Mauro Galvão recorda Bangu de Castor de Andrade: 'SAF antes da SAF existir'
Colaboração para o UOL
25/03/2025 14h46
Classificação e Jogos
Em sua passagem pelo Bangu na década de 80, Mauro Galvão conviveu de perto com o famoso bicheiro Castor de Andrade, então presidente do clube. Em entrevista concedida ao Charla Podcast, o ex-zagueiro brincou que o Bangu já era SAF antes mesmo de a SAF existir.
O que aconteceu
Eu me dei muito bem com ele. Foi uma pessoa que me ajudou bastante em alguns momentos. Ele como presidente da SAF do Bangu [risos]... O Bangu já estava na frente [risos] Mauro Galvão ao Charla Podcast
O ex-zagueiro fechou com o Bangu em 1986 após Castor de Andrade visitá-lo pessoalmente. "Ele foi lá em casa. Nunca tinha visto um presidente sair de onde mora e vir me buscar. Foi bem diferente".
Mauro Galvão explicou que o pagamento era em dinheiro vivo. Ele recorda que Castor de Andrade abria a sua mala no vestiário e cumpria com o combinado sem mais delongas.
A gente se deu muito bem. Tudo que a gente acertou, não precisava assinar nada, tá tudo certo. E depois dos jogos tinha aquela velha mala. Abria a malinha e não tinha erro, resolvia o negócio. Mas o time tinha que ganhar
Era uma grana normal, bicho que os outros pagavam também. A questão toda é que era em dinheiro. Isso é diferente, impressiona mais. Não precisava ir ao banco, entrar na fila, aquela coisa toda [risos]...
Mauro Galvão jogou no Bangu entre 1986 e 1987, logo após o histórico vice do Brasileiro em 1985. Nesta época, o time carioca se destacava no cenário nacional e chegou a conquistar a Taça Rio de 1987 de forma invicta após vencer o Botafogo por 3 a 1 em pleno Maracanã.
Quem foi Castor de Andrade
Castor de Andrade foi um dos bicheiros mais famosos do país e o mais conhecido entre aqueles que presidiram o Bangu. Ele ficou três décadas no comando e foi o responsável pelos melhores anos da história do clube, incluindo, além do título da Taça Rio de 1987, o Carioca de 1966, ainda como diretor de futebol -nesta época, o seu pai, Seu Zizinho, era o presidente.
Castor seduzia os atletas com presentes, oferecia carros e apartamentos e uma estrutura esportiva de elite. O Bangu de Castor tinha campo de primeira linha, dormitórios confortáveis e até mesmo alguns aparelhos de academia —fato raro à época.
Ele teve prisão decretada em 1994 por conta de sua atuação como contraventor. Foi preso disfarçado no Salão do Automóvel, em São Paulo —ele era apaixonado por carros e tinha uma coleção de veículos importados.
Devido a problemas cardíacos, a Justiça lhe concedeu o direito de cumprir a pena em prisão domiciliar. Em 1997, quando jogava cartas na casa de um amigo, sofreu um ataque cardíaco fulminante que o matou.