Neymar explica contrato curto, chora ao falar do pai e elogia Caixinha
Neymar falou pela primeira vez como reforço do Santos. O camisa 10 voltou à Vila Belmiro e, depois de ser apresentado em uma festa histórica, explicou o motivo de ter retornado ao futebol brasileiro. Ele também abordou seu contrato de seis meses, chorou ao falar do pai e fez elogios ao técnico Pedro Caixinha.
O que Neymar falou?
Por que voltou? "Algumas decisões fogem da lógica do futebol. Algumas são impactantes. Confesso que em janeiro, no começo do mês, eu não imaginava — nem imaginava sair do Al-Hilal. Estava muito feliz lá, minha família também, estava adaptado e cheio de vontade de jogar. As coisas aconteceram e eu tive que tomar uma decisão. Comecei a me entristecer nos treinos, no dia a dia... não estava sendo bom para minha cabeça. Surgiu a oportunidade de poder voltar e eu não pensei duas vezes. Desde o primeiro dia, tinha decidido que queria voltar para o Santos. Deu tudo certo. Está todo mundo feliz. Estou de volta e de energia renovada. Me sinto com 17 anos de novo. Estou com muita vontade de jogar."
Jogar como meia ou ponta? "Com a vontade que estou, até de goleiro jogo. Estou há muito tempo longe dos gramados, tive dois jogos no Al-Hilal depois da lesão e não pude ter muitos minutos. Estou com vontade de jogar em qualquer lugar. Obviamente, me aperfeiçoei na posição de 10. Depende do treinador: onde ele precisar, estou à disposição, sendo de ponta, de nove, de volante, de meia... estou aqui para ajudar. Vim para somar de uma forma muito grande. Sei de quem eu sou e do meu potencial, mas quero ajudar independente da função. Estou com vontade de ganhar, vim com sede de vitória."

Quando estreia? "Não dá tempo de eu jogar [neste fim de semana]! Falei para me inscrever rápido... Se desse tempo, eu garantiria 30 minutinhos... Fisicamente, estou bem melhor. Não estou 100% ainda porque preciso de minutos, e não é só com treino que vou estar fisicamente bem de novo. Isso vou ganhar com o tempo. Mas estou melhor do que estava quando voltei a jogar. Nos treinos do Al-Hilal, me sentia bem. Estou praticamente pronto para jogar. Mentalmente estou feliz, renovado. Quando pisei aqui e senti o carinho da torcida, me fez voltar aos 16 anos. Me rejuvenesceu. Volto amadurecido como homem, com uma família linda. É outro cara, obviamente, mas com a mentalidade de vencer igual. Vim aqui para ser feliz, é o clube que amo, a torcida que mais amo. Não tem como casar melhor."
Ajuda em reforços. "O telefone do Neymar pai está trabalhando muito, o meu está off. Neste quesito, quando me perguntam de algum jogador para mim, dou a minha opinião, mas não é algo que vou me meter. Isso cabe ao presidente juntamente com o treinador e nosso CEO. Eles são responsáveis por montar a equipe. O Santos tem um elenco muito forte, são jogadores que, se tiverem com a confiança em 100%, podem fazer muito mais do que estão fazendo. Eu vou trazer algo diferente para o time e vou fazer de tudo para ajudar meus companheiros. Sei que não o time não enfrenta o melhor momento, mas todos sabemos que precisamos melhorar. Meu papel é esse de ajudar não só em campo, mas também na conversa e em mostrar o que significa a camisa do Santos."

Avaliação sobre técnico. "O [Pedro] Caixinha, pelo que escutei das pessoas, é um treinador muito competente e que gosta de jogar para frente. É um cara que é agressivo, e isso é o DNA do Santos. Falta encaixar, falta tempo. Não é em um mês que ele vai conseguir botar o Santos voando, isso requer treinos e erros para consertar. Quando falei da confiança, acho que todo mundo sente: quando o time não está bem, sente um pouco de falta de confiança. O que posso ajudar eles é com algumas palavras e demonstrando nos treinos que a confiança pode elevar. Sei do meu papel. Vim para ajudá-los e ser mais um que vai estar dando a vida para que o Santos possa estar em um lugar onde merece."
Extensão de contrato. "É muito cedo para falar. O Santos me deu oportunidade de voltar, obviamente abri mão de muita coisa para estar aqui. Foi um casamento perfeito em um momento que era inimaginável para ambas as partes. Aconteceu. Fizemos um contrato de seis meses que, obviamente, pode ser prolongado, a gente não sabe o dia de amanhã. Há dois meses, nem imaginava estar aqui, as coisas acontecem muito rápido. É um contrato de seis meses que pode ser prolongado, e cabe a mim me dedicar 100%. Não adianta eu voltar com nome. Voltei para jogar, ser feliz, fazer gols e ajudar a equipe da melhor maneira. Eles abriram a porta e estou contente, espero poder ajudar da melhor maneira possível."
Seleção. "É algo que quero voltar. Tenho algo a conquistar ainda, tenho uma missão [Copa do Mundo] que acho que é minha última, e vou atrás dela de qualquer jeito. Tenho metas e objetivos para seguir."

