Ricardo Rocha vê brasileiro descrente e lamenta: 'Perdemos os meias'
Tetracampeão do mundo em 1994, Ricardo Rocha vê a seleção brasileira em momento muito difícil.
O que aconteceu
Ricardo Rocha entende que o torcedor está descrente com a seleção a menos de dois anos para a Copa do Mundo de 2026.
O ex-zagueiro crê que um dos problemas é a ausência de meias. Ele vê Neymar como única opção para a posição.
Ele também vê excesso de estrangeiros e acredita que os jogadores da seleção precisam ser mais auto-críticos. Sem citar Raphinha, Ricardo Rocha lembrou da entrevista "jogamos para c..." após o empate com o Uruguai.
O torcedor está descrente total. O Brasil hoje é quinto, imagina se classificasse quatro. Todos perto. Precisamos juntar. Eles ganham as copas, nós fora vamos apoiar, eu amo a seleção e vou ajudar no que for possível. É Dorival fora e eles em campo. Jogam nos clubes, mas pouco na seleção. Um ou outro Ricardo Rocha, durante congresso em Santos
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SAFs
"A chegada das SAFs é importante. A dívida aumenta cada vez mais. SAF veio para ficar. A SAF do Vasco vocês viram, eu sempre peço calma. Tem que estudar bem o procedimento. Pressa enorme para dinheiro e contratação".
Saída dos jovens
"Jogadores temos, mas algumas coisas acontecem e eu não gosto. Joguei, sei o que é, e hoje no Brasil tem muito estrangeiro. Isso é muito ruim. Não conseguimos revelar jogadores. Saem muito cedo. Os jogadores revelados são vendidos antes dos 18 anos. Vocês viram o Neymar aqui, que com 17 anos os clubes vieram e ele ficou mais três anos. Foi muito bom para a carreira. Os jovens não se firmam no primeiro ano às vezes. Neymar saiu com Libertadores, Campeonato Brasileiro jogados. Temos que mudar o número de estrangeiros. É exagerado. No Real Madrid podia ter três na minha equipe. Isso prejudica o futebol brasileiro".
A falta dos meias
"Temos outro problema enorme aqui que é não descobrir meias. Os nossos meias simplesmente jogam pelas bandas. Na base jogam de meia e no profissional de pontas. Trouxemos o Almada, muito bom, e na Argentina temos esses bons baixinhos. Não podemos encontrar um Almada aqui? Estamos rezando para o Neymar melhorar e fazer essa meia. Estêvão, como o Vanderlei Luxemburgo disse, joga aberto. Perdemos os meias. Cada um vai dar uma opinião, precisamos jogar uma bomba e ver o que estamos errando. Descobrimos jogadores, mas ninguém tem um meia. Isso me preocupa. Quem é o meia do futebol brasileiro hoje? Todos são de fora. Não vemos jovens com capacidade. Estêvão precisa jogar pelo meio. Chegar na base e querem ganhar títulos. Meu irmão, tem que revelar. Vemos o Palmeiras. Ótimo cara de base, precisa de dois anos para descobrir mais um meia. Ele tem essa meta e investe muito. Quais são os nossos laterais? Tivemos craques e pagamos o preço. Quem são os zagueiros titulares? Temos muita dificuldade atrás e no meio do que na frente".
Seleção brasileira em baixa
"Vi um atacante falando que a seleção jogou muito bem. Viu um jogo que não vi. Não adianta querer enganar o torcedor com palavras. Não estamos jogando bem. Saí daqui em 1994 desacreditado e fomos campeões, assim como em 2002. Tivemos uma evolução que não vejo hoje. Evoluímos pouco. O Rodrygo falou e foi perfeito: "Precisamos conquistar títulos e performance nos clubes e transformar isso na seleção". Muitos jogam no clube e não na seleção. Romário, Bebeto, Aldair, Márcio, Jorginho, todos jogaram bem no clube e na seleção. A gente via uma crescente. Crescemos em Recife no 6 a 0 para a Bolívia, hoje não vemos evolução. Acredito no Dorival, nos jogadores, mas temos que pensar no que falamos. Esperança é mínima".
Torcedor sem esperança
"Vimos na Bahia, ingresso é alto e a CBF errou, mas o torcedor está descrente total. O Brasil hoje é quinto, imagina se classificasse quatro. Todos perto. Precisamos juntar. Eles ganham as copas, nós fora vamos apoiar, eu amo a seleção e vou ajudar no que for possível. É Dorival fora e eles em campo. Jogam nos clubes, mas pouco na seleção. Um ou outro".