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Caixinha vê lua de mel no Santos e promete time ofensivo: 'Atacar sempre'

Pedro Caixinha durante treino do Santos Imagem: Raul Baretta/Santos FC

Do UOL, em Santos (SP)

07/01/2025 13h17

Pedro Caixinha foi apresentado como técnico do Santos nesta terça-feira (7), elogiou os primeiros dias no clube e prometeu um time muito ofensivo.

O que aconteceu

Caixinha disse que vive uma "lua de mel" no Santos. O treinador destacou a energia positiva que sentiu desde o primeiro dia.

O técnico prometeu um time ofensivo e vê a filosofia do Peixe compatível com o que pensa a nova comissão.

A entrevista durou cerca de uma hora, com a sala de imprensa da Vila Belmiro completamente lotada.

Procurei um passo diferente na minha carreira. O Santos tem dimensão mundial, que quer começar um novo ciclo. Me identifico com processo. Quero sempre ganhar, sou competitivo. Além do projeto, me identifiquei com as pessoas, com o Pedro. Sinto uma grande identificação com o projeto. Desfrutamos muito do trabalho, não trabalho só por fazer, não gosto de ir para um ambiente que não gosto. Senti uma energia positiva desde o primeiro contato. Estamos em lua de mel e vamos estendê-la. Seja nos grandes momentos que vamos viver e nos que não forem tão bons Pedro Caixinha

É a filosofia do Santos, conhecida mundialmente. Uma equipe que quer atacar sempre, gosta de defender e atacar o gol adversário. Essa filosofia se encaixa nas pessoas que hoje estão à frente do clube, que procuram nós que também defendemos essa filosofia. A ligação mais importante é o ator do jogo, os atores do jogo que darão corpo a isso. O que vamos exigir a nós mesmos é que em cada um dos estádios, na Vila e em qualquer um deles, os torcedores precisam estar orgulhosos, ganhando ou não. Mas deixar orgulho e comportamentos são fundamentais

Veja outras respostas de Pedro Caixinha

Metodologia do trabalho - os quatro pilares

"Orgulho muito grande estar aqui, em um clube dessa dimensão mundial, em um projeto que se inicia. Antes de falarmos de filosofia e identidade comportamental, temos que ir além e fazer uma conjunção do todo. Grande parte dela foi falada pelo Pedro [Martins]. É a filosofia do Santos, conhecida mundialmente. Uma equipe que quer atacar sempre, gosta de defender e atacar o gol adversário. Essa filosofia se encaixa nas pessoas que hoje estão à frente do clube, que procuram nós que também defendemos essa filosofia. A ligação mais importante é o ator do jogo, os atores do jogo que darão corpo a isso. O que vamos exigir a nós mesmos é que em cada um dos estádios, na Vila e em qualquer um deles, os torcedores precisam estar orgulhosos, ganhando ou não. Mas deixar orgulho e comportamentos são fundamentais. Vemos o jogo de forma dinâmica e tática. Os pilares e a bola defensiva e ofensiva. Escanteio a favor, ganhar a segunda bola e ter pressão ofensiva para ganhar a bola e o inverso. Temos quatro pilares. Equipe dinâmica, vertical, pró-ativa. Estamos terminando a primeira semana de trabalho e os comportamentos foram precisamente esses quatro. Os jogadores estão muito abertos, receptivos, e o primeiro convencimento está no caminho correto. Temos essa identidade do Santos, seguir uma unidade dentro e fora de campo. E é um apelo para toda a torcida. O caminho da modernidade. É além do dia a dia, muito mais abrangente".

Por que o Santos?

"Procurei um passo diferente na minha carreira. O Santos tem dimensão mundial, que quer começar um novo ciclo. Me identifico com processo. Quero sempre ganhar, sou competitivo. Além do projeto, me identifiquei com as pessoas, com o Pedro. Sinto uma grande identificação com o projeto. Desfrutamos muito do trabalho, não trabalho só por fazer, não gosto de ir para um ambiente que não gosto. Senti uma energia positiva desde o primeiro contato. Estamos em lua de mel e vamos estendê-la. Seja nos grandes momentos que vamos viver e nos que não forem tão bons".

