'Pinóquio', ataques, profissionalização: o debate de candidatos do Flamengo

Em debate promovido pela ESPN, os candidatos à presidência do Flamengo tiveram a oportunidade de falar sobre as propostas eleitorais no clube. O que se viu durante duas horas foram ataques pessoais e alguns assuntos centrais entre Luiz Eduardo Baptista, o Bap, Maurício Gomes de Mattos e Rodrigo Dunshee.

O que aconteceu

O debate teve uma série de momentos com troca de farpas entre os candidatos. Maurício Gomes de Mattos, por exmeplo, chamou Rodrigo Dunshee de "Pinóquio do mal" e covarde. Houve críticas especialmente nos assuntos sobre futebol, SAF e estádio.

A votação para o novo estádio do Flamengo e a SAF foram temas de maior atrito. Dunshee acusou MGM e Bap de serem contra a nova casa do clube rubro-negro e terem aliados que foram embora na votação do terreno.

Todos eles fizeram parte da gestão de Rodolfo Landim até este ano. Por isso, esse foi outro ponto de discordância. Dunshee e Bap se acusaram de implorar pelo apoio do atual presidente, enquanto Maurício acusou a gestão de não abrir espaço para o debate de propostas.

O tema SAF também foi abordado. Bap chamou o candidato da situação de mentiroso e afirmou que Landim sugeriu várias vezes a venda do clube. Dunshee, por outro lado, afirmou que quem defendeu isso foi o antigo aliado. "Você falava de SAF o tempo inteiro", afirmou. Durante o debate, o perfil de Dunshee nas redes sociais publicou a proposta oficial enviada por Claudio Pracownik (parte da chapa de Bap atualmente). Em resposta, Pracownik afirmou que "o próprio título do contrato explica tudo: CONTRATO DE ASSESSORIA! Pena que o Rodrigo Dunshee mesmo sendo advogado não saiba ler ou entender sua natureza! Estaria assessorando a quem? Ao Flamengo! Porque? Porque eles me pediram essa proposta e essa era a razão de ser da minha empresa".

Dunshee defendeu que a profissionalização no futebol não resolve tudo. Ele citou Rodrigo Caetano como exemplo de má gestão. O candidato também garantiu que em um novo diretor após a saída de Marcos Braz, que teria características de bom diálogo com campo e jogadores. O atual VP jurídico e geral do Fla também disse que "a tradição do Flamengo é trocar de treinador" e defendeu que o novo estádio dará um grande ganho esportivo. "O Flamengo joga no Maracanã que é um campo neutro. Todo mundo que vem pro Maracanã fica muito tranquilo", disse. Ele ressaltou muito os seis anos vencedores do rubro-negro.

Já Bap defendeu uma profissionalização no futebol. Além disso, com relação ao colégio eleitoral, ele afirmou que qualquer mudança foi barrada: "A tecnologia permite, quem é sócio e mora fora deveria votar. Sobre segunda-feira, pelo que ouvi, a escolha se deu porque historicamente a presença é maior segunda do que no fim de semana". Sobre abaixar o preço das camisas do Flamengo e pensar em torcedores de baixa renda, ele afirmou que vai buscar novos negócios para levar adiante produtos de "segunda linha".

Maurício atacou a falta de profissionalismo no Fla na conduta com Gabigol. Ele disse que Dunshee não defende um futebol profissional e elegeu o desfecho como ruim. Mas ressaltou: "ninguém está acima do Flamengo". Ele evitou falar em grandes contratações para o Mundial de Clubes e optou por falar sobre a estrutura que pretende implementar no departamento.

Dunshee e Bap foram os que mais se atacaram. Em certo momento, o candidato da situação afirmou que não estaria lendo uma "colinha" e que é "ridículo" afirmar que ele estava mentindo. Também disse: "Filipe Luís que você deveria pedir desculpas porque se referiu a técnico como cachorro". O nome da oposição respondeu: "Não responde absolutamente nada porque não entende. Não tem planejamento, falta processo, preferência por amigos, formação de base caindo. Declínio evidente nos últimos dois anos. Ninguém chamou o Filipe Luís de cachorro. Você mente um dia sim e o outro também. Não tem conteúdo, estrutura e nem estofo para ser presidente".

Dunshee também atacou MGM por estar aliado à antiga gestão de Bandeira de Mello que perdeu títulos. Em retorno, Maurício afirmou que Dunshee se confunde com Landim. "O apoio de Eduardo Bandeira de Mello e Marcio Braga muito me honra. Não seja ingrato. A torcida sabe o que essa gestão fez pelo Flamengo, lamentável a sua pergunta". "Esportivamente foi muito mal, ele falhou. Qual a lógica de uma gestão que não venceu dizer que amadora é a gestão que venceu?", disse Dunshee.

Bap foi criticado pelos dois adversários sobre morar em São Paulo. "Tenho dúvida se vai comandar o Flamengo de São Paulo remotamente", disse MGM. Bap respondeu afirmando que vai morar no Rio de Janeiro se for eleito.

A eleição do Flamengo acontece no dia 9 de dezembro.