Rodada tem flashback e jogo importante que nem era do Brasileirão
Flashback, déjà-vu, TBT... Chame do que quiser, mas o fato é que o Brasileirão trouxe uma sensação de que já vimos esse filme. Pelo menos em relação à luta pelo título, envolvendo Palmeiras e Botafogo.
O campeonato tem um novo e conhecido líder: o Palmeiras, atual bicampeão.
E a repetição do enredo, pelo menos até agora, é justamente o saldo da 35ª rodada. A ultrapassagem sobre o Botafogo, que vinha liderando com certa folga, mas acumula algumas derrapadas. A mais recente, o empate com o Vitória no Nilton Santos.
E mais do que isso. A tabela ainda colocará os dois frente a frente no Allianz Parque terça-feira, em jogo com cara de final.
Ano passado, foi um Botafogo x Palmeiras que simbolizou a arrancada de um e a derrocada do outro. Melhor para o lado verde.
Agora, a vitória magra do Palmeiras, com gol de Raphael Veiga, deixou o time na ponta, graças ao maior número de vitórias. Uma a mais do que o Botafogo.
A cena da tensão durante o segundo tempo no banco do Botafogo só foi amenizada, parcialmente, pelo gol contra de Wagner Leonardo — que empatou o jogo. Antes, Alerrandro tinha aberto o placar, deixando o Nilton Santos aflito.
Foi uma rodada, inclusive, em que a Série A voltou sua atenção para outras competições: Sul-Americana e Série B. No sábado, será a vez de olhar para a final da Libertadores e seus impactos. Inclusive para o próprio Botafogo.
A rodada vai ficar completa só após os jogos de terça (Fluminense x Criciúma e Fortaleza x Flamengo) e quarta (Cruzeiro x Grêmio).
Abel pé no chão
Num fim de semana em que Leila Pereira foi reeleita presidente por mais três anos, o Palmeiras deu esse salto significativo na briga pelo título e tem um jogo em casa para potencialmente resolver a disputa. Mas o técnico Abel Ferreira adotou um discurso de pé no chão.
O Botafogo tem um time brilhante, um treinador excelente e grandes jogadores. O mais importante é o próximo jogo, e o próximo é o Botafogo. Esta era nossa final, agora faltam mais três. Vamos continuar, o jogo mais importante agora é o próximo, em casa, contra o Botafogo. Conseguimos a mesma pontuação do ano passado, temos que continuar a nos superar. Respeito máximo ao Botafogo e terça-feira é mais uma batalha, faltam três Abel Ferreira
Confiança no lado de Textor
John Textor, dono da SAF Botafogo, acompanhou in loco o empate com o Vitória. Manteve a pose, apesar do tropeço em casa, até projetando uma boa partida do Botafogo diante do Palmeiras para retomar a liderança.
Não acredito que Botafogo e Palmeiras vão ganhar por algum critério de desempate. Estamos empatados em 70 pontos, vamos para São Paulo, gostamos de jogar no estádio deles, vamos bem no estádio deles. Infelizmente, nos últimos jogos não conseguimos os três pontos, é frustrante, muita posse, muitos chutes, muita qualidade. Estamos onde estamos. Gostamos de enfrentar o Palmeiras John Textor
Cruzeiro se atrapalha
O Cruzeiro esteve no centro da discussão sobre como será o desenho da Libertadores 2025. O time de Fernando Diniz poderia definir o próprio destino se vencesse o Racing na final da Sul-Americana e ainda abrir a possibilidade de G9 no Brasileirão.
Rivais de olho por causa do efeito cascata. E o Cruzeiro perdeu.
Ironicamente, se começou o fim de semana com duas frentes para classificação à Liberta, o Cruzeiro está muito mais pressionado. Com um jogo a menos, está empatado com o Bahia e o Corinthians, que ganhou do Vasco. Ou seja: o Cruzeiro "sabotou" o G9 e corre sério risco de acabar em nono no Brasileirão.
16 jogos invicto do Inter
O Internacional é aquele time que dá a sensação: "Ah, se tivesse mais uma ou duas rodadas, poderia bater campeão".
A goleada sobre o Red Bull Bragantino por 4 a 1 reforça isso. E o time treinado por Roger Machado chegou à marca de 16 jogos de invencibilidade. Pulou para terceiro, está cinco pontos atrás de Palmeiras e Botafogo. E olha que sofreu consequências por causa da enchente no Rio Grande do Sul.
Para os colorados, pena que pode não dar tempo.
Rafael Paiva demitido
Teve demissão de treinador na rodada. E foi do (interino?) Rafael Paiva, do Vasco. Quatro derrotas seguidas, a mais recente para o Corinthians, com o time levando um passeio logo no começo. Acabou 3 a 1, o suficiente para custar o cargo do treinador.
O Vasco perdeu contato com a turma que sonha com a Libertadores e vai tentar uma guinada improvável nas rodadas que faltam.
Lucas Moura conhece do riscado
São Paulo e Atlético-MG fizeram um jogo de primeiro tempo intenso e emocionante. O Galo abriu 2 a 0, e o São Paulo empatou. Mesmo sem fazer gol, a sensação que o torcedor tricolor ficou foi: "Como joga o Lucas Moura!". O passe milimétrico para o gol de André Silva merece destaque.
O primeiro rebaixado
A rodada sacramentou um cenário que estava desenhado há tempo: o Atlético-GO é primeiro rebaixado à Série B 2025. Curiosamente, foi às custas do time goiano que o Palmeiras assumiu a liderança. É o quarto rebaixamento do Dragão desde 2012. O time tem vivido uma rotina de ioiô.
O Dragãochegou a ser campeão goiano, emplacou a maior sequência de vitórias de sua história (15). Só que a temporada acaba com um Brasileirão melancólico: 35 jogos, seis vitórias, oito empates e 21 derrotas. Até agora.
Quem subiu
Se teve o olhar para a Sul-Americana, a rodada do Brasileirão também teve foco no que aconteceu na Série B. Com uma reta final emocionante, Sport, Ceará e Mirassol confirmaram o acesso. O trio se junta ao Santos.
Faltou espaço para o Novorizontino, que perdeu para o Goiás na última rodada e, apesar de ter chegado a liderar a Segunda Divisão, não conseguiu o acesso. Fica para a próxima.