Falta de um 10

"Temos treinado um 4-3-3 base. Pode ter alguma dinâmica de 2-1, algum jogador livre na configuração do esquema. Temos praticamente seis jogadores, dois volantes e dois meias na dinâmica. Os dois meias mais ofensivos tenham capacidade de pisar na área, de terem gol também. Um dos jogadores do elenco é o Diego Pituca, seguimos há muito tempo, ele tem box to gol, essa capacidade, tem gol. Hyan trabalha conosco e tem essa capacidade. Outro é o Patrick, já vinha do elenco anterior. Os dois volantes que chamamos são Schmidt e Rincón, que trabalham nessa dinâmica do meio-campo. Queremos outras dinâmicas de meio-campo, maior ocupação do espaço interior do jogo".

Nova mentalidade

"Nós como homens, homens ou mulheres, homo sapiens, temos a capacidade de adaptação. Somos animais. Acreditamos muito um processo no dia a dia, um crescimento de âmbito qualquer. É rotina. Temos um componente principal no treino, de ordem técnica ou tática. Vou dar um exemplo. Quando temos a bola, queremos atacar o gol. A equipe precisa caminhar junto. Temos que trabalhar repetidamente, se não for assim, não vai acontecer no jogo. Esse é o caminho, a rotina, repetir a dinâmica. A equipe precisa caminhar junto, então precisa reagir rápido no pós-perda para recuperar a bola. Se trabalharmos repetidamente, vamos nos adaptar. Os jogadores estão cansados como nós, mas contentes. Teremos uma equipe pró-ativa, muita intenção do que são nossos comportamentos em qualquer campo. Nosso comportamento vai para o jogo, para fazermos nosso próprio jogo e não esperar o comportamento adversário. Podemos ser superados e vamos nos adaptar, mas temos que ter nosso próprio comportamento, nosso mindset".

Thaciano

"Thaciano pode jogar em diferentes posições. Eles jogavam em um 4-4-2 diamante, era segundo avançado, extremo, de fora para dentro e aparecendo na área. Pode jogar em espaço interior e exterior, 9 e falso 9. Vai nos ajudar com essa mentalidade, em diferentes posições. Queremos uma equipe competitiva, com dois jogadores por posição. E os que trabalharem mais vão jogar. Um empurra o outro para frente".

Soteldo, Lucas Braga e Morelos

"Não vou falar de quem não está conosco. Soteldo tem grande desequilíbrio no um contra um. Temos que ter vantagens para aplicar em campo, ele nos dá vantagem na última zona. Não conhecia maior parte do grupo a não ser de enfrentá-los, com exceção do Aderlan. Conhecemos de verdade quando vivemos com as pessoas. Soteldo tem entrega total ao treino, a intensidade necessária, acompanha o processo com a qualidade que tem, somada a essa identidade".

"O Lucas pode jogar nas duas pontas, o Soteldo também. Tem características diferentes. Soteldo encontra mais espaços, Lucas explora espaços com mais verticalidade. Está trabalhando bem e estamos contentes com o trabalho dos dois".

Copinha

"Competência não tem idade, seja do mais novo ou o mais experiente. Digo de mentalidade, de fome. Não podemos ter quem não está com fome de ganhar, com ambição. Que não respeitem identidade do clube e os comportamentos esperados. Se os jovens tiverem qualidade, maturidade, vão ter oportunidades. Alguns como Lucca, Hyan, Souza e Chermont trabalham conosco com essa regularidade, outros sofreram virose e ficaram fora e chamamos alguns da base. Alguns até de 16 anos, sem problema. Se identificarmos potencial, com essa orientação, trabalhará conosco. Não temos problema algum, terão todo nosso apoio. Lá dentro resolvemos da nossa maneira, para fora vamos defendê-los em todas as ocasiões".

Titularidade

"Não posso garantir nada, o trabalho define. Quanto mais trabalharem, maior possibilidade. Alguns sempre vão jogar mais, mas não seremos injustos. Todos precisam estar prontos para ajudar. Hyan teve virose, conhecemos o passado dele, mas não o conheço na profundidade. Lucca tem boa relação com o gol, bons movimentos de centroavante, mas várias coisas a mudar. Principalmente a fome de fazer o gol. Poderia finalizar e não finalizava. São detalhes que vamos conhecendo em termos individuais. Três deles [da comissão] têm a responsabilidade de trabalhar com os jogadores, treinadores pessoais. Vamos trabalhar esse padrão, analisar".

