Flamengo de 2019 criou ídolos, formou treinador e virou parâmetro no Brasil

Se tornou comum a comparação sempre que um time se destaca no futebol nacional: são melhores que o Flamengo de 2019? Com uma campanha histórica no Campeonato Brasileiro e o título emocionante na Libertadores, os comandados de Jorge Jesus subiram o sarrafo, viraram referência e formaram a nova geração de ídolos do rubro-negro. Neste 23 e 24 de novembro, o clube comemora cinco anos do final de semana que conquistou duas taças em dois dias e pressionou o próprio clube para o futuro.

O que aconteceu

O Fla tinha acabado de fazer a celebração da Libertadores na Avenida Presidente Vargas quando foi campeão brasileiro sem nem entrar em campo. Muitos rubro-negros, inclusive, ainda nem tinham conseguido voltar de Lima, onde foram para presenciar a conquista após 38 anos.

Cinco anos depois, esse time se transformou no alvo. Subiu a cobrança até dentro do Flamengo, que se tornou refém do próprio sucesso e ainda não conseguiu repetir uma temporada tão incontestável e brilhante como aquela. No futebol brasileiro, os times que se destacam sempre acabam comparados a essa equipe. Os investimentos aumentaram, assim como o sucesso de treinadores portugueses.

As heranças positivas foram muitas, mas o legado aumentou a pressão nos anos seguintes. Em 2022 foi quando o Fla chegou mais perto de algo daquele tipo ao conquistar a Libertadores de forma invicta e a Copa do Brasil. A constante necessidade de achar um treinador como Jorge Jesus e o fantasma do português quando ficava livre no mercado nunca abandonaram o clube.

Aquele Flamengo teve apenas nove derrotas em 74 jogos. Foram 150 gols marcados e 64 sofridos. Gabigol viveu o melhor ano da vida com os 43 gols feitos, seguido por Bruno Henrique, com 35. No Brasileirão, fez incríveis 90 pontos e não perdeu jogando em casa. Foram vários recordes empilhados.

Geração de ídolos no fim

O Flamengo de Zico, Júnior e companhia virou também o Flamengo de Gabigol, Bruno Henrique, Arrascaeta e outros daquele elenco. Apesar de aquele time ideal só ter atuado oito vezes junto, aqueles nomes entraram para a história.

Na final da Libertadores, o Fla entrou em campo com: Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís; Willian Arão, Gerson, Everton Ribeiro e Arrascaeta; Bruno Henrique e Gabigol.

Hoje, apenas Gerson, Arrascaeta e Bruno Henrique devem permanecer no time para 2025. Os três, inclusive, são os principais capitães do time e liderança forte no vestiário. O camisa 8 foi para a Europa e retornou para assumir o papel ainda maior como grande nome de 2024. Gabigol está de saída e Filipe Luís retornou como treinador.

Continua após a publicidade

A história do novo treinador também foi moldada por 2019. Bem-sucedido antes na carreira, ele chegou ao Flamengo para solucionar o problema na lateral-esquerda e conheceu Jorge Jesus, que virou sua referência e mentor. Hoje, reproduz vários hábitos que aprendeu com o português durante aquela temporada.

Eu não gosto de falar do passado e dos títulos que ficaram para trás. Não vivo disso e não quero. Tenho uma réplica do troféu lá em casa, não está na sala, não fico olhando, não está em lugar visível porque gosto de esquecer o passado e ganhar o novo. Mas no título, na noite anterior em Lima, foi a primeira vez na carreira que significava demais para mim o título. Mais do que o normal. Meu sonho sempre foi ganhar a Champions, não consegui, mas poder conquistar a Libertadores com meu clube do coração significava demais. E vocês viram meu jogo, não foi o melhor. Não consegui separar a emoção da razão nesse dia, mas conseguimos a vitória. Sou grato pela oportunidade que me deram e de fazer parte desse grupo. Mas agora prefiro estar em outra função, fazer outra história, dar alegria e sentir essa comunhão inesquecível com a torcida.
Filipe Luís

Deixe seu comentário

Só para assinantes