Willian relembra ameaças quando estava no Corinthians em campanha da Fifa

O meia Willian, atualmente no Fulham, da Inglaterra, voltou a falar sobre as ameaças sofridas enquanto ainda era jogador do Corinthians ao site da FIFA por conta do Dia da Tolerância. A entidade colocará em prática um serviço de proteção às redes sociais para garantir o bem-estar e a saúde mental dos jogadores durante a Copa do Mundo do Qatar.

"É difícil, porque, às vezes, você nem quer jogar mais. Por exemplo, eu ia [jogar] e ficava pensando: 'se eu fizer um jogo ruim, eles virão atrás de mim de novo, da minha família'. Então, às vezes, os jogadores nem querem jogar, porque a gente está lá para dar o nosso melhor, mas pode ser que não esteja em um bom dia, é normal e isso afeta nosso desempenho em campo", disse o brasileiro em vídeo publicado pelo Twitter da entidade.

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"A gente fica com medo de fazer algo em campo, pois, se faz algo errado ou não muito bem, eles podem vir atrás de você e da sua família após o jogo", complementou.

De agosto de 2021 a agosto de 2022, quase um ano nesta segunda passagem, Willian disputou 45 jogos (9 na temporada passada e 36 neste ano), com apenas um gol marcado. O tento foi de pênalti, contra o São Bernardo, ainda pelo Paulistão. Ele ainda tem quatro assistências em 2022.

A atual temporada também foi marcada por outros dois pontos negativos: lesões e ameaças extracampo. Willian precisou tratar de um problema no ombro direito (ele ainda utiliza uma proteção no local) e uma tendinite na coxa.

Já as ameaças foram sofridas no primeiro semestre, quando em duas oportunidades ele precisou ir até a delegacia e abrir boletins de ocorrência, o que causou medo na família do jogador e pressionou o meia por tomar essa atitude. O goleiro Cássio também passou pelo mesmo problema.

Iniciativa da Fifa

Para combater a discriminação e proteger a saúde mental e o bem-estar dos jogadores, a Fifa e a Fifapro lançando um Serviço de Proteção de Mídia Social (SMPS) antes da Copa do Mundo da Fifa Qatar 2022.

Por meio do SMPS, todos os jogadores das 32 federações participantes da Copa do Mundo da Fifa terão acesso a um serviço dedicado de monitoramento, denúncia e moderação, projetado para minimizar a visibilidade do discurso de ódio dirigido a eles nas redes sociais e, portanto, proteger os jogadores e seus fãs dos insultos proferidos na internet durante o torneio.

"A Fifa está empenhada em oferecer as melhores condições possíveis para que os jogadores tenham um desempenho de alto nível. Na Copa do Mundo do Qatar, temos o prazer de lançar um serviço que ajudará a proteger os jogadores dos efeitos nocivos que as postagens nas redes sociais podem ter em sua saúde mental e bem-estar", disse o presidente da Fifa, Gianni Infantino.