Filipe Luís não quer que Flamengo relaxe e revela jogadores com virose

Filipe Luís garantiu que o Flamengo não vai relaxar no Campeonato Brasileiro após garantir a vaga na Libertadores com o título da Copa do Brasil. O treinador também revelou que alguns jogadores estão sofrendo com uma virose no clube.

Eu não vejo outra forma de viver a vida sem dar o melhor. É em tudo. Tentar ganhar, fazer o melhor e dar o máximo. Esse sou eu e já falei aos meus jogadores que não permito em nenhum momento que eles relaxem. Isso é um cultura de treino que tenho na mente, aprendi com o Simeone e transmito. E eles não se relaxaram. Durante a Data Fifa, foram muito bons os treinos. Esse período é delicado, faltam muitos companheiros, temos a tendência em relaxar, mas eles não. Quase não precisei falar sobre isso. É fácil. Quando joga em time grande, a vantagem e virtude é que você é exigido todos os segundos ao máximo. Esses jogadores já passaram por isso de relaxarem e serem cobrados, ouvimos vaias depois de ganhar Libertadores e Brasileiro em 2019 para o Rodinei. Não podemos baixar nunca a guarda nesse clube. Poderíamos ter perdido o jogo, mas a postura que vi em campo é a que eu quero. Não é fácil jogar aqui, mas a postura foi ideal. Filipe Luís

O que mais ele disse?

Desfalques: "O planejamento dessa semana foi em função dos jogadores que treinaram. O Gerson nós soubemos na imprensa que seria titular, ou seja, descarte. Não poderia jogar hoje de novo. O Varela a princípio estava relacionado, falei com ele e me disse que seria titular. Também preferi não trazê-lo. O Plata jogou em Barranquilla 60 minutos, não era capaz de vir. O último caso era do Léo Ortiz. Iriam jogar Fabrício e Léo [Pereira] que treinaram a semana inteira e viram todos os comportamentos, plano de jogo, além de Cleiton e David. Só que o David ontem passou mal, teve uma virose. Muitos dos jogadores no vestiário estão assim, alguns filhos nossos também. Mas jogaram no esforço. Caso do Bruno Henrique e Allan. Eu confio no Cleiton. Foi decisão minha dizer que não precisava do Léo Ortiz ao clube. Acredito que não posso correr riscos nessa reta final. O Léo mudou a metodologia de treinos essa semana com a seleção, então é sempre um risco grande jogar porque não iria dormir essa noite"

Base: "A vantagem que tenho de ter trabalho no sub-17 e sub-20 é essa. Conheço todos os meninos que estão no clube, sei o que podem render. Sou um treinador que me guio muito pelos treinos. Revejo a gravação dos treinos quando chego em casa para entender como foram os comportamentos. O Guilherme e o Matheus treinaram juntos nesta semana. Uma das minhas questões essa semana foi deixar o Matheus fora para ter uma troca imponente no segundo tempo. Sei que não entrou da melhor forma, não foi a melhor versão do Matheus, mas os dois se deram bem juntos. Conheço bem o Gui. Quis colocar ele contra o Fluminense, mas não senti confiança. Tenho que ter cuidado para não queimar os meninos. Não esperava que fosse fazer o gol e jogar solto como foi. Mas tenho muita confiança. Acho que foi titular em todos os meus jogos do sub-20. Confio nele, no Matheus e muitos outros que estão subindo e tendo oportunidade. Vão ajudar nesse período"

Finalizações: "O gol é um assunto delicado. Da parte que me compete é bom para mim porque o time está criando. Quer dizer que o trabalho está sendo bem feito na parte ofensiva. Às vezes estamos pecando em fazer gols. Da minha parte, o que posso fazer é dar treinos, finalização, comportamentos, conceitos e essa vivência perto do gol para eles se sentirem mais frios. Mas a melhor forma de esquecer e melhorar esse assunto é não falar dele. Só treinar. Não falar que temos uma falta de gols. Até porque quando ganha e perde são todos. A postura dos jogadores em campo foi incrível e às vezes não se traduz com bola na rede. Michael, Bruno Henrique, Ayrton e Alcaraz tem muito gol. As vezes a bola não entra, mas o mais importante era a vitória"

Libertadores 2019: "Eu não gosto de falar do passado e dos títulos que ficaram para trás. Não vivo disso e não quero. Tenho uma réplica do troféu lá em casa, não está na sala, não fico olhando, não está em lugar visível porque gosto de esquecer o passado e ganhar o novo. Mas no título, na noite anterior em Lima, foi a primeira vez na carreira que significava demais para mim o título. Mais do que o normal. Meu sonho sempre foi ganhar a Champions, não consegui, mas poder conquistar a Libertadores com meu clube do coração significava demais. E vocês viram meu jogo, não foi o melhor. Não consegui separar a emoção da razão nesse dia, mas conseguimos a vitória. Sou grato pela oportunidade que me deram e de fazer parte desse grupo. Mas agora prefiro estar em outra função, fazer outra história, dar alegria e sentir essa comunhão inesquecível com a torcida"