Deputada faz pedido para tornar presidente da Conmebol 'persona non grata'


Classificação e Jogos
A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) protocolou nesta terça-feira uma representação contra Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, para torná-lo persona non grata — traduzido do latim, o termo significa pessoa "indesejada", "não bem-vinda" ou "não agradável".
O que aconteceu
Erika Hilton afirma na representação contra Alejandro Domínguez que a fala sobre a Copa Libertadores sem os clubes brasileiros é "absolutamente racista", previsto no artigo 5º da Constituição Federal. O dirigente disse que a Libertadores sem os brasileiros seria como "Tarzan sem a Chita".
Além disso, a deputada diz que a Conmebol tem sido omissa na adoção de medidas efetivas para coibir os atos racistas. E que a fala de Alejandro Domínguez é carregada de estereótipos.
A medida de Erika contra Domínguez tem como objetivo a repreensão internacional aos atos racistas realizados contra os brasileiros em território internacional.
"Os episódios de racismo envolvendo clubes sul-americanos evidenciam a persistência da discriminação no futebol e a omissão da Conmebol na adoção de medidas efetivas para coibir tais práticas. A fala de Alejandro Domínguez, ao utilizar uma analogia carregada de estereótipos, reforça a falta de compromisso da entidade com o combate ao racismo. Além disso, sua retratação, embora formalmente adequada, não veio acompanhada de ações concretas para prevenir e punir novas ocorrências", diz o ofício enviado ao Ministério das Relações Exteriores, o qual o UOL teve acesso.
"Diante disso, as declarações e omissões de Alejandro Domínguez precisam ser analisadas com rigor, especialmente à luz do movimento crescente de clubes e atletas que exigem mudanças estruturais no enfrentamento à discriminação racial no futebol sul-americano", acrescenta.
Entenda o caso
Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, afirmou que não imagina a Copa Libertadores sem os clubes brasileiros: "Isso seria como Tarzan sem Chita. Impossível". Chita é o nome da macaca dos filmes de Tarzan.
A declaração caiu como uma bomba entre os clubes brasileiros e alguns duvidaram de sua veracidade. Os dirigentes receberam a entrevista de Alejandro Domínguez na manhã desta terça-feira em aplicativos de mensagens e pensaram que o vídeo poderia ter sido gerado por inteligência artificial por conta da gravidade de seu conteúdo. O UOL confirmou que Alejandro realmente disse a frase polêmica.
Alejandro Domínguez disse em um dos discursos da noite de ontem que tentará promover uma ação conjunta com órgãos governamentais e associados. Para o dirigente, isso ajudará no combate contra os episódios de violência.
Presidente da Conmebol pediu desculpas após a repercussão negativa
Dominguéz disse que utilizou uma "frase popular" e que não teve a intenção de desqualificar, reforçando seu compromisso por um futebol sem discriminação.
Em relação a minhas recentes declarações, quero expressar minhas desculpas. A expressão que utilizei é uma frase popular e jamais tive a intenção de menosprezar nem desqualificar ninguém. A Conmebol Libertadores é impensável sem a participação de clubes dos dez países membros. Sempre promovi respeito e a inclusão no futebol e na sociedade, valores fundamentais para a Conmebol Reafirmo meu compromisso de seguir trabalhando por um futebol mais justo, unido e livre de descriminação (sic).
Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol