas foram comunicados de que ele faria apenas um pronunciamento sobre Gabigol e depois não falaria mais sobre o assunto.
O treinador deixou claro que a decisão de afastar o jogador foi 100% da diretoria. Não houve participação e nem esclarecimento sobre os episódios que teriam ocorrido no vestiário da Arena MRV na final de domingo. Filipe deixou nas mãos dos dirigentes a explicação mais extensa sobre o fato.
Fui comunicado pelo Marcos Braz de que ele [Gabigol] não seria relacionado para os próximos jogos até segunda ordem. Este é um assunto total do Braz, e ele vai explicar para vocêss no momento que ele achar oportuno. Filipe Luís, em entrevista coletiva
Nenhum dirigente, porém, falou. Encarregado da situação, o vice de futebol Marcos Braz não passou pela zona mista do Flamengo. Na saída para o estacionamento, não quis dar entrevistas. O presidente Rodolfo Landim também não foi visto.
O único que pôde ser perguntado sobre o caso Gabigol foi o jovem Evertton Araújo, escolhido do Flamengo para as entrevistas no estádio. Ele, porém, foi orientado a não entrar no tema, gerando um clima de constrangimento geral. O volante olhou várias vezes para os assessores para entender se deveria responder, e os profissionais avisaram que o garoto não falaria.
O Flamengo folga nesta quinta e sexta-feira. No sábado, se reapresenta para iniciar a preparação para o duelo com o Cuiabá, na semana que vem, pelo Campeonato Brasileiro.
A expectativa é que representantes de Gabigol se reúnam com Marcos Braz para amenizar o tema. Depois da troca de farpas, o entendimento é que o cenário não é positivo para ninguém. Ainda há uma chance de Gabriel voltar a ser relacionado e até ganhar uma despedida, mas ainda dependerá dessa conversa.