Duilio espera R$ 100 milhões em vendas e explica atraso nos salários
O Corinthians conta com a venda de direitos econômicos de alguns jogadores para dar fôlego ao fluxo de caixa do clube e também para fechar o ano com as contas equacionadas.
A previsão orçamentária corintiana era de uma receita de R$ 70 milhões oriunda de transferências de atletas. Mas, esse valor precisou ser revisto.
Em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva, Duilio Monteiro Alves revelou qual é a nova meta.
"Eram R$ 70 milhões, como você colocou, e existe a previsão de aumento até para R$ 100 milhões de vendas", afirmou o presidente do Timão, antes de explicar que essa quantia pode ser compensada de outras maneiras.
"A gente também tinha uma previsão de receitas, que a gente vem superando bastante, com marketing, novos patrocínios, novas propriedades, que o clube tem hoje utilizado. Então, que a gente não atinja a venda, a gente vai ter de compensar com novas receitas".
"A gente trabalha, lógico, com possibilidade de vendas, mas também é um mercado que, infelizmente, afetou todo o mundo do futebol. A gente acompanha aí o Barcelona, esses dias, anunciando mais de 1 bi (bilhão) e 300 milhões de euros de dívida, outros clubes, exceto o Paris Saint-Germain, que fez essa contratação do Messi, a gente vê dificuldade no mercado de transferência em geral. Se acompanhar hoje o futebol europeu, por exemplo, que é um futebol forte, com moeda forte, uma Premier League, LaLiga, também um volume de transferências é muito pequeno".
Ao ser questionado se já tinha em mãos propostas por jogadores do elenco profissional, o mandatário não titubeou.
"Recebi. Recebi por alguns, a gente vem conversando...", garantiu, refutando que tenham sido apenas sondagens.
"Não. Existe proposta por alguns jogadores, a gente vem negociando, tem coisas que agradaram, outras não, a gente vive um momento de necessidade de venda, assim como o mundo todo do futebol. Como eu acabei de colocar, o Barcelona tendo aí que abrir mão do seu maior jogador, que nasceu e viveu lá dentro, conquistou tudo, por questões financeiras, e aqui no Brasil não é diferente. Não que a gente esteja desesperado, como foi colocado esses dias, para vender atletas, mas, lógico, existe necessidade, e isso vai nos ajudar também a colocar nosso fluxo de caixa em dia".
É justamente o fluxo de caixa que tem impedido o clube de pagar salários de jogadores e funcionários em dia, tanto no futebol profissional quanto da base. À reportagem, Duilio explicou que a situação, hoje, apesar de nada confortável, é bem diferente de alguns meses atrás, quando o clube chegou a dever quatro meses de salários para os atletas.
"É bom que a gente deixe claro que, desde o início da gestão, a gente vem colocando em dia a folha. O que acontece é atrasar dois dias, três dias. O máximo, mês passado, foram seis ou sete dias, porque, infelizmente, a gente ainda sofre com processos, com bloqueios de conta, com bloqueios de receitas vindas de patrocinadores. Mas, nosso jurídico vem trabalhando muito bem, tem conseguido fazer acordos, para que a gente coloque isso dentro de um fluxo, para que isso não atrapalhe e não tenha esse tipo de bloqueio, e que a gente não tenha que atrasar em dois, três dias uma folha de pagamento".
"Nós resolvemos da base uma parte. Hoje, sim, a folha do futebol profissional, dos funcionários (não dos jogadores), está sanada. Da base, foi pago também mais uma parcela e tem uma em atraso que a gente quer regularizar ainda essa semana. Então, as coisas estão andando e os atrasos que têm acontecido são esses, de poucos dias, não existe... É como eu coloquei, Corinthians vende muito, então, só se fala de Corinthians. Mas, existem muitos clubes, a maioria deles com folhas atrasadas, mas isso não é noticiado".
"Mas é legal deixar claro que no Corinthians a gente tem uma relação muito boa com os atletas, eles estão sempre juntos, entendendo, acompanhando o que vem acontecendo no dia-a-dia em questões de bloqueios, então, existe uma tranquilidade muito grande em nós em relação a isso. Ano passado, chegamos a ter três, quatro meses de salários atrasados durante a pandemia, quando parou o futebol de vez, e hoje não, é de três, quatro dias, às vezes paga um dia antes, depende muito do que a gente vem enfrentando de fluxo de caixa e, muitas vezes, esses bloqueios de receitas que o nosso jurídico vem resolvendo com acordos".
Sem esconder seu incômodo com algumas críticas, Duilio ressaltou que esses atrasos não estão diretamente relacionados à dívida total do clube, e usou o Flamengo como exemplo.
"Muitos falam em resolver a nossa dívida. A gente não vai resolver uma dívida desse tamanho em (poucos) anos. Tem clubes, hoje, que estão liderando o campeonato, muito bem, que devem mais. Tem outros que são, vou citar aqui o Flamengo, que fizeram um trabalho de recuperação alguns anos atrás, e tem uma dívida próxima do que a gente tem, mas tem o fluxo controlado. Então, eles conseguem, o dia-a-dia... Você não tem problema de ter a dívida desde que ela esteja equalizada, vamos dizer, que você tenha caixa para pagá-la em dia. Isso (pagar a dívida) pode demorar um tempo e não afeta em nada o clube. Esse é o nosso desafio, colocar as contas em ordem de uma forma que a gente consiga honrar os nossos compromissos e não tenha nenhum tipo de atraso de folha no futebol".
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