Torcida do Corinthians quebra recordes na Arena e vira 12º jogador em final
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"A Fiel é f***". A frase embalou o fim da temporada passada do Corinthians e voltou a ser muito repetida no início de 2025, diante da sequência histórica de público da Neo Química Arena. A média de torcedores neste ano é superior a 44 mil, número que se tornou o "novo normal" do estádio em Itaquera.
Na decisão contra o Palmeiras, teve mosaico, sinalizadores nas arquibancadas e muita pressão no time adversário — incluindo arremesso de objetos em campo. No apito final, os quase 49 mil torcedores presentes soltaram o grito de campeão.
Fiel e Corinthians firmaram 'pacto' por título
Em 2025, a promessa por título da gestão Augusto Melo fortaleceu os laços entre a Fiel e o elenco corintiano. Foram onze partidas do Timão como mandante até a final do Paulista, todas acima de 44 mil pagantes.
O espetáculo à parte da torcida também rendeu o recorde de público desde a inauguração da Arena: 48.196 pagantes. O número foi registrado na final contra o Palmeiras, e a renda alcançou os R$ 4.638.125,50. Contando com os profissionais de imprensa, o estádio recebeu 48.932 pessoas.
As torcidas organizadas tiveram importante papel na empreitada pró-título, inclusive pelo apoio ao atual presidente do clube. O discurso adotado pela Gaviões da Fiel, por exemplo, foi de incentivar o time durante os 90 minutos de partida, independentemente dos problemas extracampo.
No encerramento da campanha estadual, com direito a taça, a Neo Química Arena teve seu recorde em jogos do clube. O Timão empatou por 0 a 0 com o Palmeiras e encerrou o jejum de seis anos sem títulos.
Arrancada e a tradição do 'poropopó'
O apoio da torcida já tinha sido essencial para a arrancada do Corinthians na reta final do Campeonato Brasileiro de 2024. A equipe alvinegra deixou a zona de rebaixamento em outubro, após passar cerca de 10 rodadas assombrado com a possibilidade de queda.
Os torcedores abraçaram o elenco reformulado após um primeiro semestre desastroso, colocando mais de 40 mil torcedores em praticamente todas as partidas na Arena até o fim do ano.
Apesar da desconfiança, até o fim da competição não houve vaias, e o apoio foi total das arquibancadas. A equipe recompensou a fidelidade dos torcedores com o 7º lugar da tabela, a vaga na pré-Libertadores e o fim do pesadelo com a Série B.
Uma das cenas que marcaram a temporada foi o 'poropopó' após o apito final em vitórias. O momento virou tradição no Setor Norte, onde ficam as torcidas organizadas, que é comemorado pelos jogadores desde agosto do ano passado. No último jogo em casa da temporada passada, os atletas levaram uma faixa escrita à mão, com a frase "a Fiel é foda".
Arena lotada apesar de dificuldades com ingressos
Apesar da lotação do estádio, muitos torcedores relatam dificuldades com o Fiel Torcedor desde o início de 2024. Em outubro de 2024, o Corinthians admitiu ao UOL que havia um erro de ingressos duplicados por invasão de hackers.
Marcelo Munhoes, ex-chefe de TI do Corinthians, denunciou problemas no programa de sócios, como desvios de ingressos e uso indevido de logins de reserva interna da diretoria. Em nota, o Corinthians respondeu que as denúncias "contêm informações incorretas".
Bom, de fato, não só eu, outros funcionários do clube vêm alertando a diretoria, o próprio Augusto Melo, sobre o que está acontecendo. O que eu percebo é que não tem tido muito retorno em relação a isso, tá? Na minha última conversa, que foi no momento da minha destituição, eu ainda o alertei dizendo: 'Olha, temos muitos problemas'. Aí o Augusto até me recomendou: 'Se você enxergar que tem alguma coisa, pode ir na polícia, pode denunciar, faz parte'. Eu falei: 'Tudo bem, sem problemas'. Marcelo Munhoes, ex-chefe do Corinthians, em entrevista ao De Primeira
De lá para cá, as barreiras encontradas pelas assinantes aumentaram, inclusive por causa da ação de cambistas. O caso chegou até o conhecimento das autoridades, e um inquérito foi instaurado para apurar possíveis irregularidades.