Corinthians: Polícia investiga casos de violência em votação de impeachment

A Polícia Civil investiga os episódios de violência e ameaça dentro do Parque São Jorge, clube social do Corinthians, após a reunião que votaria o impeachment de Augusto Melo, no dia 20 de janeiro.

O UOL teve acesso a vídeos e boletins de ocorrência que apontam de xingamentos até agressão, além de uma suposta facilitação de funcionários do clube para a entrada de pessoas não autorizadas na sede do Timão.

O que aconteceu

A polícia instaurou um inquérito para apurar as denúncias. O caso é conduzido pelo delegado Cesar Saad, da 6ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva, a Drade.

Dentro desse próprio inquérito policial, investigamos o que essas pessoas estavam fazendo no Parque São Jorge. Se eles não são nem conselheiros, não poderiam votar, nem pessoas autorizadas, estavam lá para causar tumulto. Então, também vão ser responsabilizadas. A gente vai apurar a conduta deles e responsabilizar dentro do que a lei nos permite fazer, mas com certeza alguma coisa de errada provavelmente eles estavam fazendo lá dentro.
Cesar Saad, delegado da Drade, em entrevista ao UOL

Sergio Janikian, conselheiro do clube, alega ter sido hostilizado e agredido por um grupo de sete homens nas dependências do Parque São Jorge. O BO foi feito na última segunda-feira (27). Há vídeos que mostram trechos do episódio violento. Em um deles, o segurança de Janikian leva um soco.

Segundo o depoimento do conselheiro, ele reconheceu três dos autores da agressão em um vídeo publicado pelo ex-jogador Dinei, hoje funcionário das categorias de base do clube. Os homens aparecem dentro da sala da presidência horas antes do início da reunião.

A vítima relata que teve conhecimento que a entrada de tais pessoas não só foi permitida como autorizada pela atual diretoria, seja pelo portão principal ou pelo portão 3.
Trecho do Boletim de Ocorrência realizado por Sergio Janikian

Outros três suspeitos de envolvimento em ameaças ou incitação à violência, ligados a Augusto Melo, foram apontados em vídeos:

  • Marcelo Eduardo Rodrigues Sales, mais conhecido como Ninja, assessor do mandatário alvinegro, aparece em vídeo ameaçando o ex-diretor de futebol do clube, Ruben Gomes;
  • Roberto William, o Libanês, conselheiro e apoiador de Melo, teve a voz associada à incitação de violência contra o 2º vice-presidente do clube, Armando Mendonça; Libanês nega que seja o autor e diz que não estava presente no momento;
  • Marcos Roberto Soares Varella, o Pisca, sócio do clube social, foi flagrado apontando Sergio Janikian para demais pessoas que hostilizavam conselheiros na saída da reunião.
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A reportagem tentou contato com todos os citados. Ninja, por meio da assessoria da presidência do Corinthians, decidiu não se manifestar. Marcos Varella se recusou a dar entrevista, mas afirmou que "vai aguardar qualquer denúncia no departamento de ética do clube". Libanês se disse surpreso e afirmou categoricamente que "jamais mandou atacar uma pessoa que ajudou a eleger".

Ninja também foi apontado por conselheiros como responsável por ter liberado o acesso de pessoas não autorizadas ao PSJ, que é fechado para sócios e público em geral toda segunda-feira. Em dias de reunião do Conselho Deliberativo, só podem entrar no clube os conselheiros ou pessoas autorizada pela diretoria.

Ninja é um dos que está sendo investigado como suspeito de ter facilitado essa entrada. Na primeira reunião [do impeachment], estava tendo uma festa de funcionários lá no clube, que era para ter terminado antes da reunião. Segundo chegou para nós, o Ninja estaria no portão, onde os funcionários estavam entrando e saindo, e teria facilitado a entrada de torcedores. Eu o chamei lá no dia [2 de dezembro de 2024] e conversei com ele. Ele disse: 'Doutor, não sou eu, estou aqui com o presidente'. Então, por isso que a gente está investigando. O Ninja, assim como outras pessoas, serão ouvidas, e a gente tem que apurar quem pode ter feito isso.
Cesar Saad

Em contato com a reportagem, o Corinthians afirmou que não tem nenhuma informação a respeito do assunto e deixou claro que "repudia qualquer ato de violência".

5 comentários

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Sérgio de Souza Cavallini

Mais BO, isso sim é um clube que traduz perfeitamente a palavra podridão. 

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Victor Hugo Dunstan

É da turma do mitômano melo,esse ninja vai ser julgado por homicídio, só gente boa no clube kkkkk

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Mauricio Viviani

"NILTINHO', CADÊ VC?

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