Palmeiras: Leila responde sobre cargo na CBF e descarta reforço bombástico

O Palmeiras definirá neste sábado (24) o presidente para comandar o clube até o fim de 2027. Candidata a reeleição e apontada como favorita, Leila Pereira disputará com Savério Orlandi a principal cadeira do clube.

No final de 2021, Leila foi eleita a primeira presidente mulher da história do Palmeiras. De lá para cá, foram sete títulos para conta da dirigente. O que ela pretende fazer para ganhar a eleição e continuar somando troféus? A continuidade no atual trabalho, como conta em entrevista ao Zona Mista do Hernan, do UOL.

"Eu costumo dizer que o grande segredo do Palmeiras é a continuidade, a cada ano nós tentamos sempre melhorar, então essa é a minha ideia, dar continuidade a esse trabalho extremamente vitorioso, extremamente profissional, transparente, onde nós valorizamos demais os nossos profissionais. E aí sempre reforçando, tentando reforçar o nosso elenco e é nisso que eu acredito, é na continuidade, tentando cada dia superar o ano anterior".

"Nós estamos mal acostumados".

Após duas temporadas seguidas conquistando o bi brasileiro, o Palmeiras terminará 2024 apenas com o título do Campeonato Paulista. Para Leila, o ano não deixa de ser bom, apesar de saber do 'vício' da torcida alviverde em levantar a maior quantidade de troféus no ano.

"O problema de ganhar sempre é que a gente fica viciado em ganhar sempre, quer ganhar toda hora e às vezes é impossível. Mas o trabalho é muito bem feito, estou muito feliz, muito orgulhosa de estar à frente de profissionais brilhantes e o que eu luto é pela continuidade desse trabalho. Eu quero sempre melhorar a performance do nosso time em campo. Como? Ganhando jogos e conquistando títulos. Esse ano conquistamos o Campeonato Paulista, um título histórico, há 90 anos que não se conquistava o tricampeonato paulista, mas eu acho, não só eu, como todos os profissionais, os jogadores, a comissão técnica, o meu diretor de futebol, que o ano não acabou ainda".

Futura presidente da CBF?

Leila convive com as notícias ligando seu nome à presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) num futuro próximo. A dirigente, inclusive, chegou a ser a chefe de delegação da seleção nos amistosos contra Inglaterra e Espanha, realizados na Europa. Apesar dos rumores, isso não deve ocorrer.

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A presidente diz que já está realizando seu sonho no futebol: ser presidente do Palmeiras. A sua casa é alviverde e se localiza na Barra Funda. Sendo assim, o futuro da empresária deve passar longe do Rio de Janeiro.

"Eu não penso. Eu sou uma mulher que penso a curto prazo, não a longo. Porque se eu pensasse a longo prazo, eu quando comecei a patrocinar o Palmeiras em 2015, jamais imaginei que eu estaria sentada aqui como presidente desse clube gigante. Então, não adianta você ficar fazendo projetos lá na frente. Ninguém sabe. Então, a vida é agora. Então você trabalha direitinho, não é, o seu dia a dia, que boas coisas virão lá na frente".

"Eu costumo dizer, quando eu fui eleita presidente do Palmeiras, o meu principal objetivo era tornar o Palmeiras cada vez mais vitorioso, mas também, paralelamente, mostrar para o Brasil que é possível administrar de uma forma séria, responsável, transparente, profissional, um grande clube e mesmo assim ser vitorioso. É o que é o Palmeiras e é o que o Brasil vê. O Palmeiras hoje é um exemplo de administração de austeridade. E isso é muito bacana, por isso que muitas pessoas falam para mim: "Leila, você não quer ser presidente da CBF? Não, eu quero ser presidente do Palmeiras".

Reforços sim, mas 'nada bombástico'

Canal UOL: Leila Pereira participou do programa Zona Mista do Hernan
Canal UOL: Leila Pereira participou do programa Zona Mista do Hernan Imagem: Reprodução/Zona Mista do Hernan

O temporada de 2025 reservará um momento marcante na história do Verdão. Afinal, o Palmeiras irá disputar o Super Mundial de Clubes, torneio que contará com 32 equipes e terá duração de cerca de um mês.

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A preparação será diferente, a temporada se iniciará mais cedo e o clube paulista irá se reforçar visando o torneio. Leila garante: o Palmeiras vai contratar novas peças para 2025, mas não trará um nome de peso ou midiático. A presidente, inclusive, vê esse tipo de jogador fugindo do padrão de ideia do Verdão.

"Eu sou contra essas grandes figuras. Não vai ter (para o Mundial). Para mim, as grandes figuras do Palmeiras estão conosco, É esse nosso elenco, que é muito competitivo, que está conosco há algum tempo. É óbvio que estamos, sim, com o planejamento de contratações para o ano que vem, mas nada bombástico. O Palmeiras não trabalha assim".

