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Decepções e clima quente nos bastidores: veja a retrospectiva do Santos em 2022

redacao@gazetaesportiva.com (Redação)

31/12/2022 07h00

O Santos não viveu a temporada que gostaria em 2022. O clube até entrou no ano com boas expectativas após crescer na reta final de 2021, mas não correspondeu e voltou a decepcionar os seus torcedores. A seguir, veja a retrospectiva do Santos:

Sofrimento no Paulistão

O Peixe já começou o ano sofrendo. Ainda sob o comando de Fábio Carille, a equipe teve muitas dificuldades no Campeonato Paulista. Com isso, após uma série de resultados ruins, o comandante foi demitido. Para o seu lugar, a diretoria acertou a contratação de Fabián Bustos.

Mesmo com a mudança no comando, o Alvinegro Praiano não conseguiu embalar. Assim, o time lutou até a última rodada do Estadual para não ser rebaixado. A permanência só foi confirmada após uma vitória de 3 a 2 sobre o Água Santa, na Vila Belmiro.

Brasileirão: esperança no começo, mas decepção no fim

No Campeonato Brasileiro, o Santos até começou bem e encheu os seus torcedores de esperança. Na terceira rodada, inclusive, o clube liderou o torneio. A equipe se manteve entre as primeiras colocações até a sétima rodada. A partir de então, entretanto, caiu de rendimento e passou a brigar pelo meio de tabela.

Na reta final do Brasileirão, o Peixe tinha esperança de conquistar uma vaga na Libertadores. O sonho, porém, chegou ao fim na 37ª rodada, após uma derrota avassaladora para o Botafogo, fora de casa, por 3 a 0.

No fim, o Alvinegro Praiano ficou na 12ª colocação, com 47 pontos (12 vitórias, 11 empates e 15 derrotas, além de 44 gols marcados e 41 sofridos, gerando um aproveitamento de 41,2%).

Fracassos na Copa do Brasil e na Sul-Americana

Nos torneios mata-mata, o Santos também não foi bem. Na Copa do Brasil, o clube caiu nas oitavas de final para o Corinthians. Na ida, o time perdeu por 4 a 0, na Neo Química Arena. Na Vila, o Peixe até venceu por 1 a 0, mas não foi o suficiente.

Na Sul-Americana, o Alvinegro Praiano sofreu ainda na fase de grupos e só passou para a próxima fase pelo saldo de gols. Nas oitavas, a equipe foi eliminada pelo Deportivo Táchira-VEN. Tanto na Venezuela quanto no Brasil os clubes empataram por 1 a 1. Nos pênaltis, os venezuelanos levaram a melhor, culminando na demissão de Fabián Bustos.

As eliminações geraram muita revolta, ainda mais porque as duas foram confirmadas na Vila Belmiro. Em ambos os casos a torcida gerou muita confusão no estádio. Contra o Táchira, santistas tentaram invadir o vestiário dos jogadores. Já diante do Corinthians, alguns invadiram o gramado e chegaram a agredir o goleiro Cássio.

Instabilidade do elenco e da comissão técnica

O elenco do Santos também viveu muita incerteza em 2022. Ao todo, foram três técnicos diferentes (Carille, Bustos e Lisca), além dos interinos Marcelo Fernandes e Orlando Ribeiro.

Destes, quem teve o melhor aproveitamento foi Marcelo Fernandes. O auxiliar dirigiu a equipe em sete partidas, das quais venceu quatro, empatou uma e perdeu duas. Ou seja, ele conquistou 61,9% dos pontos disputados.

O segundo melhor aproveitamento foi de Fábio Carille. Em sete compromissos, foram dois triunfos, três igualdades e dois reveses, gerando um aproveitamento de 42,8%.

Logo atrás aparece Fabián Bustos, que chegou justamente para suceder Carille. Com o argentino, foram 29 embates (técnico com mais partidas), com oito vitórias, 13 empates e oito derrotas, ou seja, 42,5% de aproveitamento.

Na sequência, o presidente Andres Rueda acertou com Lisca, que ficou no clube por apenas oito partidas. Foram dois êxitos, três igualdades e três reveses, gerando um aproveitamento de 37,5%.