"Nossa comissão é bem mais alargada do que os que vieram comigo, como o César Sampaio. Todas as áreas de suporte. Todas as áreas fazem parte da nossa reunião cedo da equipe técnica. Os roupeiros fazem parte da equipe técnica. Futebolisticamente falando, o Pedro Malta é o auxiliar, foi meu aluno, trabalha comigo há muito tempo, nem sei precisar. Já trabalhava comigo em 2004, se formou muito em análise do jogo, tem o nível 3 da Uefa e mestrado. O foco é na análise do jogo, trabalha muito individualmente, um dos responsáveis da bola parada e com maior relação com o departamento de análise e rendimento. Análise dos adversários e da nossa equipe. O José se junta pela primeira vez, foi meu aluno no mesmo tempo do Pedro. Participou do scout do Sporting também. Teve percurso diferente, auxiliar na Europa e Ásia. Foi até treinador principal, desenvolvendo tarefas acadêmicas em Lisboa. Está para chegar nos próximos. O espanhol [não peguei o nome] me acompanha desde o Nacional da Madeira. Foi goleiro de alto nível. É preparador de goleiros e junto com o Cesar a responsabilidade da bola parada. O Cesar é uma pessoa fantástica, nos enfrentamos no Flamengo. Ele tem princípios e valor, é difícil encontrar isso, infelizmente. Veio para ajudar, partilha das nossas visões e é um dos nossos. Ele quer ajudar. Vai ter participação em termos individuais e a bola parada também. Sou o treinador principal, mas há coliderança. O Guilherme é preparador físico, não gosto dessa palavra. Se vocês disserem um dia que a equipe está mal fisicamente, o culpado sou eu. É um trabalho espetacular, mas a direção do treino eu defino. Todo esse trabalho preventivo é fundamental. As principais ferramentas são corpo e mente. O jogador precisa se sentir servido".

Investimento e contato anterior do Santos

"Não venho dizer coisas que não quero dizer, sou objetivo. Fui contactado, sim. O projeto em termos financeiros não me foi apresentado, não é a minha área. Não me preocupo com recursos financeiros. O projeto esportivo me foi oferecido, sobre reestruturar o clube em termos organizacionais para o que é feito fora de campo ajude o que é feito dentro de campo. Me identifico com a filosofia. Que a equipe corresponda à filosofia. Identidade, modernidade. O primeiro ponto partiu da análise, do desenho da estrutura, e se os jogadores podem suportar essa ideia, além dos jogadores do mercado que podem chegar e expandir o projeto dentro de campo, através do resultado. Meu trabalho é esse".

Marcação alta

"Nunca vou criticar processos anteriores, cada treinador tem sua visão de jogo. Nós avaliamos constantemente. Quando cheguei no Red Bull há dois anos a direção do treino foi a mesma. Fizemos o defender para frente, o comportamento no tiro de meta. Observamos a capacidade de entendimento maior aqui nessa primeira semana. Quando não temos a bola, defendemos em quatro: tiro de meta, temos que pensar sempre no gol adversário. Marcamos individual nesse momento a pressão. Vejam o primeiro ano do Red Bull e o ano passado, quantos adotaram a mesma coisa. Queremos a equipe pró-ativa, então não podemos esperar o adversário, é atacar para frente. Bloco alto. Última linha no meio-campo para marcar o impedimento. Os pontas precisam pressionar, sem baixar muito. Queremos ocupar meio-campo ofensivo com e sem a bola. Vamos passar por bloco médio, claro, marcar zonas de pressão. Vamos defender o gol em bloco baixo também, saber fazer. Mas majoritariamente queremos ocupar o campo de ataque. Tiro de meta, ganhar a bola perto do gol adversário. Ganhamos a bola, o primeiro passe tem que ser para frente. Essas são as ideias, comparando podemos ter diferentes recursos, direções, mas no fundo o caminho é o mesmo".