Homenagem ao pai. "Foi praticamente meu pai que fez tudo, o Marcelo [Teixeira] sabe disso. O Marcelo tem seus méritos, mas meu pai foi o cara crucial nesta negociação. É o time do coração dele, da nossa família, até minha avó estava aqui. Ela falou: 'pensei que não fosse viver este momento'. É um motivo de muita felicidade. Abracei meu pai, foi um abraço do tipo 'a gente conseguiu'. Eu consegui, tive muitas conquistas, saí daqui menino, rodei o mundo inteiro e voltei, praticamente, como herói. Nosso abraço foi de alívio, de você saber que fez o máximo e foi recebido desta forma. Meu pai é o cara mais importante da minha vida, desde pequeno ele me acompanha e sempre foi meu escudo. Hoje a gente está muito feliz. Eu tiro o chapéu. Ele é chato demais, pega no pé de todo mundo, mas é crucial na minha vida. O choro é de felicidade porque eu venci. Não foi fácil, tive muitas turbulências, mas voltar para casa com este prestígio, de receber a 10 do Rei, é algo surreal. Nunca imaginei isso na minha vida. Só tenho que agradecer a Deus e viver da melhor maneira possível."
Salvador da pátria? "Se fosse tênis, com certeza eu acho que me garantiria, mas não é, o futebol é coletivo. Não existe um só jogador que possa ganhar tudo sozinho. Sei da esperança que o torcedor tem por eu estar voltando para o Santos e sei que me veem como salvador da pátria, mas não é desta forma, outros jogadores também são importantes. Sempre tive muitas vitórias, e acho que nesta passagem não será diferente. Há coisas muito importantes nos esperando, mas precisamos começar agora: treinar e batalhar pelas coisas certas para colher. Não sou salvador da pátria e dependo dos meus companheiros, como qualquer time do mundo. Vim para somar. Na minha função, se eu puder fazer a diferença, vou fazer."
O que mudou de 12 anos para cá? "Mudei em tudo! Estou mais barbudo, mais forte... muda o estilo de jogo também. Se eu tivesse a mentalidade de agora naquela época, com 17 anos, seria completamente diferente. Você vai aprendendo e criando casca ao longo da vida, você erra aqui, acerta ali, vai se reerguendo... a vida é assim em qualquer trabalho. É difícil você se reerguer depois de uma queda. Me sinto um cara muito diferente da época em que estive aqui. Este cara de hoje vai ajudar muito o Santos, tenho certeza."
Resgate do futebol brasileiro. "Não gosto muito de falar de mim desta forma, mas o resgate para mim é de felicidade e futebolístico. Faz tempo que eu não atuo e não faço a coisa que mais amo no mundo, que é jogar. É um resgate mais para mim no sentido pessoal. Fico feliz de todo mundo falar que é um resgate do futebol brasileiro e pelo carinho, não só dos santistas, mas que outros torcedores têm por mim. Fico contente com tudo isso. Os torcedores de verdade sempre me acolheram da melhor maneira possível, e tento retribuir em campo, que é onde eles podem me ver. Preciso resgatar minha confiança de jogar, minha felicidade... é para isso que eu vim. É bom estar em casa e perto de familiares e amigos. Era isso que eu mais precisava no momento."
Realizações além da seleção. "Sou um cara muito competitivo em tudo que faço, sempre quero ganhar. Volto para o Santos com vontade de ser campeão de novo. É uma volta depois de quase 13 anos. Ganhar de novo um Paulista, por exemplo, vai ser diferente. Meus amigos me conhecem e sabem o cara competitivo que sou. Não vim aqui para passear ou ficar em casa no sofá. Vim em busca da minha felicidade, que é jogar futebol, e vim para ajudar o Santos. Vou me dedicar todos os dias para fazer a torcida do Santos feliz e para me fazer feliz."
49 comentários
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Jomar Ferreira Mesquita
Um absurdo dar essa visibilidade pra um marginal, mau caráter... retrato de um país vergonhoso! País com um povo que dá dinheiro pra vaquinha pra ajudar a pagar dívida de estádio de clube de futebol. Enquanto este segue pagando salários que evidenciam a imoralidade da desigualdade social. Vamos repartir os salários e penduricalhos dos jogadores de futebol, deputados, juízes, pensões de militares e afins com a população... já resolve metade dos problemas.
Kleber Barbosa Júnior
O contrato é de 6 meses pq é o q ele tem ainda pra jogar futebol... daqui 6 meses qdo for pra reserva ele se aposenta...
Paulo Noburu Nakazato
M o l e q u e mimado foi pedir pra sair da Arábia ao pai pq não jogava devido às lesões