De volta a Salvador, André era camisa 9 do Bahia até chegar ao Fluminense
O Bahia perdeu André para o Fluminense depois de tirá-lo de um distrito de cerca de seis mil habitantes. O meio-campista atualmente é destaque do Wolverhampton (ING) e está em Salvador com a seleção brasileira para enfrentar o Uruguai na terça-feira (19), na Fonte Nova.
O que aconteceu
André saiu do distrito de Algodão, na cidade de Ibirataia, a 326 km de Salvador, e chegou até o Bahia.
O clube descobriu ele em uma peneira — André tinha 10 anos e era centroavante. O garoto ficou na base do Tricolor até 2013.
Quem indicou André ao Bahia foi Jorge "Beijoca", ídolo do clube. O ex-atacante de 106 gols e seis títulos baianos via em André um centroavante em potencial.
Ainda atacante, André chamou a atenção do Fluminense em um torneio em Bom Jesus da Lapa quando foi artilheiro. O convite para mudar de Tricolor foi aceito pela família.
A estrutura do Bahia era ruim, bem diferente dos tempos de hoje, e o Fluminense deu mais segurança à família. André saiu do estado e se deu conta de que o futebol deixava de ser uma brincadeira.
A adaptação ao Fluminense custou e André esteve perto de ser dispensado até seu caminho mudar entre 2015 e 2016.
Ele virou meio-campista, parte de uma geração que revelou Luiz Henrique, João Pedro e Marcos Paulo. Na nova função, ele decolou.
O volante foi capitão na Copinha e subiu para os profissionais em 2020. Dessa vez, a adaptação foi mais fácil e ele brilhou, virando ídolo e campeão da Libertadores.
A venda de André para o Wolverhampton foi a maior da história do Fluminense: 22 milhões de euros (R$ 134 milhões).
Quando eu vim do aeroporto, passando por trás de onde morava, numa quadra de barro que eu jogava. Passa um filme na cabeça saber que fiz a escolha certa, que saí de casa com 10 anos atrás de um sonho e hoje tenho a certeza que deu certo. É muito gratificante. Para fechar tudo com chave de ouro é o time jogar bem, vencermos, o Brasil estar sendo sempre destaque. Não só ganhar, mas ganhar e convencer. Todos focados nisso, empenhados, e com certeza no final vai dar certo.
André, em entrevista coletiva