Por que CPI desconsiderou relatório de Textor sobre Palmeiras x São Paulo

O relatório da CPI das Apostas deu detalhes do motivo pelo qual os senadores desconsideraram os relatórios de manipulação apresentados por John Textor.

Os documentos foram produzidos pela empresa Good Game e apontavam uma manipulação não comprovada em jogos do Brasileirão.

No relatório assinado por Romário (PL-RJ), a equipe da CPI apresentou mais esclarecimentos. A principal delas é a falta de comprovação científica da eficiência dos relatórios da Good Game.

Na lista dos confrontos alardeados por Textor estavam Palmeiras 5 x 0 São Paulo (2023) e Palmeiras 4 x 0 Fortaleza (2022). O dono da SAF do Botafogo tentou disseminar uma narrativa de que houve manipulação a favor do Palmeiras.

Os senadores da CPI já tinham dito durante os encontros que o material entregue por Textor não poderia ser considerado uma prova, mas apenas um indício.

"A Good Game alega que seu método pode detectar manipulação de jogos de futebol com uma taxa de acerto acima de 99%. Ocorre que o método que leva a essa elevada taxa não parece ser replicável. Ou seja, a empresa alega uma taxa de sucesso que não é passível de confirmação científica", apontou o relatório da CPI.

Definições 'subjetivas'

Como o UOL já mostrou, o relatório classifica algumas ações de jogadores em campo como "deficientes" e outros comportamentos "anormais".

No caso do Palmeiras x São Paulo, a suspeita de manipulação por parte da Good Game (e, consequentemente, de Textor) recaiu sobre Diego Costa, Gabriel Neves, Lucas Beraldo, Rafinha e Caio Paulista. Mas não houve elementos concretos para dizer que os jogadores falharam de forma proposital.

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Ao definir como caracteriza um momento anormal, a Good Game diz que trata-se de "fase específica do jogo que envolve um grande número de jogadores com pelo menos uma deficiência e/ou um alto número de deficiências".

O relatório da CPI apontou que essa definição é "muito subjetiva", já que não foi especificado em nenhum documento qual seria o limite para considerar "alto" o número de deficiências em um jogo.

"A argumentação da validação científica alegada pela empresa é frágil", acrescenta o documento formulado por Romário.

O desfecho da CPI

O relatório da CPI das Apostas no Senado será apresentado nesta terça-feira (11). Se não houver prorrogação da CPI por 45 dias, a votação do texto ficará para quarta-feira (12).

O documento pede o indiciamento de três pessoas: Bruno Tolentino, tio de Paquetá, o empresário William Rogatto (o 'Rei do Rebaixamento') e Thiago Chambó, que comandaria o esquema resultante na operação Penalidade Máxima, feita pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO).

5 comentários

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Antonio Del Conte

Agora esses jogadores citados, deveriam processar o marca Textor, só para deixar de ser  b e s t a !!

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João Luís Nery

Todo mundo sabe que a arbitragem no Brasil é uma vergonha e que VAR quer dizer vamos acertar o resultado. Só nao deixaram um gringo mostrar para todos a vergonha que é o futebol brasileiro. Mas todos sabem a verdade. Toda rodada tem problemas com o VAR e com juizes

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