Corinthians: Intermediário da Vai de Bet apagou celular entregue à Polícia

Alex Fernando André, mais conhecido como Cassundé, apagou os dados do celular que foi entregue à Polícia Civil de São Paulo, em junho deste ano. O empresário, que é investigado, consta como intermediário do contrato envolvendo Corinthians e Vai de Bet.

O que aconteceu

Na última segunda-feira (25), o relatório de análise do celular de Cassundé concluiu que o aparelho foi formatado no dia seguinte ao início das primeiras medidas investigativas, em dia 30 de maio. O inquérito que investiga irregularidades no contrato entre o clube alvinegro e a casa de apostas é conduzido pelo delegado Tiago Correia, da 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), em São Paulo.

Fontes afirmam que Cassundé pode ter obstruído a Justiça, uma vez que a análise sugere que os dados foram apagados por possível temor do investigado. Isso deve contar em desfavor do empresário no inquérito.

Dentre as conversas recuperadas, duas chamaram a atenção dos investigadores. Uma delas com um contato nomeado como "Vavá" e outra com o contato "Amor". O segundo número foi atribuído à esposa de Cassundé, Luciana.

Em um dos diálogos, Vavá encaminhou a seguinte mensagem, sem data associada: "Papéis que a Alessandra pediu pra queimar". Alex tem uma irmã chamada Alessandra Andreia dos Santos Tonini, que foi citada em apontamentos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) por ter feito depósitos em espécie.

Na conversa com a esposa, Cassundé tenta tranquilizá-la, uma vez que demonstra medo com o início das investigações. Em mensagem por áudio, Luciana diz que tem "medo de perder" o marido. O diálogo aconteceu no mesmo período em que a imprensa passou a noticiar o caso, em 10 de junho.

"Sabe uma coisa que eu mais fiquei com raiva Leco? Porque você sabe que eu tenho medo de perder. Você sabe disso? Eu fico com medo de perder você, de perder, de te perder".
Trecho do relatório da Polícia Civil, com transcrição de áudio da esposa de Cassundé

Cassundé reconhece a gravidade da situação e cita um aprendizado. "Então pare de ficar com medo! Tudo será resolvido! E essa situação me ensinou mais uma coisa que não quero pra mim e minha família", diz a transcrição do áudio.

O UOL procurou a defesa de Cassundé, que não se manifestou. Caso haja resposta, este texto será atualizado.

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Extrato bancário localizado

Na análise, um extrato bancário da empresa Rede Social Media Design Ltda. também despertou a atenção dos investigadores. Consta um saldo disponível de R$ 45.491,70 no arquivo.

O comprovante do Banco Santander exibe transações financeiras do período de 17 de março a 31 de março — época em que a empresa de Cassundé recebeu pagamentos do Corinthians e depois remeteu a maior parte deles para a empresa laranja Neoway Soluções Integradas.

De acordo com fontes, as datas batem com o período em que Rede Social recebeu valores do suposto contrato de intermediação. Porém, as transferências ainda precisam ser verificadas com o banco.

De todas as agências bancárias oficiadas pela polícia, apenas a Caixa disponibilizou os dados financeiros solicitados. Segundo investigadores, a data limite para a entrega desses já foi ultrapassada em mais de um mês.

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