CBF assina carta: Conmebol segue 'as medidas mais rigorosas' contra racismo
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O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, assinou uma carta conjunta com todos os outros nove países sul-americanos que são membros da Conmebol. O assunto foi racismo, discriminação e violência no futebol.
No documento, os dirigentes dizem que a entidade "está em linha com as medidas mais rigorosas implementadas nas mais importantes Ligas, Confederações e Fifa".
A carta de hoje, a qual o UOL teve acesso, é uma mudança de tom da CBF em relação às punições aplicadas pela Conmebol.
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Há 11 dias, a CBF soltou nota registrando "inteira indignação com a decisão da Comissão Disciplinar da Conmebol em razão da sua completa inefetividade" no caso de racismo contra o atacante Luighi, do Palmeiras, na Libertadores Sub-20.
Naquela manifestação, a CBF considerou que a decisão não combateu "com o rigor necessário a discriminação racial ocorrida, mas, lamentavelmente, incentiva a prática de novos atos criminosos ante a ineficácia das penalidades aplicadas".
A CBF também tinha enviado documento à Fifa, no qual Ednaldo disse: "O que a gente espera da Conmebol é rigor. Basta de racismo e de multas que não levam a nada. Queremos punições esportivas".
A carta de agora tem a assinatura todos os presidentes das associações ligadas à Conmebol e é considerada um passo de união no continente.
Ela foi feita mesmo após uma frase do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, que tumultuou os bastidores do futebol brasileiro. Indagado sobre a hipótese de times brasileiros não disputarem a Libertadores, o dirigente disse que seria "como Tarzan sem Chita".
O dirigente, posteriormente, se desculpou pela analogia com um macaco. A Conmebol também marcou para semana que vem uma reunião sobre racismo, com os cartolas dos dez países integrantes da entidade e as embaixadas de cada um deles no Paraguai.
O que diz a carta
Atos de racismo, discriminação e violência no futebol
Na CONMEBOL estamos comprometidos com a luta contra o racismo, a discriminação e qualquer ato de violência, dentro e fora dos estádios de futebol.
Estamos perante um problema social mundial que se manifesta através de diversas formas e costumes que afetam muitas sociedades de uma forma particular.
A atuação da CONMEBOL está em linha com as medidas mais rigorosas implementadas nas mais importantes Ligas, Confederações e FIFA.
Como parte da nossa política de combate a esse flagelo, além do que já foi exposto trabalhamos em conjunto com o Observatório de Discriminação Racial no Futebol e o Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos do MERCOSUL (IPPDH).
No último dia 17 de março, nosso Presidente, Sr. Alejandro Domínguez, por ocasião do sorteio da CONMEBOL Libertadores e da CONMEBOL Sul-Americana, comprometeu-se publicamente a convocar as autoridades governamentais e as Associações Membro, a fim de dialogar sobre critérios para enfrentar e perseguir este flagelo.
Consequentemente, no dia 27 de março, a convite da CONMEBOL, os Embaixadores dos dez países sul-americanos que compõem a Confederação e os representantes das Associações Membros se reunirão para debater a luta contra o racismo, a discriminação e a violência. Os resultados desta reunião serão apresentados na reunião do Conselho agendada para 7 de abril.
As Associações Membro que compõem o Conselho Diretivo da CONMEBOL, subscrevem através deste comunicado um chamado à reflexão para estabelecer um clima sem violência, sem discriminação e sem racismo e assim evitar qualquer tipo de manifestação que provoque aumento do confronto entre torcedores e divisão entre os sul-americanos.