"Eu não acredito que um atleta resolva a questão de conquista de títulos. O futebol é coletivo. A nossa grande estrela é o nosso elenco. Eu não tenho dúvida disso. Por isso que eu não gosto de endeusar absolutamente ninguém. Porque senão, você endeusa um, os outros falam, então tá, bonitão, vai lá e joga sozinho. Isso não existe no futebol. Isso é muito claro para mim. Você ter bons jogadores com vontade, e é o que nós temos aqui, que nós não desistimos nunca, com vontade de vencer cada vez mais. Então é isso que eu busco, é isso que eu quero, é esse perfil de jogador que nós queremos aqui no Palmeiras".

Críticas injustas sobre reforços

 Felipe Anderson, meia-atacante do Palmeiras
Felipe Anderson, meia-atacante do Palmeiras Imagem: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Diferente de outras temporadas, o Palmeiras foi ao mercado em 2024 e trouxe oito jogadores ao longo deste ano (Aníbal, Bruno Rodrigues, Caio Paulista, Lázaro, Rômulo, Maurício, Giay e Felipe Anderson).

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Apesar do esforço no mercado, a diretoria alviverde e o nomes contratados foram alvos de críticas por parte da torcida do Verdão, que esperava um retorno maior em campo. Leila diz que o trabalho feito pelo clube é assertivo, apesar de entender as cobranças por resultados.

"Claro que são (criticas injustas sobre reforços). Mas eu entendo o torcedor. O torcedor quer ganhar sempre. O torcedor é emoção pura. Mas nós, o dirigente, não tem que ser emoção pura, tem que ser razão pura. Então eu não esquento muito a cabeça com os anseios do torcedor. O que eu quero entregar para o torcedor é o melhor elenco com os melhores resultados. A gente trabalha diariamente por isso, mas às vezes eu não consigo. Por quê? É um jogo. Todos querem ganhar. Eu não vou ganhar sozinho".

A reta final do Brasileirão tem o Botafogo como líder e Palmeiras e Fortaleza na cola do Glorioso. Enquanto tiver chances, o Verdão seguirá sonhando com o tri brasileiro, como afirma a presidente.

"Essas críticas acontecem no Palmeiras, mas em outros clubes também, eu não tenho dúvida que os dirigentes também sofrem com essa ansiedade do torcedor, e o meu trabalho é focar no aqui, dentro da academia de futebol. Eu não vou comprometer os meus compromissos financeiros para ganhar o próximo campeonato, que pode ser que você não ganhe absolutamente nada. Então eu prefiro continuar esse trabalho que temos feito nos últimos anos, que é assertivo, haja vista o número de títulos que nós conquistamos e estamos na luta ainda esse ano para conquistar esse tri brasileiro".

Crefisa: adeus, futebol

Leila Pereira, presidente do Palmeiras, no Allianz Parque
Leila Pereira, presidente do Palmeiras, no Allianz Parque Imagem: Ettore Chiereguini/Agif
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"Essa eu garanto e assino em cartório. A Crefisa e as empresas do nosso grupo só patrocinaram o Palmeiras. Quando nós sairmos do Palmeiras, a gente jamais patrocinará clubes de futebol nenhum".

Prestes a dar entrada a um novo patrocínio máster, o Palmeiras terá a saída da Crefisa, cuja presidente também é Leila Pereira, após quase 10 anos de parceria. A empresa, de acordo com a empresária, nunca mais patrocinará um clube de futebol.

"Temos negociações avançadas, assinadas ainda não. A ideia é anunciar, até em respeito aos nossos atuais patrocinadores, somente no início do ano que vem. Mas uma coisa eu garanto, a Crefisa e a Fam não continuam".

Ao longo da sua história, o Palmeiras teve grandes parceiros comerciais, que ajudaram a colocar o Verdão em outro patamar. Entre 1992 e 2000, a parceria entre o time paulista e a Parmalat foi um período de sucesso, com a conquista de diversos títulos e a criação de uma camisa icônica. A receita se repetiu com a Crefisa anos depois.

A ideia de um clube se autossustentar sem a necessidade de um patrocinador máster já foi levantada, mas Leila vê o 'casamento' com as marcas não só como algo comercial, mas de se criar uma 'era'.

"Ele se sustentou também aos trancos e barrancos, né? Cheguei para patrocinar o Palmeiras em 2015. O Palmeiras estava sem patrocinador há dois anos. Então, a gente tem que valorizar muito os nossos patrocinadores, que eles ajudam demais. Mas eu acredito que eu não vou ter problemas. A camisa do Palmeiras é uma camisa muito procurada, é uma marca muito apreciada no mercado por tudo que nós fizemos nesses últimos dez anos. Na verdade, um patrocinador do Palmeiras não é só um patrocinador, ele inicia uma era, você vê que até hoje fala assim, A era Parmalat. Eu não tenho dúvida nenhuma que vai se falar da era Crefisa. Então, vamos iniciar uma nova era".

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O Zona Mista do Hernan, apresentado pelo colunista do UOL André Hernan, vai ao ar às segundas-feiras, às 12h, no canal do UOL Esporte no YouTube.

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