David Diván, advogado de Rodrigo Garro, disse que um documento assinado pelo Corinthians contribuiu para que o jogador não fosse impedido de deixar a Argentina após ter se envolvido em um acidente de trânsito com vítima fatal em La Pampa.
O que aconteceu
O advogado afirmou que dois fatores ajudaram Garro a retornar ao Brasil: as passagens compradas e uma nota do Corinthians. David Diván comentou o caso em entrevista ao jornal local Info Pico e frisou que o Ministério Público argentino não entendeu que o atleta oferece risco de fuga ou de obstrução à investigação.
Ele apresentou um documento da diretoria corintiana se colocando à disposição das autoridades. Segundo o advogado, o clube se comprometeu a facilitar o traslado de Garro caso o meia seja convocado para depor novamente no Tribunal de General Pico.
Garro embarca para o Brasil nesta segunda-feira (6) e vai se reapresentar junto do restante do elenco na terça (7). Ele é esperado em São Paulo nesta noite. Apesar de não ter sido impedido de deixar a Argentina, o jogador teve a sua carteira de habilitação suspensa temporariamente.
Durante a audiência, o Ministério Público entendeu que não havia risco de fuga, nem que ele geraria qualquer obstrução na investigação, destruiria ou manipularia provas. Então, a única coisa que o Ministério Público fez, previsto no Código de Penal, foi solicitar a suspensão temporária e provisória para dirigir veículos, sem qualquer impedimento para poder sair do país.
Além disso, fornecemos ao Ministério Público, por um lado, as passagens [para São Paulo] que ele já havia adquirido, porque ele tem que voltar para a pré-temporada. Por outro lado, um documento assinado pelas autoridades do Corinthians, no qual se colocam à disposição do Ministério Público e da Justiça para facilitar a transferência de Rodrigo caso ele deva comparecer novamente. Com base em tudo isso, Rodrigo não teve impedimento para deixar o país.
David Diván, advogado de Rodrigo Garro, ao Info Pico
O que mais o advogado de Garro disse
Garro não tentou fugir: "Desde o início, Rodrigo e a família estavam disponíveis. Rodrigo em nenhum momento tentou fugir, ou gerar qualquer tipo de manobra que pudesse atrapalhar a investigação".
O momento do acidente: "No momento em que sofre ou ouve um forte impacto em seu veículo, porque ele não vê, em momento algum, nenhuma moto, a primeira coisa é que ele não sabia como reagir, porque não tinha visto contra o quê havia batido. Ele freia depois de alguns metros e desce. Quando ele percebe que é uma motocicleta, ele corre para o local e começa a gritar por socorro. Foi como resultado disso que os vizinhos chamaram a polícia".
Depoimento de Garro: "Estivemos com o Ministério Público para que seu depoimento fosse tomado. Ele em nenhum momento se recusou a testemunhar, em todos os momentos ele deu sua colaboração".
Estratégia da defesa: "A princípio, vamos esperar a coleta de provas, que ainda estão em processo de produção. Nem mesmo os relatórios técnicos sobre o estado dos veículos, sobre as condições das pessoas, foram enviados. Bem, há, sim, um relatório sobre Rodrigo, mas há falta de informação sobre as condições dos envolvidos. Neste caso, o condutor da moto".
Resultados de autópsia: "O que há sobre a autópsia é a causa da morte. Pelo menos é o que está no arquivo. Outra prova ainda não consegui ver. Há relatórios dentro da autópsia que são emitidos imediatamente, como a causa da morte, e outros sobre uso de substâncias ou intoxicação por substâncias que ainda não estão lá. Isso leva tempo. Temos que verificar, digamos, quais eram as condições não apenas para Rodrigo, mas também para o outro piloto".
O acidente
Rodrigo Garro dirigia seu carro na madrugada de sábado (4) quando se chocou com uma moto. O meio-campista argentino estava acompanhado do também jogador Facundo Castelli, do Emelec-EQU, velho amigo dos tempos de Instituto de Córdoba.
O motociclista Nicolás Chiaraviglio, de 30 anos, morreu após a batida. Garro e Facundo Castelli não tiveram ferimentos causados pelo acidente.
O jogador do Corinthians ficou algumas horas detido, prestou depoimento, mas foi liberado. Garro ficou muito abalado com o acontecido. O meio-campista, que completou 27 anos justamente no dia do acidente, ficou com a família após a liberação.
Garro foi indiciado por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) por "condução imprudente, negligente ou ilegal de veículo a motor". A informação é do jornal argentino El Diario de La Pampa.
Não houve agravante por constatação de álcool no sangue do jogador. A quantidade apontada no teste (0,5 grama por litro) realizado no dia do acidente foi considerada baixa. De acordo com o procurador-geral da província de La Pampa (ARG), Armando Aguero, o agravante só aconteceria caso o teor alcoólico ultrapassasse um grama por litro de sangue. A declaração foi em entrevista ao portal argentino En Boca de Todos HD.
Motociclista portava cocaína. Armando Agüero também revelou que Nicolás, no entanto, não apresentava substância no organismo. O motociclista também estava sem capacete e com faróis da moto irregulares.
O jogador aguardará o julgamento em liberdade. Caso seja condenado, Garro pode ter pena de dois a cinco anos de prisão e ser proibido de dirigir por cinco a dez anos. O julgamento ainda não tem data definida.
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