Bruno Guimarães: Conmebol 'tem mais a se preocupar do que fazer piada'

O meio-campista da seleção brasileira, Bruno Guimarães, reagiu às declarações do presidente da Conmebol e a discussão mais recente sobre racismo nas competições sul-americanas.

O jogador não tinha visto a fala de Alejandro Domínguez, que comparou uma Libertadores sem brasileiros a Tarzan sem Chita. O dirigente se desculpou posteriormente.

"O presidente da Conmebol tem muito mais coisa a se preocupar do que fazer piada de algo assim. Vimos o que aconteceu nesse caso do Luighi, com essa punição ao Cerro que foi falta de respeito tremenda. Tento não me alongar, porque vestir a camisa da seleção e falar da Conmebol pode gerar punição. Mas eles têm coisas mais importantes para se preocupar e, finalmente, cumprir a lei", disse Bruno Guimarães, em entrevista coletiva hoje, em Brasíia, onde o Brasil vai enfrentar a Colômbia, pelas Eliminatórias, na quinta-feira.

Título pelo Newcastle e jogos mais difíceis das Eliminatórias. "É um feito marcante para a gente, pela história do clube, tudo que representa aos torcedores. Feliz e realizado. A gente sabe que são dois jogos cruciais, tentamos focar jogo a jogo, Colômbia é fundamental pela tabela. Queremos começar com os três pontos para depois enfrentar a Argentina. Jogamos melhor em partidas assim, com espaço, queremos fazer dois grandes jogos para encaminhar a classificação".

Neymar ausente. "Sentimos falta, jogadores, torcida, país. É fundamental, líder, camisa 10. Melhor jogador que acompanhamos de uns 10 anos para cá. Torcemos pela pronta recuperação, ele pertence aqui e sentimos sua falta. É uma perda grande para a gente".

Status do futebol brasileiro. "Temos grandes jogadores, você citou alguns (Vini, Rodrygo, Raphinha). Gabriel Magalhães é referência na Premier League. Temos jogadores que disputam melhor do mundo. É sempre grandioso. Falta tempo para treinar, hoje é o primeiro junto, amanhã é pré-jogo. É acertar por vídeo, melhorar, podemos jogar melhor nessa reformulação. Tem muita coisa pela frente, mas temos que ser protagonistas no clube e na seleção".

O que mais Bruno Guimarães disse

Líder do elenco assim como no Newcastle

"Momento bom, quanto mais ganha, mais responsabilidade. Essa camisa é pesada e muitos não têm paciência. É dar nosso melhor, sentimos a falta de treino. Realidade aqui é diferente do que Raphinha ou Vini fazem nos seus clubes. Temos pouco tempo para combinar as ideias. Com tempo maior vai ajeitar. É uma pressão por si só, esperam muito de nós e queremos retribuir esse carinho. Temos que melhorar".

Continua após a publicidade

Senso de urgência - não há mais margem de erro

"Todos que vestem a camisa da seleção estão acostumados com a pressão, é normal, um leão por dia. Aqui e no clube. Aqui vestimos a maior camisa do cenário mundial. Pensamos jogo a jogo, o mais importante é a Colômbia. É vencer para dar um respiro nessa margem, tudo muito próximo. Com duas vitórias podemos encaminhar a classificação, com duas derrotas iríamos para uma colocação ruim. Temos que jogar nosso futebol leve, livre, sem levar essa pressão para o campo".

Média baixa de idade

"Importante demais fazer com eles o que fizeram comigo. Thiago Silva, Alex Sandro. Abraçaram a gente e nós abraçamos eles. Que se sintam felizes, que vestir a camisa não é obrigação, mas sim um privilégio para todos. Que se sintam em casa e façam aqui o que fazem nos clubes. É no dia a dia, sem muito tempo, brincar, trazer para perto. Vestir essa camisa é algo surreal".

Estilo de capitão

"Aqui a gente consegue expor melhor, por ser a nossa primeira língua. Na Inglaterra é diferente, função nova, aqui me sinto mais à vontade. O Bruno sempre teve muita emoção, jogar com coração, como se fosse um torcedor. Sempre fiz e espero trazer o que faço no clube aqui na seleção".

Continua após a publicidade

Um ano do primeiro treino do Dorival - por que ainda não encanta?

"Não sabia que fazia um ano, passou muito rápido. Estamos numa reformulação enorme. Era um ciclo do Tite de duas copas, gera tempo. Para vocês é difícil entender, não é da noite para o dia. Toda convocação são seis ou sete trocas, essa é a que menos tem trocas. Temos que dar resultado, mas precisamos de tempo. Estamos melhorando, temos muito a melhorar. Quatro jogos e duas vitórias, sem perder depois da Copa América. Não basta ganhar, tem que encantar, mas pelo momento o que importa é ganhar para ganharmos confiança e que os atletas desempenhem o máximo deles".

Maior adversário é o próprio Brasil

"Temos que ser melhores do que fomos ontem, não adianta achar que está bom, apesar da melhora. Podemos ser mais compactados, defender e atacar melhor, e isso independe da Colômbia ou Bolívia, depende da seleção. É nosso jeito de jogar, 4-4-2 ou 4-3-3, mas fazer o nosso melhor independentemente do adversário".

Início do jogo - sufocar e trazer o torcedor para perto

"Fico feliz que esgotaram os ingressos, no último jogo ficou muito ingresso faltando. Conversamos sobre encher os estádios, fora sempre está lotado. Em casa queremos sentir o torcedor do lado, podem fazer diferença. A gente canta o hino, todo mundo vai junto e praticamente começa 1 a 0. Temos que dar resposta, prazer, orgulho. Temos grandes jogadores, ajeitaram isso, venderam tudo e vai ser uma festa bonita para conseguirmos a vitória".

Continua após a publicidade

Tirou Athletico e Newcastle da fila - retrospecto para poder tirar o Brasil também

"É algo que eu sonho todas as noites desde que cheguei, o maior objetivo é a Copa. Falta muita coisa, mas penso todas as noites. Espero que consigamos esse efeito. Eu era pequeno em 2002, fui na festa quando a seleção chegou. A gente passa por muita coisa em termos de país, um título seria algo maravilhoso para a nossa população".

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.