Por fim, o último treinador do Santos em 2022 foi Orlando Ribeiro. Então treinador do sub-20, ele assumiu o elenco principal após a saída de Lisca e permaneceu até o final do Campeonato Brasileiro. Ao todo, ele disputou 12 jogos. Ganhou quatro, perdeu sete e empatou um. O aproveitamento foi de 36,1%.

E o novo técnico?

Desde a saída de Lisca, em 12 de setembro, a diretoria alvinegra até foi atrás de alguns nomes, mas teve sérias dificuldades para contratar. O primeiro foi Sebastián Beccacece, mas o argentino não se interessou. Depois, o alvo foi Vanderlei Luxemburgo, que foi vetado pelo Comitê de Gestão.

A ideia do ex-jogador era assumir como diretor técnico até o final deste ano, ou seja, com poder para mandar dentro e fora de campo. Já a partir de 2023, ele assumiria apenas o cargo de gerente. A proposta, entretanto, não agradou.

Já no final de setembro, o presidente Andres Rueda entrou em contato com Marcelo Bielsa. O experiente técnico até ficou tentando em aceitar o convite, mas entendeu que não era o melhor momento e recusou.

Com isso, Orlado Ribeiro, que estava no sub-20, permaneceu como treinador do elenco profissional do Santos. Com o fim do Campeonato Brasileiro, a diretoria, enfim, acertou com um novo técnico. Trata-se de Odair Hellmann.

Clima quente nos bastidores

Além de ter problemas com comissões técnicas, o Santos também teve dificuldades para encontrar um diretor executivo em 2022. O clube começou com o ex-zagueiro Edu Dracana, que pediu as contas no dia 7 de julho, após a precoce eliminação na Copa Sul-Americana.

Uma semana depois, a diretoria acertou com Newton Drummond, que ficou no cargo por apenas um mês. Rueda optou pela demissão após alegar que Chumbinho, como é apelidado, estava envolvendo o seu filhos em negociações.

O Peixe, então, ficou diretor de futebol até o final do Campeonato Brasileiro. De lá para cá, foi o próprio presidente alvinegro quem assumiu a função e cuidou da contratação de jogadores para reforçar o elenco santista, como Soteldo, Carabajal, Luan Nathan.

Já no dia 14 de novembro, com o fim do Brasileirão, o Santos acertou a contratação de Paulo Roberto Falcão para o setor. Ao lado de Odair Hellmann, o atual coordenador esportivo já acertou as contratações do zagueiro Messias, do lateral direito João Lucas, o volante Dodi e o atacante Mendoza.

E o elenco?

Entre os jogadores, boa parte das contratações para 2022 não se firmou. O nome que mais decepcionou foi Ricardo Goulart. O atleta de 31 anos chegou ao Peixe com grande status. Ele assumiu a histórica camisa 10 do clube e era visto como a grande esperança para a temporada, mas decepcionou. Ele se despediu após 30 partidas, quatro gols e três assistências.

Além de Goulart, outros nomes não se firmaram, como o meia-atacante Jhojan Julio e o centroavante Angulo, que já se despediram do grupo.

Em compensação, alguns reforços foram muito celebrados pela torcida, como o zagueiro Eduardo Bauermann, o volante Rodrigo Fernández e o meia-atacante Yeferson Soteldo.

Agora, para 2023, o clube acertou as contratações do zagueiro Messias, do lateral direito João Lucas, do volante Dodi e do atacante Mendoza.

Números gerais

O Santos disputou 64 partidas, das quais venceu 21, empatou 21 e perdeu 22, além de 77 gols marcados e 73 sofridos. Ou seja, um aproveitamento de 43,7%.

O grande artilheiro foi o jovem Marcos Leonardo. O atacante encerrou a temporada com 21 bolas na rede.

Adeus, Pelé

O ano santista terminou com uma grande tristeza. Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, morreu no dia 29 de dezembro de 2022, aos 82 anos, após complicações de um câncer no cólon. O ex-jogador lutava contra o tumor desde setembro de 2021, quando passou por uma cirurgia para sua retirada e estava se tratando no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Pelé defendeu o Santos por 18 anos. Foram 1116 apresentações com 1091 gols marcados. Ao longo de toda carreira, foram 1365 partidas e 1282 bolas na rede.

O maior ídolo da história do Alvinegro Praiano foi o artilheiro do Campeonato Paulista nos anos de 1957 até 1965, depois em 1969 e, por último, em 1973. No ano de 1958, marcou 58 gols no Estadual, registrando um recorde.