Abel joga toalha e não crê em ajuda: 'Vocês conhecem o futebol brasileiro'
O Palmeiras evitou o título do Botafogo nesta rodada do Brasileirão com a vitória de virada sobre o Cruzeiro, mas Abel Ferreira afirmou que o campeonato "já está praticamente definido".
Para ficar com o tricampeonato consecutivo, o Alviverde precisa vencer o Fluminense no Allianz Parque na última rodada e ainda torcer para o Botafogo perder para o São Paulo no Nilton Santos — o que na opinião de Abel não vai acontecer.
O que ele disse
O planejamento [do ano que vem] está feito e vocês no devido tempo irão saber. Todos os jogadores têm contrato, portanto ninguém vai embora se não quiser. Seja qualquer um dos jogadores que vocês falam. Mais do que falar nisso é falar da nossa entrega, qualidade, resiliência. Estamos com uma série de 15 jogos que perdemos dois e vamos lutar até o fim, mas sabendo que já está praticamente definido o que vai acontecer. O Botafogo vai jogar em casa e vocês conhecem o futebol brasileiro. Se temos que nos queixar de alguém é de nós, no jogo que tivemos em casa não fomos competentes o suficiente para fazer o gol. Abel Ferreira, em entrevista coletiva após o jogo.
"Nossa equipe é resiliente, que joga um bom futebol, que cria oportunidades uma atrás da outra, nem sempre faz o que produz, mas um orgulho tremendo destes jogadores por aquilo que tem sido esse ano. Nos jogos decisivos sempre os mesmo árbitros, mas enfim... Vamos lutar até o fim, tivemos o mérito de ser a única equipe a bater de frente com este poderoso Botafogo. Há quatro anos estavam na segunda liga e isso é fruto do investimento que fez, e qualidade dos seus recursos humanos. Eles têm tudo para ser campeões, em casa, jogando contra o São Paulo. Vamos procurar fazer o que temos que fazer para depois irmos de férias com consciência tranquila, como fizemos em todas competições desse ano. Os mesmos árbitros sempre, gols esquisitos, duas equipes que nos eliminaram nas Copas e foram campeãs", acrescentou.
Classificação e jogos
Titularidade de Giay: "Muito sucinto. Sim [questão física de Mayke], o Mayke teve um ano muito difícil dos quatro que estamos aqui. Esse foi o pior ano dele em relação à aquilo que é consistência no treino e parte física. Os dois sabiam que com a expulsão do [Marcos] Rocha, um deles ia jogar. Com a semana de treinos e a dificuldade que o Mayke teve, achei que tinha que colocar o Giay".
Volta de Flaco López ao time titular e Rony no banco: "Em relação ao centroavante, tem a ver com o momento de cada um. Nem um nem outro vivem momento muito inspirados com o que tem a ver em gols. O que me custa é ser a equipe com mais gols no campeonato, chegar tantas vezes ao último terço, e essa é responsabilidade do técnico até o zona do gol, e depois é criatividade e qualidade dos jogadores. Pensar que às vezes o que é jogar bem ou mal, é fazer dois remates e ganhar o jogo. É fazer como hoje, podíamos chegar ao final da primeira parte com o jogo resolvido".
Jogo com portões fechados: "Lamento. Ainda hoje é uma tristeza ver o estádio vazio. Fica visível a falência da sociedade, da harmonia, mas são questões políticas. É triste por ser um jogo importante para o Palmeiras. Se isso aconteceu no nosso estádio, lamento. O futebol devia ser um espaço para as pessoas levarem suas famílias, onde vão curtir, cada um a torcer pelos seus. Isso tem a ver com a falência daquilo que são os valores da sociedade. Estamos em pleno século 21 e é triste que tenha que fechar o estádio, é triste quando tem torcida única. Com os anos isso vai mudar, na Europa foi assim.
Qual foi o problema do Palmeiras na temporada? "Meu estilo de jogo reflete meu estilo de treino: dinâmico e objetivo. Minha função como treinador, e isso me deixa orgulhoso, é que minha equipe consiga levar a bola até o último terço e criar. O resto é qualidade dos meus jogadores e capacidade e a calma de fazer o gol ou não. O Palmeiras é a equipe com mais gols marcados. Em relação a isso estou contente e satisfeito. Quando faço o resumo da época toda, esse não foi aspecto. Eu te digo qual foi: este foi o ano que mais vezes o Palmeiras jogou fora do Allianz Parque. Sabias disso? Esse foi um dos nossos problemas este ano. Em relação há produtividade, fomos o melhor ataque em três anos seguidos e vocês querem criticar a forma como nós atacamos, é quem não vê o futebol como deve ver. Me dá muito gosto e muito prazer o estilo de jogo que nós temos: dinâmico, direto e agressivo. É isso que eu gosto nas minhas equipes, e é isso que elas fazem. Diga o que quiseres, o Palmeiras é o melhor ataque".
Golaço de falta de Estêvão: "Se o Veiga de vez em quando o deixar bater. Falei isso para o Veiga no banco: 'bate uma tu e outra ele'. O Veiga não tem que bater todas. Quando o Veiga não está tem que bater outro. Outro que tem uma personalidade top é o zagueiro Vitor [Reis], que apostamos depois da saída do Luan. Me encanta a personalidade dele, postura de capitão, joga muito, é duro, rápido, bom de cabeça, arriscamos muito. Essa comissão arisca muito nas apostas que faz nos jovens da base. O Estêvão é um deles, mas já não é nosso. O Endrick já foi, o Luis [Guilherme] já foi e não tem jogado tanto, mas faz parte do nosso. DNA do Palmeiras. Quando olha para média de idade, o Palmeiras é quem mais aposta nos seus jovens. Tem o lado bom que no dá irreverência, mas tem o mal que todo ano vem buscar nosso jogadores, nossos melhores jogadores. Faço o melhor que posso com os recursos que nós temos e, modéstia a parte, temos feito, coletivamente, muito".
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