Torcedor invade gramado com bandeira LGBTQIAP+ durante o duelo entre Portugal e Uruguai na Copa do Mundo
A partida entre Portugal e Uruguai pela segunda rodada do Grupo H da Copa do Mundo, além dos dois gols de Bruno Fernandes e da vitória portuguesa, ficou marcada por uma invasão ao gramado. Um torcedor saiu das arquibancadas e, com uma bandeira LGBTQIAP+ nas mãos, cruzou o campo correndo.
O torcedor entrou no gramado aos 5 minutos do segundo tempo vestindo uma camisa com o símbolo do super-homem. A vestimenta também continha palavras pedindo respeito às mulheres iranianas e uma mensagem de apoio à Ucrânia, que está em guerra contra a Rússia desde fevereiro deste ano.
O espectador, na verdade, é um velho conhecido das Copas do Mundo. Mário Ferri, o "Falcão", tem o costume de invadir o gramado como forma de protesto em eventos esportivos, sempre utilizando uma camisa azul com o símbolo do super-herói.
No Mundial de 2010, na África do Sul, ele interrompeu a semifinal entre Espanha e Alemanha. Em 2014, entrou no campo durante as quartas de final, entre Bélgica e Estados Unidos, disputada na Arena Fonte Nova, com "salvem as crianças da favela" escrito na camisa. Mário Ferri também coleciona invasões no futebol inglês e italiano.
Durante a Copa do Mundo do Catar, o símbolo LGBTQIAP+ tem gerado muita polêmica, pela maneira como está sendo tratado nesta edição. O país-sede proíbe manifestações que não sigam as leis islâmicas, tendo como punição a prisão e até a pena de morte. Um dirigente catari chegou a orientar que os torcedores evitem usar a bandeira tradicional do movimento.
A Fifa, que não permite manifestações políticas dentro de campo, aqueceu ainda mais a polêmica ao impedir que as seleções demonstrassem apoio à causa. A Inglaterra foi proibida de jogar com a bandeira LGBTQIAP+ estampada em sua faixa de capitão, que seria utilizada pelo atacante Harry Kane. A seleção belga, por sua vez, não poderá utilizar sua segunda camisa, que tem a palavra "Love", amor, em inglês, escrita na gola.
A mensagem pedindo respeito às mulheres faz referência a um caso que gerou comoção internacional. No Irã, Mahsa Amini, de 22 anos, foi presa após deixar uma mecha do seu cabelo à mostra, algo que infringe o código de vestimenta feminino do país. Dias depois, a jovem entrou em coma e faleceu. Segundo a família, ela teria sido espancada. O caso virou um símbolo de revolta e teve como consequência uma onda de protestos, que tomaram as ruas iranianas.
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