Palmeiras relembra goleada do Palestra que derrubou presidente do Corinthians
Os efeitos da vitória por 8 a 0 do então Palestra Itália sobre o Corinthians atestam a dimensão da partida disputada em 5 de novembro de 1933. Ainda que os clubes fossem jovens, a rivalidade já era acirrada, a ponto de a maior goleada da história do clássico ter provocado a renúncia de Alfredo Schurig, então presidente do Corinthians.
Romeu Pellicciari, um dos grandes ídolos palestrinos, comandou o triunfo de maneira impiedosa ao anotar metade dos gols do time da casa, enquanto Imparato contribuiu com três tentos e Gabardo anotou mais um. A derrota no Parque Antártica é, até hoje, a maior goleada da história corintiana.
"Uma grande tarde de Romeu", estampou o suplemento esportivo do jornal 'A Gazeta' em sua edição de 6 de novembro de 1933. "Toda a classe e superioridade do alviverde traduziram-se em tentos frente a um Corinthians frágil e tímido, o que constituiu uma contagem recorde para o clássico encontro", noticiou o periódico.
De acordo com o jornal, o placar da partida, válida pelo Campeonato Paulista, poderia ter sido ainda mais dilatado. "Todos foram a campo certos da (sic) victoria do Palestra, prevendo mesmo uma contagem grave. Contudo, a decepção corinthiana foi muito além. O quadro bancou a ovelha... E os oito tentos podiam ser mais... É esta a dolorosa verdade".
Para 'A Gazeta', a "contagem esmagadora e, quiçá, humilhante" foi em parte resultado da postura dos próprios atletas do Corinthians. Os alvinegros, segundo o periódico, já entraram em situação emocional desfavorável e não souberam como reagir diante dos primeiros gols sofridos.
O atual Palmeiras relembrou a goleada em sua conta oficial no Twitter. "Relembrar é viver: que momento vivemos em 1933! Há 88 anos, vencemos o rival por OITO a ZERO!", escreveu o clube na publicação.
Para os corintianos, o dia seguinte foi marcado por intensos protestos. Houve a distribuição de um "manifesto, com dizeres extremistas, concitando os associados a irem à noite na sede para depor a (sic) directoria", o que levou o clube a chamar a polícia. Pressionado, Alfredo Schurig, nome oficial da Fazendinha, anunciou o "pedido de demissão colectiva" de sua chapa.
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