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"Força-tarefa" por Luan Peres prevê compra se Santos eliminar Boca Juniors

O zagueiro do Santos Luan Peres durante treino no CT Rei Pelé em 30 de novembro - Ivan Storti
O zagueiro do Santos Luan Peres durante treino no CT Rei Pelé em 30 de novembro Imagem: Ivan Storti

redacao@gazetaesportiva.com (Redação)

30/12/2020 06h00

O Santos precisou de muito esforço e paciência para assegurar a permanência do zagueiro Luan Peres ao menos para as semifinais da Copa Libertadores contra o Boca Juniors (ARG), nos dias 6 e 13 de janeiro.

A negociação começou há vários dias e teve Walter Schalka, membro do Comitê de Gestão de Andrés Rueda, como protagonista. E alguns coadjuvantes facilitaram as coisas.

Schalka é um renomado empresário e reconhecido pela habilidade de negociação. Do México, onde passa férias, o gestor conversou com o Brugge madrugadas adentro para viabilizar a extensão do empréstimo. A diferença de sete horas no fuso horário para a Bélgica tornou as tratativas ainda mais complicadas.

Walter Schalka contou com uma ajuda fundamental: a do próprio Luan Peres. O zagueiro falou com o Brugge sobre o desejo de disputar a Libertadores e do sentimento de decepção se tivesse que voltar antes das maiores partidas da temporada.

Outro personagem importante é Cuca. O técnico conversou com Luan Peres e seus empresários, além de Rueda e Schalka. Só faltou ligar para o Brugge. Ele demonstrou a todo momento o quanto é imprescindível ter seu zagueiro canhoto titular.

Andrés Rueda, presidente eleito e à frente do clube em janeiro, monitorou a situação, introduziu Walter Schalka na negociação e reforçou o discurso sobre credibilidade. O Brugge estava receoso após calote do ex-presidente José Carlos Peres.

José Renato Quaresma, outro membro do Comitê de Gestão e responsável por ser o "espelho" do departamento de futebol, também teve papel preponderante. Ele ouviu Cuca, manteve contato frequente com Schalka e deu conselhos sobre como "driblar" o Brugge.

Walter Schalka e Cuca foram fundamentais. Que o Santos volte a ter a credibilidade que merece e perdeu, infelizmente."
Fabio Baitler, empresário de Luan Peres.

Presidente em exercício, Orlando Rollo deu liberdade a Andrés Rueda e seus pares para negociar com o Brugge. O superintendente de esportes Felipe Ximenes pouco participou.

Luan Peres - Ivan Storti - Ivan Storti
Cuca conversa com Luan Peres durante partida do Santos
Imagem: Ivan Storti

Os moldes da negociação

O contrato de empréstimo junto ao Brugge terminaria em 31 de dezembro, na próxima quinta-feira, e foi prorrogado para o zagueiro estar à disposição do técnico Cuca em La Bombonera, no dia 6, e na Vila Belmiro, no dia 13.

O Peixe tentou estender o vínculo até dia 30 de janeiro, data da final da Libertadores, mas o Brugge bateu o pé por apenas mais três semanas de contrato. E concordou com uma nova cláusula para compra.

O acordo prevê a aquisição dos direitos econômicos de Luan Peres se o Santos avançar à final da Libertadores. A compra seria feita por meio da premiação da Conmebol: uma garantia financeira para o Brugge. O campeão receberá 15 milhões de dólares (R$ 78 mi), enquanto o vice ficará com 6 milhões de dólares (R$ 31 mi).

Em uma possível classificação para o final, o Peixe garantiria ao menos os R$ 31 milhões do segundo colocado, quantia suficiente para comprar Luan. O Brugge fez um desconto em relação aos 5 milhões de euros (R$ 32 mi) iniciais. O valor final não foi revelado pelas partes, mas varia entre 3 e 4 milhões de euros (R$ 19 e R$ 25 mi).

Em resumo: o Santos terá Luan Peres nas semifinais da Libertadores. Se eliminar o Boca, exercerá a compra do zagueiro. Se for eliminado, o atleta provavelmente voltará para a Bélgica já que uma negociação teria de ser iniciada do zero, já sem a cláusula pré-definida (e sem o dinheiro da Conmebol).

Luan tem 26 anos, é titular absoluto do Santos e sua permanência foi um pedido expresso de Cuca.

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