Boto prepara postura cautelosa na janela e mudança radical do Flamengo

José Boto chegou ao Flamengo repetindo muito uma palavra que o presidente Bap usou durante a campanha: profissionalismo. O novo diretor de futebol pode até preparar uma janela de transferências mais branda no primeiro momento, mas pretende mudar radicalmente o dia a dia do rubro-negro em comparação à gestão anterior.

Janela modesta

O Fla não será tão agressivo no mercado. Boto pediu tempo para analisar e disse que o clube não necessariamente precisa contratar vários jogadores com pressa ainda em janeiro. Ele tem conversas diárias com Filipe Luís para tratar desse tema.

O entendimento é de que o elenco é bom e está quase completo. O clube observa algumas situações de mercado pensando em reforços, mas entende que não precisa de uma reformulação. Essa mudança drástica ficará para fora do campo.

O ataque será uma prioridade na janela, mas o Flamengo não fará exageros. O clube já está monitorando possíveis nomes e tem Lassina Traoré como alvo, mas quer analisar todas as variáveis para minimizar a chance de erros e ser certeiro.

Por isso, outros setores podem ficar para o resto do ano, especialmente antes do Mundial. O Fla estabeleceu algumas prioridades, mas não se prepara para uma janela robusta. Em caso de saídas de titulares, o clube naturalmente buscará reposições.

Identificamos o que necessitamos. Nossa leitura é que o elenco é muito bom e pode render ainda mais do que tem rendido. Não estamos pensando que tem que ir comprar, buscar jogador. O que temos é muito bom e agora vamos reforçar. Vamos reforçar tentando minimizar o erro. Já conversei com o presidente em relação às verbas que temos para gastar. Não vou divulgar valores, e isto é uma parte da profissionalização também sobre não discutirmos publicamente os assuntos internos, mas é suficiente para os reforços que queremos. José Boto

Dia a dia vai mudar

Boto já chegou sugerindo diversas mudanças no dia a dia do clube. Nas 2 horas e meia que passou no Ninho do Urubu no domingo, primeiro dia dele no local, já perguntou sobre todos os processos. Para tentar esconder o máximo possível o que acontece dentro dos treinamentos, o português pediu vidros mais foscos em algumas áreas e mostrou preocupação com a visão para o campo. Ele quer evitar ao máximo vazamento de notícias e deve ser rígido com isso.

O tempo de Jorge Jesus servirá como fonte de inspiração. O dirigente quis entender como o português fazia no período que foi treinador para tentar voltar a implementar alguns métodos. Ele encontrará Filipe Luís como aliado, já que o treinador se inspira muito no antigo Mister e já levou alguns elementos para o profissional.

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A principal mudança deve ser o fim de algumas regalias a pessoas de fora do futebol. O Ninho do Urubu costumava receber várias visitas que não necessariamente precisam estar ali para a roda girar no dia a dia, mas eram convidadas por dirigentes, jogadores, entre outros. Isso vai acabar com José Boto, que quer um CT bem mais fechado.

Outra mudança significativa será nas viagens. O Flamengo de Landim costumava ter delegações numerosas, especialmente em jogos importantes ou fora do país. Esse grupo era composto por dirigentes diversos (muitas vezes nem ligados ao departamento de futebol), familiares deles e outros aliados da gestão. Boto não quer mais que pessoas de fora do futebol estejam no avião do time e muito menos no mesmo hotel.

Profissionalismo para o Flamengo tem que ser a coisa mais importante de todo mundo que trabalha aqui. Mais importante que a família, que tudo. Temos que dar o máximo. Existem 50 milhões de pessoas lá fora que fazem muito sacrifício para acompanhar o Flamengo. Todos têm que entender a responsabilidade e que isso é a coisa mais importante da vida deles. Os torcedores podem esperar cobrança, primeiro de mim, dos jogadores e todos têm que trabalhar bem. Isso é profissionalismo. José Boto

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