Morelos e principal deficiência

"Temos uma semana ainda, nem terminamos a primeira. Vamos jogar contra o Athletic. Teremos mais dados para aferir em contexto de jogo. No Brasil não há pré-temporada, é a verdade. São duas semanas. Uma equipe de futebol tem sistemas biológicos, sempre em interação. Queremos melhorar sempre. Vamos entender o que precisamos priorizar o que é mais necessário em pouco tempo. Teremos semanas longas, curtas, a maioria curtas, e vamos usar trabalhos adicionais de campo. Não se perde fisicamente, mas em termos de sincronia. Não consigo ver o que vamos fazer até o fim do Paulistão, o foco é o Athletic. Planejamos a semana, mas podemos readaptar por causa do jogo. Se for em sete dias há mais tempo, se for a cada três dias menos tempo".

"Conheci o Alfredo Morelos. Compramos ele, chegou com sobrepeso. Tinha força física incrível, fez trabalho muito forte para perder esse peso. Ganhou o apelido de búfalo. Eu chamava de chuta-chuta. O resto é história feita pelo Rangers. O encontrei como adversário, jogou contra nós e não acompanhei mais. Cheguei, ele não estava e a informação está por aí".

Características dos zagueiros modernos - Luisão e Zé Ivaldo

"São as características que procuramos. É defender para sempre, se marcarmos individual os zagueiros se sentem mais confortáveis cada vez mais atrás. Mas queremos linha alta, serem agressivos, mas recuperar a posição. Se a última linha não acompanhar, teremos problema no jogo de transição. Poderíamos correr 15 metros e correríamos 50. São 50 metros atrás dos zagueiros, consequentemente. Precisam ter comando, capacidade de jogar por dentro e por fora, um grande posicionamento e controle do espaço entrelinhas e profundidade. Temos que ter essa capacidade de sentir a distância entre ele e o goleiro, defender bolas longas e curtas. Fortes e agressivos na primeira bola de cima, que é muito importante. Quando a equipe tem que jogar em zona mais baixa, é particular do futebol brasileiro que os adversários cheguem nas beiradas e se olha na bola, mas queremos que olhem para a bola e para o adversário. E, finalmente, fortes nas duas áreas. O futebol moderno tem que ter equipes muito fortes na bola parada, defensivamente e ofensivamente".

Dia a dia com pessoas sem cargos oficiais - vestiário

"A parte emocional é fundamental, faz parte de um dos componentes do treino. A área é importante, trabalhei com psicólogos e coachs. Nós treinadores temos que ser educadores, pais, amigos e psicólogos também. A criação de um mindset. Ser jogador de futebol é uma profissão e tem que ser entendida como tal. São muitas ferramentas. Uma situação é reorganizar internamente. Estar no dia a dia quem tem espaço de trabalho no clube. É uma situação que corresponde ao presidente e ao Pedro. Nós somos muito bem comandados de dentro para fora. Se vaza ou não, não posso controlar. O que eu não posso controlar, não posso me preocupar. Não sou polícia, não faço caça às bruxas. Não quero perder energia e comprar guerras que não quero entrar. Se entrar, vou até o fim. Já aprendi muito em guerras desnecessárias".

Ponta direita - Helinho/Artur e Soteldo agora / Patrick

"Eu não conhecia o Patrick pessoalmente. Enfrentamos ele. É um jogador que está no grupo, que trabalha e se esforça. Tem alguma qualidade".

"É verdade sobre o pé trocado nos pontas, do outro lado com Vitinho e Mosquera. Gostamos disso e da projeção dos laterais. Vai depender muito das características dos nossos laterais. Escobar ou Juninho é diferente, Juninho tínhamos saída a três. Escobar ainda não conheço, mas é mais de corredor. Essa é a relação. Se quisermos sobrecarregar o jogo interior, os pontas podem ir por dentro e do lado contrário o lateral abre. Depende. As minhas ideias não são fechadas, os jogadores dão a vida. Se meu grupo é laranja e quero aplicar incolor, não vai dar certo".

Posições carentes e percentual da equipe

"Se chegar ao 100%, se inicia um novo ciclo. No dia 1, nos apresentamos. No primeiro dia de treino, passamos o comportamento de quando temos a bola, desde o tiro de meta. Saída curta, média ou longa, construção com superioridade numérica, definição e caminhar juntos. Só trabalhamos as duas primeiras, não houve tempo. Tenho ideia clara desses dois primeiros momentos e espero ver amanhã, vamos identificar o que priorizamos. Elenco identificou e está passando bem".

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