Revelação do Santos na última temporada, o lateral-direito JP Chermont viveu seu primeiro ano como profissional da maneira mais difícil, com uma missão clara: recolocar o Peixe na primeira divisão.
O jovem de 18 anos fez sua estreia pelo time profissional na vitória sobre a Inter de Limeira, em março, pelo Campeonato Paulista. Ainda sem a certeza de que ficaria no time de cima, o lateral-direito recebeu a confirmação ao ser escalado para atuar na final do Paulistão contra o Palmeiras. Ali, acredita ter sido o 'divisor de águas' para sua permanência.
Eu vejo hoje que foi o divisor de águas para definir se eu ia ficar no profissional. Porque com 18 anos, um moleque que só tinha quatro jogos, não tinha nem um jogo com uma minutagem de 90 minutos completo, fazer uma partida de titular em uma final de Campeonato Paulista, onde o Santos tinha acabado de cair para a Série B. Isso daí mudou o rumo da minha história aqui. Graças a Deus eu pude mostrar bom futebol no Campeonato Paulista e no decorrer da Série B também.
Chermont, em entrevista ao UOL
Ao longo da temporada, o técnico Fábio Carille promoveu uma disputa por posição na lateral-direita do Santos. Aderlan começou como titular, mas se lesionou e perdeu a vaga. Hayner, Rodrigo Ferreira e Chermont alternavam entre si e fizeram com que não houvesse um titular absoluto.
Jovem, JP acredita que a situação o fez crescer profissionalmente e cita os conselhos passados pelo mais experiente Aderlan nas caronas do dia a dia.
"Foi algo muito saudável, eu acho. Porque nós três ali, vou tirar o Aderlan que acabou se machucando, mas eu, Rodrigo e Hayner, foi uma disputa super saudável. É disputa porque a gente quer jogar, jogador de futebol quer estar jogando. Mas fora de campo sempre conversando, um ajudando o outro, o Aderlan principalmente, porque ele mora no mesmo local que a minha namorada, no mesmo prédio. Eu pegava carona com ele, encontrava ele lá, e aí eu criei um afeto, uma intimidade melhor de conversar sobre o jogo com o Aderlan, ele me passava a experiência dele. Então, uma disputa saudável, mas bem competitiva".
Para 2025, JP Chermont tem na ponta da língua as suas principais metas: buscar a titularidade e recolocar o Santos nas finais de competições.
"A minha meta pessoal é conquistar a titularidade definitivamente. Querer estar jogando sempre os principais jogos, ou todos os jogos, porque eu tenho capacidade para jogar todos, tenho físico para isso, sou moleque novo. Quero estar também com o clube disputando finais, como a Copa do Brasil, disputando o Campeonato Brasileiro, uma vaga na Libertadores, porque é onde o Santos tem que estar".
Procuras de clubes europeus
"Isso só me motiva, significa que meu trabalho está sendo bem executado, que eu estou empenhando um bom futebol. É o sonho de todo mundo, mostrar seu futebol para poder jogar na elite do futebol mundial, que hoje é a Europa, e é lá que estão os melhores jogadores. É um sonho jogar lá, mas no momento eu estou aqui, tenho o contrato até 2027, tenho que pensar só no Santos, que é o clube que eu amo, então no momento eu estou com a cabeça só aqui".
'Encontro' com Neymar e possível volta do craque
"(Na partida contra o Vila Nova) Eu estava lá fora, aí a esposa de um influenciador disse que o Neymar queria falar com o Guilherme (atacante). Aí eu, não, tudo bem, estou aqui fora, né, o Guilherme acho que tá dando entrevista, mas eu disse: 'Neymar?' (Risos). Eu só fui dar um recado, dizer que o Neymar queria falar com ele, aí o Léo (ex-lateral e coordenador do Santos) disse: 'vou ligar para o Neymar aqui então e você leva o celular para ele na coletiva'. Aí falei que ele estava louco, não iria fazer isso, como vou entrar com o Neymar no meio de uma coletiva? Aí ele pegou, ligou, e ele (Neymar) disse: 'fala, molecão, como você está, Chermont?' Aí eu não acreditei, não sei se ouvi coisa, mas eu entendi Chermont ali, não é possível que ele me reconheceu, tenho até os prints aqui, tremi, não sabia nem o que eu fazia. Mas aí eu fiquei calmo, levei lá e foi legal".
"Na minha opinião, eu não sei se ele vem agora (janeiro). Para o meio do ano, eu acho que ele vem. Mas eu quero que ele venha agora. O tanto de camisa que eu já tive dele, não tem como".
Futuro na seleção brasileira e nova safra de laterais-direitos
"Eu sonho com isso, me enxergar lá (na seleção) é muita soberba falar, mas eu sonho com isso e eu tenho minhas metas a serem alcançadas. Então, eu não posso só ficar no sonho, porque todo mundo sonha, mas tenho que fazer acontecer para isso se tornar realidade. Me tornei jogador profissional, graças a Deus, vou trabalhar em cima disso, vou buscar melhorar, não precisa ser agora, ano que vem, com 19 anos".
"Tem bons laterais-direitos por aí, uma boa safra. O Pedro Lima, que saiu do Sport e foi para o Wolverhampton, o Wesley, que está jogando muito no Flamengo, tem um que também sou fã o Igor Felisberto, do São Paulo sub-20. Acho que de lateral-direita o Brasil vai melhorar bastante".
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