Líderes foragidos e duas prisões: emboscada da Mancha completa um mês
Do UOL, em São Paulo
27/11/2024 10h00
A emboscada da Mancha Verde a ônibus com cruzeirenses da Máfia Azul, que deixou um morto e 17 feridos, completou um mês nesta quarta (27). Foram realizadas duas prisões desde então, o caso trocou de delegacia dentro da Polícia Civil e líderes da organizada seguem foragidos da Justiça.
O que aconteceu
A Polícia prendeu, na última segunda-feira (26), o segundo palmeirense envolvido no ataque. As autoridades cumpriram um mandado de prisão temporária e capturaram Jeovan Fleury Patini em Mairiporã, cidade onde ocorreu a emboscada. Ele será ouvido e permanecerá detido.
O intervalo entre as duas prisões realizadas até o momento foi de 26 dias, e ambos não estão entre as lideranças já identificadas. Em 1º de novembro, Alekssander Ricardo Tancredi foi identificado e localizado na Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo. Ele foi indiciado por homicídio e mais quatro crimes e segue preso.
Cada uma delas foi realizada por uma delegacia diferente. A primeira prisão foi feita em operação encabeçada pelo Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégias), quando o caso ainda estava com a Drade (Delegacia de Repressão Aos Delitos de Intolerância Esportiva), que iniciou a apuração e identificou os primeiros suspeitos. Na semana seguinte, a investigação deixou a unidade especializada e passou para o DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), ficando com a 3ª Delegacia de Investigações de Homicídios Múltiplos.
O presidente da Mancha, Jorge Luis Sampaio, o vice e outros líderes da organizada que tiveram prisão temporária decretada estão foragidos. Eles não foram encontrados pelas autoridades em nenhum dos endereços no cumprimento da primeira leva de mandados expedidos no início de novembro.
A Polícia mapeou que cerca de 150 palmeirenses participaram da emboscada. As autoridades chegaram aos nomes dos mandados após identificação por imagens de câmeras de monitoramento e também por meio de materiais apreendidos nas operações.
Passos lentos
O UOL apurou que a mudança de delegacia ocorreu porque a Drade tem menos recursos. A troca de delegacia ainda coincidiu com o caso da cabeça de porco arremessada no gramado da Neo Química Arena durante o clássico entre Corinthians e Palmeiras. A investigação foi liderada pelo delegado Cesar Saad.
O DHPP trata o caso como complexo, o que pode faz com que o inquérito avance mais lentamente. O trabalho policial necessário demanda mais investigação e a realização de novas diligências, como mandados de busca e apreensão, para então embasar novas ações.
A Polícia seguiu colhendo depoimentos de testemunhas e analisando os materiais apreendidos. A investigação trabalha para realizar mais prisões.